terça-feira, 30 de abril de 2013

GALPÕES ABANDONADOS DE UMA CIDADE NECESSITADA DE ESPAÇOS


O jornal A Tarde publicou no dia de ontem – 28/4/13 = excelente reportagem  de autoria da jornalista Raiza Tourinho sobre a degradação sofrida por Itapagipe nos últimos anos. Fala, entre coisas sobre a poluição visual provocada pela série de galpões abandonados em sua orla e sugere um estudo para requalificação dos mesmos.
Numa complementação da reportagem, há uma citação de que os imóveis poderiam ser transformados em espaços públicos, aliás, como foi feito com a antiga fábrica Barreto de Araujo na Baixa do Bonfim, ao lado da Praça Divina. Infelizmente, não souberam fazer um bom trabalho. Perderam-se nas pressas, estamos acreditando. Ao lado tem a Praça Divina. Poderia ser integrada ao projeto. Ficaria uma maravilha.
Na iniciativa privada, entretanto, houve um excelente aproveitamento de parte da antiga Fábrica de Cristais e Refrigerantes Fratelli Vitta.  Fizeram uma faculdade no local (Estácio).

Faculdade Estácio

Antiga Fratelli Vita

Galpão na Fernandes da Cunha
Galpão ainda na Fernandes da Cunha
Antiga fárica textil no Largo do Papagaio - Tira toda a vista da Enseada dos Tainheiros que fica atrás
Galpão na Rua do Uruguai
Galpão na Luiz Tarquinio - Antiga fábrica da Souza Cruz

Galpão no Poço

Galpão na Penha
Galpão na praia - Ex Crush e ex-Fábrica de Manteiga de Cacau
Ex-Fábrica Textil Luiz Tarquinio

Isto é apenas uma pequena amostra. Tem mais de trinta.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

COMO ERA VERANEAR EM ITAPAGIPE


Como era a vida do veranista de Itapagipe- Anos 40 e 50 do século passado ou mesmo antes, ainda  no seu principio.
É sabido por todos que Itapagipe foi como que uma espécie de balneário da mesma forma que  Rio Vermelho também foi.
E a Barra, Amaralina, Pituba, Itapoã, não tinham como que representação nesse quesito? Não tinham. Itapoã era inacessível, bem como a própria Pituba; Amaralina começava a ser habitada –o bonde começava a chegar até ela; de relação a Barra, era tida como um local poluído e, efetivamente o era. Grandes bocas de lobo contribuíam para o estrago.
Ai, então, os moradores da Graça, do Canela, do Santo Antônio, da própria Barra, no final do ano até março do ano seguinte, deslocavam-se para Itapagipe para veranear, significando dizer, repor as energias gastas no anterior restante do ano.
À princípio, alugavam as casas dos habitantes do local como que para experimentar o veraneio. Desde que aprovado, construíam suas próprias residências dentro de um padrão superior às casas do local. Em muitos casos, fizeram verdadeiras mansões num padrão até superior às suas próprias residências no centro da cidade. Muitos até passaram a residir no local ou, pelo menos, nos fins de semana deslocavam-se para a península, mesmo no inverno, isto é, o inverno da Bahia..

Solar Bahia Ramos nos Tainheiros
Até o Governador e o Arcebispo veraneavam em Itapagipe. O primeiro no Solar Marback no Bonfim e o segundo na Igreja da Penha na Penha.
Solar Marback
Igreja da Penha e anexo
E como era a vida desses veranistas em Itapagipe? A grande maioria se dedicava às pescarias nas suas diversas modalidades. De siri, em frente às próprias casas. Se a maré estivesse cheia pescava-se do próprio cais com jererés de boca larga, presos a um barbante. Eram arremessados a 4 ou 5 metros. Esperava-se um pouco até que os siris se aproximassem para comer o pedaço de carne colocado ao centro do jereré. Ai se puxava a engenhosa armadilha com dois ou mais siris ainda comendo a isca. Eram colocados numa lata de gás.
Nota: àquele tempo o mar chegava a 3 metros do cais de contenção nas marés cheias.
Se a maré estivesse vazia, o siri era apanhado através de iscas (carne de preferência) presas a um barbante, uma pedra para afundar e do outro lado da linha um pedaço de carvão para flutuar e identificar o local de cada armadilha. Decorrido poucos minutos, era só puxar cada barbante e através de um jereré de abafe recolher a presa que era colocada em cestos de cipó que se mantinham dentro d’água para que os siris permanecessem vivos.
Siri Puã
Outra pescaria muito querida pelos veranistas era a de camarão e siri mole. Era realizada igualmente na Avenida Beira Mar. Mesmo os que veraneavam em outras partes da península, se dirigiam para esta avenida. Alugava-se ou tomavam-se  emprestadas pequenas redes junto aos pescadores profissionais. Não era preciso uma canoa para acompanhamento do arrasto, mas muitos o faziam. Até mesmo o fifó a gás era incluso. Os pescadores achavam graça no entusiasmo dos veranistas e não viam no ato uma concorrência ao negócio deles. No dia seguinte haveriam de pagar quando o peixe era vendido de porta em porta. - Eu sou aquele pescador que emprestou ao seu marido a rede e a canoa ontem à noite. – Ah! Quanto está o vermelho? – Cinco cruzeiros. Está barato. – Eu ontem comprei por três, mestre Pedro. – São todos grandes madame, é diferente. Seu marido pegou muito camarão? - Está bem, trate dois quilos. 
Muitos camarões
Rêde
A últil canoa feita de um tronco de árvore sem emendas
Carangueijo

Avenida Beira Mar
Também tinha a pescaria de tainha no Porto dos Mastros. Os mais habilidosos usavam tarrafas. Eram compradas na Preguiça. As canoas também eram emprestadas. Quando a coisa se generalizou, passaram a alugar por uma manhã. Valia a pena pagar alguma coisa.  Sempre dava para parar nos manguezais em torno e catar alguns caranguejos. Atolavam-se até os joelhos. Era para quem podia. Velhos nem pensar!
Tarrafa

Até então falamos praticamente em pequenas pescarias, mas tinha as grandes. Muitos veranistas possuíam saveiros à vela. Com eles iam pescar na “meia travessa”  entre Mar Grande e Salvador. Era a pescaria de linha de fundo. Os pesqueiros eram feitos meses antes do veraneio. Juntava-se ferro velho, paus de mangue e tudo o mais que não prestava e fundeavam essas armações em meio ao mar. Com o tempo os peixes iam se aproximando, principalmente vermelhos. Passavam a ser seu esconderijo contra os grandes predadores. Marcava-se a posição com referências na terra. Uma maneira genial. Quando chegava o veraneio as pescarias eram quase diárias. Saiam cedo de terra, 5 horas da manhã. Voltavam depois do meio dia. Exaustos mas felizes. Sempre com muito peixe.


Vermelho (uma das espécies)

Dormiam a tarde inteira e à noite sentavam-se na porta de casa a conversar com os familiares e vizinhos. Vez em quando saia uma rodada de siri mole com uns camarões fritos. Refrigerantes de maçã da Fratelli. Um sorvete de mangaba ou cajá feito em casa. Um cafezinho para afastar o sono que já apertava a partir das oito horas. E às dez horas a rua estava deserta; só o apito do guarda noturno anunciava que tudo estava tranquilo no Reino de Itapagipe. 
Aos domingos a coisa era diferente. Não havia pescaria. Os mais jovens participavam dos babas de praia se a maré estivesse vazia pela manhã. Se cheia, nadavam entre o Bonfim e a Penha. Almoçavam cedo. Meio dia no máximo. Às duas horas já estavam na matinêe do Cinema Itapagipe na Madragoa. Não podiam perder o seriado de Flaz Gordon. Voltavam pra casa; tomavam um café rápido e se mandavam para a Ribeira.  Era a hora do footing das meninas em frente à Sorveteria da Ribeira. Ficavam sentados na baluastrada enquanto elas desfilavam de braços dados.
O pessoal mais adulto, geralmente homens, ia assistir as partidas de futebol no Campo do Papagaio que não é outro senão o atual Largo do Papagaio. Era um campo, gramado. Pertencia, vírgula, ao Esporte Clube Humaitá que se localizava na Travessa Porto  do Bonfim, nas proximidades. Em verdade, o espaço era da Prefeitura.
Atual Largo do Papagaio
Na esquina dessa rua morou Evandro de Castro Lima, artista, coreografo e que se tornou famoso pelos desfiles que fazia no Carnaval Carioca.
Travessa Porto do Bonfim - Na Casa da esquina, à esquerda, morava a familia de Evandro Castro Lima. Hoje está reformada, monstruosamente.
Pois bem, nesse campo treinava o Guarani de Walter Passos que morava em frente ao largo, bem como era usado pelo Esporte Clube 2 de Julho, time de futebol da juventude do local. O Humaitá tinha as cores verde e branco e o 2 de julho, verde e amarelo e o Guarani era Preto e Branco. Em 1950 tornou-se campeão baiano de futebol profissional .
Como dizíamos, o pessoal ia assistir às partidas que se realizavam nesse campo. Zague que era do Periperi do vereador Castelo Branco, depois Botafogo do Rio e posteriormente se transferiu para o México, jogou muitas vezes nesse campo. Era uma fera nas cabeçadas.

Como dizíamos, grande número de veranistas ia assistir aos jogos do Papagaio. Ficava cheio de gente, moradores das proximidades. Em verdade era uma festa. Como sempre as mocinhas desfilavam de braços dados na lateral do largo. Carrinhos de pipoca, barricas de sorvete, algodão doce, ventarolas verde e amarela, acarajé, abará. Cada qual procurava ganhar alguma coisa.
O dia, ou melhor, a noite se encerrava como sempre nas reuniões na porta de casa até que o sono chegasse. Era invariável essa rotina.
Vale destacar os dias de grandes festas na península: Boa Viagem, Senhor do Bonfim, 2ª Feria Gorda da Ribeira. As casas de veraneio ficavam cheias de parentes e aderentes que não puderam veranear. Ocasião belíssima para grandes feijoadas e moquecas. Não deixavam, contudo, de ir às barracas  de comida que se estabeleciam nos largos das festas. Comida pesada, mas gostosa. Sarapatel, xinxin de galinha, efó, sarapatel, rabada, etc. etc. fatada. Geralmente veranistas e donas de barraca já se conheciam de outros “carnavais”, como se costuma dizer.

Era mais ou menos assim a forma como se veraneava em Itapagipe.



quarta-feira, 24 de abril de 2013

O LIXO DA AVENIDA PORTO DOS MASTROS


A Av. Porto dos Mastros, antiga Domingos Rabelo já foi, em algum tempo atrás, (1950) uma rua tranquila, arejada, o mar batia na sua beirada. Pescava-se siri e no manguezal buscava-se caranguejo. Era também o paraíso das tainhas, daí Av. Tainheiros que lhe segue em frente, designando pessoas que pescavam o brilhante peixe.
Ai em 1953 aconteceu a invasão desse mar pelas palafitas, tomando um milhão de metros quadrados do seu espaço. São os Alagados de hoje. Quem passa pela referida avenida não vê mais o mar, nem mesmo sente a sua brisa. Terrível! Uma grande perda!

Visão aerea das Avenidas "Dos Mastros" e dos "Tainheiros"


                                                           Mapa da área

Mais tarde o local foi aterrado principalmente com a areia provinda da Penha e virou um bairro conhecido no mundo inteiro como Alagados. Ele tem precisamente 10 acessos  à Av. Porto dos Mastros, isto é, ruas e becos que ligam o núcleo do bairro à Avenida do Porto dos Mastros.
Não há coleta de lixo nessas ruas e becos. Os seus moradores, todos os dias, colocam-no na avenida dentro de sacos plásticos. Um horror. Vejam uma foto:

Av. Porto dos Mastros

Por toda a avenida são centenas, talvez milhares dessas embalagens. Aí os caminhões de lixo passam pelo local e os recolhe, mas não há uma hora certa de recolhimento e há dias que o caminhão nem passa. Aí é um espetáculo deprimente.
A nosso ver, não é difícil a solução desse problema. Bastava a Prefeitura dispor em cada final de rua ou beco de coletores de lixo. Os moradores colocariam o lixo de suas casas nesses coletores.
Parece que uma vez a Prefeitura fez isto em algumas das ruas, mas mesmo assim, os moradores colocavam o lixo na avenida. Aquela mentalidade!
Então, cabe aqui uma campanha de conscientização e até de fiscalização com multas. As cidades, de um modo geral estão sendo cada vez mais vigiadas por câmaras de todos os tipos. Está ai um lugar para se colocar uma série delas. Trata-se de um problema sério de higiene pública, de prevenção de doenças, de cidadania, etc. etc.


terça-feira, 16 de abril de 2013

O ATENTADO DE BOSTON




Foi terrível o atentado terrorista como este que acabamos de ver ao vivo em Boston, nos Estados Unidos. Em meio ao desenrolar de uma maratona com corredores de todo o mundo, mais precisamente trinta mil participantes, eis que duas bombas são denotadas onde se encontravam pessoas assistindo a chegada dos corredores. O impacto foi tão grande que, os estilhaços atingiram corredores no meio da pista. Para completar o estrago, uma terceira bomba foi detonada na Biblioteca da cidade, situada no trajeto da corrida. Que pretendiam os autores desse atentado ao escolher a biblioteca como um dos alvos? Apagar a história da cidade ou simplesmente, após a colocação dos dois artefatos na chegada da prova, reuniram-se no local  - certamente pediram livros para ler de mentirinha e ao saírem deixaram a bomba em  baixo da mesa.
À principio, as autoridades americanas, a imprensa de modo geral, quase todo mundo, estão achando que esse atentado não tem nada a haver com aquele de 11 de setembro. Teria outra conotação.
Não pensamos assim. Consideramos que tem a mesma fonte de mando. Mas o atentado das torres foi mais impactante! Não fariam algo menor! Teria que ser maior. Talvez implodisse a Estátua da Liberdade ou o Empire State Building!
Se analisarmos com mais atenção essa ação, ela foi muito mais ardilosa e sagaz que o atentado anterior. Participavam da maratona atletas de todo o mundo, logo, tinha um caráter universal e estava sendo transmitida pela televisão. Quando seus autores escolheram os lugares para a colocação das bombas, não tiveram dúvida que o funil de chegada era o lugar ideal As câmaras estariam sempre voltadas para esse local. Bandidões! Ardilosos!

segunda-feira, 15 de abril de 2013

QUASE O FIM DOS ESPORTES AMADORES EM SALVADOR


Na edição desse domingo do jornal A Tarde, a excepcional jogadora de vôlei do Brasil, Fofão, indagada sobre se conhecia algo do esporte baiano, afirmou que nunca viu a Bahia participar de qualquer competição nacional de esportes amadores, ela que já tem 43 anos de idade.

Fofão
Fofão quase acertou, e este “quase” tem até destaque mundial: referimo-nos a Ana Marcela, vencedora do Circuito da Copa do Mundo de Mar Aberto. É muita coisa!

  Ana Marcela   
De resto, praticamente os esportes amadores na Bahia praticamente desapareceram ou tiveram sua prática diminuída não somente no cenário brasileiro, como igualmente no próprio Estado. São os casos do vôlei, basquete, futebol de salão, tênis, tênis de mesa, hóquei sobre patins, remo e mais um ou outro.
Vamos tentar buscar as razões dessa pane quase geral da qual só se salva o Box, o judô, talvez o iatismo por razões bem específicas que vamos analisar e a natação em mar aberto.  
Inicialmente, salientamos que em todo o mundo, os atletas da maioria das atividades esportivas se originam dos clubes e das universidades e excepcionalmente das instituições militares, em se tratando de determinados países europeus e asiáticos.
Nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e França a formação de atletas é feita nas universidades que atraem com bolsas de estudos os jovens mais aptos para o esporte. Em conseqüência, essas universidades detêm os melhores técnicos e possuem as melhores instalações esportivas, afora o provimento científico feito por profissionais de diversas áreas.
No Brasil, a fonte originária dos atletas da maioria das modalidades esportivas são os clubes esportivos. Diferentemente dos países acima citados e muitos outros, o jovem brasileiro quando alcança a universidade, deixa a prática esportiva.
Houve um tempo em que havia os Campeonatos Brasileiros Universitários e muitos de nossos jovens se mantinham em alguma forma técnica, mais com vistas às viagens do que propriamente a um objetivo técnico. Saliente-se, inclusive que, as universidades não tinham instalações esportivas e muito menos técnicos.
E o que aconteceu na Bahia, especificamente? Ai pelos idos dos anos 60/70, a maioria dos clubes baianos que sustentavam o esporte amador, sofreu uma débâcle financeira causada pela mudança estrutural de nosso Carnaval. Parece incrível essa afirmação, mas é a pura realidade e vamos mostrar como isto aconteceu.
Até esses anos-60/70 – os grandes clubes de Salvador, exceção do Yacth Clube, tais como Associação Atlética da Bahia, Clube Baiano de Tênis, Clube Português da Bahia, Fantoches da Euterpe e Associação Atlética Banco do Brasil, viviam praticamente dos grandes carnavais nos seus salões. O quadro social pagava suas mensalidades em dia, ou liquidava a fatura de uma só vez, com vistas ao Carnaval. Os dias da festa não eram a fonte de renda principal, apesar da venda de bebida e comida em grande quantidade. O que, verdadeiramente, sustentava esses clubes era a manutenção de uma renda proporcionada pelas mensalidades. (Não é isso grande Waldir do Baiano de Tênis – tem muita história para contar: uma delas envolve a pessoa de Baby Pignatari, milionário, passando o Carnaval na Bahia. Na segunda feira gorda do Baiano o homem resolve ir ao Carnaval do grande clube. Não era sócio. Foi barrado na porta por Waldir. Inconformado, perguntou a Waldir quanto custava o clube. Ele o compraria. A resposta veio de supetão: o Clube não está à venda.) Naquele tempo podia se falar assim.




Dependências do Clube Baiano de Tênis


Pois bem! Eram esses clubes que sustentavam os esportes amadores. O autor desse blog era atleta de tênis de mesa e Futebol de Salão da Associação Atlética da Bahia. O clube também tinha destaque no basquete, no vôlei, na natação e no tênis de campo. (Fala Enéas da Costa Torreão- campeão baiano muitas vezes dessa modalidade). O Baiano de Tênis tinha grandes equipes de basquete e vôlei, masculino e feminino, afora o tênis com Carlos e Jorge Abreu no auge. No Clube Português da Bahia, praticava-se Hóquei sobre patins com Fernando Jardim à frente, além de manter uma equipe de natação. Na Associação Atlética Banco do Brasil a natação corria solta com Carlos Cordeiro na direção técnica. Até o Fantoches que muita gente pensa que só era de Carnaval, tinha uma grande equipe de tênis de mesa com Raimundo Cardoso, Silvio e Zé Marques. Era o esporte que cabia em seus salões.
Fantoches da Euterpe
O caso do remo é emblemático. Não se pode dizer que os clubes que prestigiavam essa modalidade dependiam do Carnaval. Alguns deles tinham suas festas (São Salvador e Itapagipe), mas não se pode comparar com as realizadas pelos co-irmãos da Cidade Alta (Fantoches) e da Barra (AAB-CBT-AABB).
Em dias de regata, o Porto dos Tainheiros se enchia de gente. O trânsito era interrompido no local. Vapores da Baiana eram contratados pelos clubes e faziam um Carnaval em suas dependências. Ficavam apoitados mais para o lado do Lobato, afim de não prejudicar os páreos. Quando os yoles e os auto riggers despontavam em frente ao hidroporto, os navios apitavam freneticamente. As orquestras cresciam o tom. Os rapazes corriam para a balaustrada do navio. As meninas aproveitavam para ir ao sanitário. Em terra o povo gritava. Os apostadores corriam em terra acompanhando o desenrolar do páreo. Em muitos deles a decisão era por bico. Ficavam aguardando o levantamento das bandeirinhas dos juízes de chegada posicionados num elevado em meio ao mar. De cima para baixo era a classificação. Foi o tempo de Jarrinha, Maranhão, Manoel Gantois, Mário Brito, Jorge Rádel, a dupla da fome  (Jorge e Piston), dos Conzenzas, dos Maias, de Feijão, de Parada e tantos outros.




Hidroporto dos Tainheiros


E de uma hora para outra, o remo deixou de ter público. Os clubes se enfraqueceram. O Itapagipe acabou. O Santa Cruz não teve continuidade de direção. O São Salvador esteve prestes a desaparecer. Alguns abnegados o sustentaram. Ainda existe a sua garagem nos Tainheiros. Só o Vitoria, graças ao futebol, se mantem equilibrado, mas sem o fervor de antigamente, ao tempo de Aldo Mendonça e Dr. Gazinho.
Sedes náuticas do Vitória e São Salvador
 E o que dizer da grande equipe de basquete do Itapagipe dos Irmãos Moura Costa: Gilberto, Newton,Vavá e o primo Lagartixa. Indio completava o quinteto.  O técnico era o próprio pai. Enfrentou por igual grandes equipes do sul do país.
Newton depois foi radialisa e Deputado Estadual. Hoje temos uma rua de Salvador com seu nome:
Rua Dep. Newton Moura Costa

A verdade é que àquela época tivemos grandes dirigentes de nosso esporte amador, como Casdonski, João Alfredo, Carlos Maia, Jorge Radel, Fauzi Abdala.
 Desse quilate hoje, só Sergio Silva. Quando se viu sem piscina, partiu para o mar e realiza o maior calendário de natação em mar aberto do Brssil, quiçá da América do Sul. Tem o mar a sua disposição para o circuito que realiza. Nintuém vai tirá-lo como lhe tiraram a piscina da Fonte Nova.  Há 40 ou 50 anos atrás, já tínhamos percebido isto. Fomos os pioneiros da natação em mar aberto na Bahia,  bem anterior à Travessia Mar Grande Salvador, realização da Fenando Protásio. Meu amigo Genésio Ramos, excepcional  e inesquecível figura, deu seqüência.

Genésio Ramos

De relação ao iatismo, esse se sustenta graças ao Yacht Clube da Bahia. Excelência de clube. Um exemplo para todo o Brasil.



Sergio Silva - Presidente da Federação Baaina de Desportos Aquáticos
Yacht Clube da Bahia

domingo, 14 de abril de 2013

CUIDADO COM A COBERTURA DO ESTÁDIO


Quando de uma de nossas postagens falando sobre o novo estádio – Arena Fonte Nova – alertávamos os encarregados pela sua manutenção da necessidade de uma rigorosa fiscalização sobre os equipamentos ora instalados, principalmente sanitários.
É notória a sanha de determinadas pessoas em destruírem sanitários em Salvador, pichando-os ou quebrando as suas peças.
É incrível a insensibilidade dessa gente. Destrói uma coisa que lhe está servindo e a muita gente.
Não se teve noticia de prejuízos causados aos sanitários, mas deve ter havido. O que se noticiou foi a destruição de 38 cadeiras plásticas. Essas mesmas! Antigamente, sentava-se no cimento frio e tomava-se chuva e sol porque não havia cobertura. Falta de costume!

 
Falando dessa última, é bom que se alerta à segurança do estádio que a mesma parece ser feita de material plástico ou algo similar. Soltar um foguete em sua direção será um perigo dos grandes. Poderá vir abaixo. Muito cuidado na entrada dos torcedores. O caso da Bolívia é um grande exemplo. Mataram um jovem.

 
 

sábado, 13 de abril de 2013

IDENTIFICAÇÃO DOS ORIXÁS DO DIQUE DO TORORÓ


Os orixás flutuantes do Dique do Tororó

Achamos que pouca gente sabe identificar cada um dos Orixás do Dique do Tororó, obra magnífica do escultor Tati Moreno.
Após a instalação dos mesmos, o Dique do Tororó tornou-se uma atração turística internacional.  É uma representação magnífica do Candoblé da Bahia, culto admirado por todo o mundo pela beleza mística de  suas entidades.
Adiante, estamos reproduzindo a foto de cada uma delas:

Oxalá
Deus da criação e pai de todos os orixás.

Iansã
Senhora dos raios, ventos e tempestades.
Iemanjá
A rainha do mar e mãe dos orixás.
Ogum Edé
Deus da guerra e do ferro e protetor daqueles que usam o metal.

Nanã
A avó dos orixás, deusa da chuva e da lama.

Xangô
Senhor dos raios e trovões.


Oxum

Orixá das águas doces, lagos e fontes. Para o candomblé, o Dique é uma das moradas dela.