domingo, 4 de abril de 2010

SIRI-BÓIA -PORTUNUS SPINIMANUS- EM EXTINÇÃO

Todo menino que viveu em Itapagipe nas décadas de 1940/1950 conheceu o siri-boia. Pescava-o. Através um jereré de grande envergadura, mais de meio metro, uma isca ao centro, arriava-se a armadilha na ponta da Penha, nas proximidades do boião que sinalizava o começo da descida dos hidroaviões Catalina e, de um a um, recolhia o grande siri na canoa.
Eram enormes. Quando abria as suas garras dianteiras, media até mais de meio metro. Um exemplar magnífico da nossa fauna aquática! Não era o maior do mundo, desde que se conhecem siris com até 4 metros de envergadura. Em baixo um com aproximados dois metros.




Exemplar asiático

Hoje em dia, os nossos siris-bóia não atingem 25 centímetros. Ficou pela metade. A pesca predatória e a qualidade da água contribuíram para a diminuição de seu tamanho. Parece uma outra espécie. Siri-bóia anão ou mini-siri boia! Diferentemente de outros siris, o Bóia se desenvolve em águas límpidas. Não há mais esse tipo de água na enseada e no seu canal. Isso deve ter influenciado no seu crescimento, além da pesca predatória.



Nosso siri-bóia- menos de 25 centímetros



Siris-bóia
Em menos de 1 metro de exposição, dezenas de siris-bóia.

Antigamente, o siri-bóia era o nosso maior siri. Hoje o cachangá e até mesmo o puã, são maiores.

Outra consideração importante é a pesca dos siris fêmeas como se constata na foto, expostos numa área de venda. Um crime! Para quem não sabe, uma formação prestes a desovar, contem um milhão de ovos. Na foto podemos ver seis exemplares. Serão 6 milhões de siris a menos. A continuação dessa prática ameaça severamente a espécie.

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