As duas fotos acima via Google Earth, mostram nitidamente onde começa e acaba a Peninsula de Itapagipe. Não nos referimos especificamente à Itapagipe (bairro), mas de modo geral, ao acidente geográfico “Península de Itapagipe”. Diferentemente de uma ilha, uma península é uma parte de terras continentais que avançam sobre o mar, envolvidas por águas marinhas, a exceção apenas da parte que se liga ao continente.
É o que vemos acima, nitidamente: à partir do bairro da Calçada, exatamente na Praia do Canta Galo, o mar envolve quase todo o seu contorno e o faz de forma caprichosa.
Vamos “sobrevoar” este espaço. De avião ou helicóptero? Melhor, de satélite que os tempos modernos nos permite. É o chamado Google Earth da Google. Nas fotos acima, por exemplo, o satélite estava a cerca de 3 quilômetros.
E o primeiro destaque é a Praia do Canta Galo que tem esse nome graças ao aniversário de um galo pertencente a um senhor chamado Oscar. Este cidadão costumava fazer prezépios. Tinha muita habilidade no manejo da madeira. Próximo ao aniversário de um galo de estimação, ele fazia uma espécie de armação no formato de uma pirâmide. Montava-a na praia em frente e tocava fogo graças a uma fogueira que era armada no interior da formação piramidal, toda decorada com papel celofane de muitas cores. Naturalmente, os moradores do local, principalmente crianças, aplaudiam o “espetáculo”. Ao final, eram distribuidos confeitos. Não extranhem: hoje as pessoas não fazem festas para seus cachorros e gatos de estimação?! Naquela época - 1940 –o senhor Oscar fazia a festa para um galo. Do seu jeito.
É o que vemos acima, nitidamente: à partir do bairro da Calçada, exatamente na Praia do Canta Galo, o mar envolve quase todo o seu contorno e o faz de forma caprichosa.
Vamos “sobrevoar” este espaço. De avião ou helicóptero? Melhor, de satélite que os tempos modernos nos permite. É o chamado Google Earth da Google. Nas fotos acima, por exemplo, o satélite estava a cerca de 3 quilômetros.
E o primeiro destaque é a Praia do Canta Galo que tem esse nome graças ao aniversário de um galo pertencente a um senhor chamado Oscar. Este cidadão costumava fazer prezépios. Tinha muita habilidade no manejo da madeira. Próximo ao aniversário de um galo de estimação, ele fazia uma espécie de armação no formato de uma pirâmide. Montava-a na praia em frente e tocava fogo graças a uma fogueira que era armada no interior da formação piramidal, toda decorada com papel celofane de muitas cores. Naturalmente, os moradores do local, principalmente crianças, aplaudiam o “espetáculo”. Ao final, eram distribuidos confeitos. Não extranhem: hoje as pessoas não fazem festas para seus cachorros e gatos de estimação?! Naquela época - 1940 –o senhor Oscar fazia a festa para um galo. Do seu jeito.
Este blog já fez uma postagem sobre a origem do nome Canta Galo. Na oportunidade, se contrapôs a uma informação prestada em outro blog de que o nome dessa rua foi dado porque ali tinha existido uma rinha de galos. Categoricamente, não existiu. O autor morou no Canta Galo e era uma dos meninos que apreciava os confeitos do Sr. Oscar após a queimação, independentemente do estranho procedimento.
Ao final da Praia do Canta Gamo destacava-se a fábrica Fratelli Vita de refrigerantes e cristais, nessa ordem. Primeiro os irmãos Vita, Giuseppe e Francesco iniciaram seu negócio com refrigerantes, após rápido período fabricando vinho e licor, principio do século XX (1902). Seus refrigerantes tornaram-se um sucesso a partir dos anos de 1940, principalmente as gasosas de maçã e limão. Chegou a patrocinar boa parte do Carnaval baiano – por exemplo, o Trio Elétrico de Dodô e Osmar. Também patrocinou a participação de Martha Rocha no Concurso Miss Universo.Da mesma forma como é hoje com certas marcas, a cidade era impregnada de “propaganda” alusiva aos seus produtos. A mais famosa é esta colocada no antigo Elevador do Parafuso, também conhecido como Elevador da Conceição, hoje Elevador Laceerda.
E os cristais? Ora, os cristais! Um dos mais famosos do mundo. Teve inicio por um acaso ou, digamos, uma necessidade. Naquele tempo os refrigerantes eram vendidos em garrafas de vidro que eram importadas. Aqui não se fabricava nada. Era proibido! Quando estourou a 1ª guerra mundial (1914), a fábrica parou por falta de garrafas. Aí os dois italianos resolveram fazer uma fábrica de vidro para produzir suas próprias garrafas. No andar da carruagem, passaram a fabricar cristais – os famosos cristais Fratelli Vita. Abaixo fotos de alguns deles:
Acima, as ruínas da antiga fábrica de refrigerantes e cristais Fratelli Vita. Hoje, ao lado, funciona uma faculdade. Campus Fratelli Vita. – Estácio.
Há de se notar o avanço do edifício da fábrica sobre grande parte da praia. No momento dessa foto, a maré estava vazia. Quando cheia, ninguém passava andando ou ainda não passa. Uma evidente transgressão imobiliária, aliás, muito comum na época. Veremos outras nas proximidades.
Enquanto isto, RUÍNAS:
“As ruínas como alegorias da metamorfose e da mística abrigam embaixo de suas pedras o segredo da história; nos convidam a meditar; nos evocam sua força destruidora e nos provocam o desejo de controlar a morte.” – Marcos Serrano
“As ruínas são como uma mistura de natureza e cultura que surge sob nosso olhar crítico das lembranças e esperanças na linha do tempo” – Marcos Serrano
“O universo das ruínas representa um ponto de encontro entre as variadas civilizações, nas dimensões de tempo e de espaço। As ruínas estão associadas ao ato criador, à construção que lhe antecede, seja física ou conceptual, a um conjunto sujeito a interpretações verbais, pictórias, musicais ou de outra forma artística” – Nelson Cerqueira.
“As ruínas são como uma mistura de natureza e cultura que surge sob nosso olhar crítico das lembranças e esperanças na linha do tempo” – Marcos Serrano
“O universo das ruínas representa um ponto de encontro entre as variadas civilizações, nas dimensões de tempo e de espaço। As ruínas estão associadas ao ato criador, à construção que lhe antecede, seja física ou conceptual, a um conjunto sujeito a interpretações verbais, pictórias, musicais ou de outra forma artística” – Nelson Cerqueira.
Esta estátua de mármore foi trazida da Italia por Giuseppe Vita. Na sua mão esquerda as frutas do guaraná e a sua direita uma roda dentada embaixo das pedras sílicas, ícones, em estado primário, do processo industrial de refrigerantes e cristais.
A mesma estátua em foto de hoje. Deu tudo errado! A grande fábrica foi vendida à Brahma e se pensava que essa indústria desse continuidade à fabricação dos refrigerantes da Fratelli. Não foi isto que aconteceu! Foi uma absorção para retirada dos produtos da praça. A marca Fratelli Vita, para cristais continua em poder da família. Vez em quando surge a notícia do retorno de sua fabricação, mas está muito difícil. Todos os artífices de sua fabricação devem ter morrido. Vai ser muito difícil encontrar iguais. Eram maravilhosos. Grandes profissionais.
Muito lindo seu trabalho, parabéns!
ResponderExcluir