Um dia histórico para nossa cidade: Inauguração da Arena
Fonte Nova. Tínhamos um estádio até com maior capacidade de público – o Estádio
Otávio Mangabeira – mas caindo aos pedaços e já interditado pelos órgãos de segurança.
Por outro lado, 95% ou mais dos torcedores sentavam no velho cimento e quando
chovia todos se molhavam.
Ai o Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014
e, paralelamente a Copa das Confederações. Salvador seria uma das sedes dos
jogos. E agora? O que fazer? Reformar o Mangabeira ou implodi-lo e fazer um
novo estádio? Decisão difícil! Não deve ter sido fácil. Felizmente, o Governo
acertou. Resolveu implodi-lo e em 29 de agosto de 2010 o velho estádio veio
abaixo.
Antiga Fonte Nova
Este blog registrou passo à passo esse momento dantesco,
entre triste e auspicioso, se é que se pode juntar duas coisas tão díspares
naquele instante, mas não encontramos algo mais condizente com o fato. Vejam as
fotos e os senhores haverão de compreender:
Aí surgiu a Arena Fonte Nova. Belíssima!
As fotos acima fizeram parte de um comentário, claro! Achamos por bem transcrevê-lo afim de dar um cunho mais real da emoção que nos invadiu naquela oportunidade. Ei-lo:
O que tem a haver este blog com a implosão do Estádio da Fonte Nova? De
princípio nada! Sua especificidade talvez não lhe desse esse direito, mas quem
nessa terra não se interessou por este acontecimento “explosivo”. Todo o mundo.
Nós inclusive e talvez tenhamos motivos suficientes para abordar o feito.
Primeiramente, o autor desse blog viu o espaço da Fonte Nova antes da
construção do estádio. Tinha um pequeno campo de futebol naquela entrada do
morro. Era todo de barro. Nele se fazia grandes peladas. Após o baba,
dirigíamo-nos para a beirada do Dique do Tororó a fim de remover a lama que se
prendia no corpo dos pés à cabeça. Éramos meninos de barro!
O dique a que estamos nos referindo não é o dique de hoje, arborizado, vias
nos dois lados. Lindo! Não tinha ainda os Orixás de Tati Moreno e os guinchos
de água para oxigená-lo. Só havia uma via de acesso, ao seu lado esquerdo de
quem olha a partir do ex-estádio. À direita, só tinham hortas que abasteciam
grande parte da cidade. Logo, o perigo que corríamos ao nos lavar nas suas
águas poluídas era o mesmo da população que consumia os legumes dessas
plantações. Não havia a consciência de hoje.
Depois se construiu naquele espaço um estádio com um só lance de
arquibancada. Jogamos nele. Naquele tempo, antes das partidas oficiais pelo
Campeonato Baiano de Futebol, se faziam jogos preliminares com clubes amadores.
Éramos goleiro do Ipiranguinha de Weber. Depois jogamos na mesma posição pelo
Fluminense de Arlindo Flac. Sabíamos que pessoas da família estavam nos
assistindo nas arquibancadas. Caprichávamos nas apresentações. Os outros jovens
também! Um privilégio.
Em seguida, fez-se o anel superior. Fomos assistir ao jogo de inauguração.
Tínhamos cadeira cativa. Ajudamos de alguma forma á construir aquele monumento.
Infelizmente, aconteceu aquela tragédia. O povo caindo de cima da arquibancada
que se dizia ir ruir. Um falso alarme!
Outro motivo que nos faz ter o direito de falar do Estádio Otávio Mangabeira
é a lembrança de alguns amigos de Itapagipe que nele jogaram como
profissionais. Foram os casos de Rui, Reinaldo, Otoney e Ozanah. Jogamos juntos
em diversas oportunidades tanto nos babas de praia, quanto nos campos de
futebol amador que existiam na cidade: do Galícia no hoje Conjunto Clemente
Mariani, do Tupi na Boa Viagem, do Papagaio no Largo do mesmo nome, do Periperi
do Vereador Castelo Branco. Tempos incríveis de uma juventude sadia.
Por outro lado, fomos um dos responsáveis pela construção da piscina
olímpica da Fonte Nova. Contamos essa história em nosso outro blog –
origensnatacaobahia.blogspot.com – Foram mais de 10 anos treinando a equipe de
natação do Esporte Clube Bahia. Fomos campeões em todos esses anos. Tínhamos
uma convivência diária com a Fonte Nova.
Nenhum comentário:
Postar um comentário