Havia uma esperança no ar de
que o novo Prefeito solucionasse o caso das barracas de praia de Salvador.
Sempre há uma expectativa de grandes soluções quando se renova a direção
política de uma cidade. Contudo, no caso das barracas de praia, parece que a coisa
é definitiva. O Ministério Público não quer que elas voltem e ponto final.
Enquanto isso a população
fica sem entender porque só em Salvador existe esta proibição. Será que somos
os mais inteligentes, os mais urbanistas, os mais higiênicos, os mais de todas
as coisas? Não devemos ser! Em verdade, no caso específico, estamos sendo
retrógados e incompetentes.
Esta análise pode ser feita
se confrontarmos a situação de outras capitais do nordeste com a nossa. Em
todas elas, as barracas são uma das grandes atrações de suas praias.
Inicialmente, a natureza nos
deu as praias e o mar em frente, muito embora existam praias sem mar: pode ser
um rio ou um lago. Às margens do São
Francisco, encontramos algumas.
O homem não satisfeito com o
formato das praias que Deus lhe deu, iniciou o acréscimo de acessórios que lhe
desse mais atrativo e comodidade. Um dos primeiros foi o guarda-sol, usado
contra a incidência solar, na maioria das vezes prejudicial à saúde. Na
sequência, vieram as cadeiras para se sentar em baixo desses guardas-sol. As toalhas completavam essa primeira
etapa. Mas havia a sede e a fome a serem saciadas. Começou a levar água e lanches rápidos. Talvez fosse a parte mais trabalhosa dessa
faina e foi por aí que começou a aparecer os primeiros vendedores ambulantes para
satisfazer essa necessidade. Verdade que em Salvador já havia a mulher do
acarajé e do abará, mas faltava a bebida. Era um novo campo de trabalho e de
rendimento. Surgiram as primeiras barracas, onde se podia estocar as bebidas e
ampliar o abastecimento de tira-gosto e mesmo refeições completas. Com o tempo, foram ampliadas e aumentou o leque de serviços, como chuveiros e até
sanitários. Começou a empregar muita gente.
Milhares de pessoas. Ganhou uma razão social. Por outro lado, contribuía
para o desenvolvimento do turismo do qual depende a maioria das capitais dessa
região. Passou a ter uma importância econômica.
Nesse ponto, entretanto,
aproveitando uma celeuma entre a Prefeitura e os barraqueiros sobre um novo
modelo de barracas, o Ministério Público intervêm e numa semana põe abaixo
quase um milhar de barracas.
Até hoje, a maioria das
pessoas não entendeu as razões dessa medida, absolutamente extrema. De
principio titularam a Prefeitura como mandante do feito e esta sem a comunicação
devida como que aceitou o mando. Não esclareceu com veemência que não foi ela a
causadora do estrago. Para se ter uma ideia, a maioria dos barraqueiros tem a
certeza de que foi ela a mandante. Na campanha eleitoral esta autoria foi
ventilada.
Outra coisa intrigante, isto
é, que ninguém entende, é que não se procurou uma outra alternativa de serviço
de gastronomia para a nossa cidade. Por exemplo, no período foram inauguradas
em Salvador três praças nas proximidades de praia, uma na Pituba, outra em Ondina
e uma terceira em Itapagipe. Em nenhuma delas se fez um centro gastronômico
para permanência do público no local e saciamento de sua sede, fome e descanso.
Parece que ficaram com medo. Essa a impressão que nos causou.
Enquanto isto, vamos apreciar a foto de uma barraca de praia em Aracaju que está carriando grande parte dos turistas que vêm ao Nordeste. Dá para ter uma praia mais divertida! Só praia, é por demais causticante.
Cuidado! É apenas em Aracaju.
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