O trecho que será focalizado hoje tem uma singular particularidade: antigamente – 1960\1980 só possuía uma praia permanente, a praia do Bugari. De resto, em toda a área, cerca de 1.5 km. o mar chegava a alcançar três metros de altura no cais de contenção da Avenida Beira que a protege e as casas ao longo dela.
O que aconteceu? Fizeram uma dragagem de areia na altura da Penha para aterrar os Alagados do Porto dos Mastros e Lobato. Foram milhões de metros cúbicos de areia retirados daquele local. Em conseqüência, o mar recuou algo em torno de 3 metros, fazendo surgir as praias que hoje estamos divisando na foto-satélite do Google Earth.
Este procedimento – retirada de areia de um determinado lugar para aumentar a largura da praia, foi feito no Rio de Janeiro com a praia de Copacabana. O chamado aterro hidráulico foi realizado na década de 1970 e ampliou a largura da praia em cerca de 70 metros. A obra foi realizada pelos engenheiros portugueses Fernando Maria Manzanares Abecais e Veiga da Cunha e o engenheiro brasileiro Jorge Paes Rios. Todo o projeto foi elaborado em Lisboa pelo Laboratório Nacional de Engenharia de Portugal.
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O que aconteceu? Fizeram uma dragagem de areia na altura da Penha para aterrar os Alagados do Porto dos Mastros e Lobato. Foram milhões de metros cúbicos de areia retirados daquele local. Em conseqüência, o mar recuou algo em torno de 3 metros, fazendo surgir as praias que hoje estamos divisando na foto-satélite do Google Earth.
Este procedimento – retirada de areia de um determinado lugar para aumentar a largura da praia, foi feito no Rio de Janeiro com a praia de Copacabana. O chamado aterro hidráulico foi realizado na década de 1970 e ampliou a largura da praia em cerca de 70 metros. A obra foi realizada pelos engenheiros portugueses Fernando Maria Manzanares Abecais e Veiga da Cunha e o engenheiro brasileiro Jorge Paes Rios. Todo o projeto foi elaborado em Lisboa pelo Laboratório Nacional de Engenharia de Portugal.
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E a nossa dragagem na ponta da Penha teria previsto a formação de praias ao longo da Av. Beira Mar? Estamos crendo que não. Não há notícias a respeito. Se o objetivo paralelo fosse este, teria sido divulgado e bem divulgado. Nada se comentou. À medida que se aterrava os Alagados, as praias foram se formando. Nem perceberam. Aliás, sejamos mais diretos. Pouca gente comentou o ocorrido. Este blog, cujo autor morou na Av. Beira Mar por muitos anos, talvez tenha sido o primeiro a tocar no assunto. Costumava pescar siri em horas de maré alta na beira do cais com o mar quase molhando seus pés. Aliás, por vezes, se molhava quando vinha uma onda mais forte. Em dias de ressaca, a batida dessas ondas no cais, molhava a frente das casas, a sua inclusive que era uma delas.
Também esse blog comentou a formação de uma pequena praia em frente às garagens de remo do Vitória e São Salvador nos Tainheiros. Alguém já reparou este fenômeno? Ali o mar chegava permanentemente na borda da balaustrada. Hoje é uma praia que os meninos do local costumam armar um baba. Antes só se podia nadar ou remar.
Estamos enfatizando o fenômeno da formação das praias na Av. Beira Mar, justamente porque não fora previsto. Ai que residiu o perigo, aliás, o grande perigo. Buliram com o eco-sistema do local. Querem mais uma prova? Nas proximidades da Praia do Bugari, cerca de 100 metros antes, existe um lugar chamado Poço. Porque Poço? Na área existe um poço onde os donos de embarcações de pesca as atracam. Porque são fundeadas ali? Porque nas marés grandes vazias, o local permanece sempre cheio. Os barcos não têm contato com a areia do que resultaria no prejuízo de sua madeira. É o único lugar na península que acontece isto. Pois bem! Até antes da dragagem da Ponta da Penha, a profundidade desse poço na maré totalmente vazia era de 3 a 4 metros. Hoje, sabem quanto é? 50 centímetros. A quilha dos barcos maiores já está tocando a areia e começam a se inclinar. Isto significa dizer que o mar recuou cerca de 3 metros, que é a altura do cais de grande parte da avenida. É mole? 3 metros de recuo é uma catástrofe para qualquer sistema.
Vamos às provas: primeiramente, temos adiante uma foto da chamada Ponte da Crush que, aliás, não foi feita por essa empresa e sim por uma fábrica de beneficiamento de chocolate. Quando esta fábrica fechou, a Crush se instalou no local e a ponte recebeu o seu nome, de graça.
Antigamente, a ponte tinha inicio no cais em frente à fábrica e se projetava sobre o mar por cerca de 70 metros. Hoje, quase toda a ponte se acha sobre a praia. Fez-se uma praia em baixo da “famosa” ponte.
Graças ao senhor, tenho ido à Península de Itapagipe. Acho o local lindo, apesar do descaso. Moro há mais de 33 anos em Salvador e, lamentavelmente, desconhecia por completo a região da península. Tirei fotos e publiquei no Facebook como forma de divulgar toda beleza. Fica tudo muito melhor quando se sabe um pouco mais da história de toda esta região, a beleza se expande, daí meus sinceros agradecimentos a todo seu trabalho. Obrigado!
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