A construção da ponte
Salvador-Ilha de Itaparica tem sido um assunto ventilado a toda hora por
diversos setores da sociedade. Efetivamente, é muito importante em vários
sentidos: tem a questão ambiental; paisagística; imobiliária, financeira, etc.
etc.
Este blog já ventilou o assunto por duas ou
três oportunidades e em todas as ocasiões manifestou uma opinião favorável à
sua construção. Não tem como ser contrário a essa ideia. Quem conhece as
agruras de quem precisa atravessar de um lado para o outro, seja a trabalho ou a passeio, não pode ser
contra a sua construção. É até vergonhoso o que acontece em certos dias, tanto
no terminal de Salvador quanto o de Mar Grande: filas quilométricas de carros e
de gente esperando os poucos ferries-boats à disposição da população.
Aí, alguém menos avisado, diria
que é fácil a solução desse problema: “é só aumentar o número de ferries”.
Não é por ai! Esse aumento é
inviável, não pelo custo de cada unidade de ferrie, mas em razão do custo de
manutenção do sistema em dias de pequeno movimento que, no caso, infelizmente,
representa 80% a 90% do total de dias. O
que fazer nesses dias. Nada! Terão que ficar parados, bem como parados os
componentes de cada embarcação. É um custo altíssimo que os dias de grande
movimento não cobrirão.
Raciocinando dessa maneira, a
ponte é absolutamente necessária e essa necessidade vai aumentando dia a dia, à
medida que a população não para de crescer. Vai ser o caos, aliás, já é um caos.
Ainda recentemente, aliás, ontem,
o jornal A Tarde abordou a questão com a opinião dos senhores Vladimir Aras,
Procurador da República e Mestre em Direito e o senhor Milton Cedraz,
Engenheiro Agrônomo e técnico em desenvolvimento econômico pela Cepal (ONU).
Na “chamada” do jornal na
primeira página, em letras garrafais, diz-se que as opiniões dos dois senhores
de nossa sociedade divergem ou, mais rigorosamente, “tem visões distintas sobre a obra.”
Para nossa surpresa, entretanto,
não é isto o que se vê quando se localiza a duas versões. A do senhor Vladimir
Aras é absolutamente favorável à construção da ponte. Faz brilhantes
comparações e cita exemplos de pontes de todo o mundo e mesmo do Brasil como JK
de Brasilia, a Hercilio Luz de Florianópolis, a estaiada de São Paulo, a Golden
Gate de São Francisco e a ponte do Brooklin em New York. Antes já havia feito
referencia à ponte Rio Niterói.
Ai passamos a ler a opinião
contrária ou “diversa” do outro entrevistado e para nossa surpresa ele não diz
ser contra a ponte. Em verdade, ele faz sugestões. Por exemplo, logo ao inicio,
diz: “para montagem ou construção de
qualquer equipamento, seja ele urbano, rodoviário, industrial , hidroagrícola
ou de qualquer natureza, deve-se, antes de tudo, elaborar os estudos de
alternativas, durante a fase dos estudos de viabilidade”. Mais adiante
afirma: “para elaboração do projeto e
construção da ponte sobre a Baía de Todos os Santos – sonhada desde priscas
eras pelos soteropolitanos, veranistas e moradores da Ilha de Itaparica, assim
como o ordenamento da ocupação do solo do seu entorno, é indispensável levantar
e mapear todas as informações necessárias para embasar os estudos de
viabilidade, o projeto e o modelo de gestão”. Complementa: “várias etapas terão que ser vencidas antes
de dar inicio às obras da ponte...”
Como se nota, o senhor Cedraz
em nenhuma ocasião diz ser contra a construção da ponte, apenas alerta para
determinados cuidados que se deva ter para sua construção. Um parecer
absolutamente técnico. Nada contra a ponte. Em suma, não diverge.
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