segunda-feira, 18 de março de 2013

NÃO SE PODE DIVERGIR DA PONTE SALVADOR-ITAPARICA




A construção da ponte Salvador-Ilha de Itaparica tem sido um assunto ventilado a toda hora por diversos setores da sociedade. Efetivamente, é muito importante em vários sentidos: tem a questão ambiental; paisagística; imobiliária, financeira, etc. etc.
 Este blog já ventilou o assunto por duas ou três oportunidades e em todas as ocasiões manifestou uma opinião favorável à sua construção. Não tem como ser contrário a essa ideia. Quem conhece as agruras de quem precisa atravessar de um lado para o outro,  seja a trabalho ou a passeio, não pode ser contra a sua construção. É até vergonhoso o que acontece em certos dias, tanto no terminal de Salvador quanto o de Mar Grande: filas quilométricas de carros e de gente esperando os poucos ferries-boats à disposição da população.
Aí, alguém menos avisado, diria que é fácil a solução desse problema: “é só aumentar o número de ferries”.
Não é por ai! Esse aumento é inviável, não pelo custo de cada unidade de ferrie, mas em razão do custo de manutenção do sistema em dias de pequeno movimento que, no caso, infelizmente, representa 80% a 90% do total de dias.  O que fazer nesses dias. Nada! Terão que ficar parados, bem como parados os componentes de cada embarcação. É um custo altíssimo que os dias de grande movimento não cobrirão.
Raciocinando dessa maneira, a ponte é absolutamente necessária e essa necessidade vai aumentando dia a dia, à medida que a população não para de crescer.  Vai ser o caos, aliás, já é um caos.
Ainda recentemente, aliás, ontem, o jornal A Tarde abordou a questão com a opinião dos senhores Vladimir Aras, Procurador da República e Mestre em Direito e o senhor Milton Cedraz, Engenheiro Agrônomo e técnico em desenvolvimento econômico pela Cepal (ONU).
Na “chamada” do jornal na primeira página, em letras garrafais, diz-se que as opiniões dos dois senhores de nossa sociedade divergem ou, mais rigorosamente, “tem visões distintas sobre a obra.”
Para nossa surpresa, entretanto, não é isto o que se vê quando se localiza a duas versões. A do senhor Vladimir Aras é absolutamente favorável à construção da ponte. Faz brilhantes comparações e cita exemplos de pontes de todo o mundo e mesmo do Brasil como JK de Brasilia, a Hercilio Luz de Florianópolis, a estaiada de São Paulo, a Golden Gate de São Francisco e a ponte do Brooklin em New York. Antes já havia feito referencia à ponte Rio Niterói.
Ai passamos a ler a opinião contrária ou “diversa” do outro entrevistado e para nossa surpresa ele não diz ser contra a ponte. Em verdade, ele faz sugestões. Por exemplo, logo ao inicio, diz: “para montagem ou construção de qualquer equipamento, seja ele urbano, rodoviário, industrial , hidroagrícola ou de qualquer natureza, deve-se, antes de tudo, elaborar os estudos de alternativas, durante a fase dos estudos de viabilidade”. Mais adiante afirma: “para elaboração do projeto e construção da ponte sobre a Baía de Todos os Santos – sonhada desde priscas eras pelos soteropolitanos, veranistas e moradores da Ilha de Itaparica, assim como o ordenamento da ocupação do solo do seu entorno, é indispensável levantar e mapear todas as informações necessárias para embasar os estudos de viabilidade, o projeto e o modelo de gestão”. Complementa: “várias etapas terão que ser vencidas antes de dar inicio às obras da ponte...”
 Como se nota, o senhor Cedraz em nenhuma ocasião diz ser contra a construção da ponte, apenas alerta para determinados cuidados que se deva ter para sua construção. Um parecer absolutamente técnico. Nada contra a ponte. Em suma, não diverge.

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