Pouca gente sabe que o nosso Solar do
Unhão na Contorno já foi uma fábrica de rapé. Sim! Rapé! Era um produto
originário do fumo ou era o próprio fumo ralado.
Solar do Unhão
- Caixa de rapé inglesa
Foi usado inicialmente pelos
indígenas. É considerado terapêutico, e algumas etnias também o preparam
com enteógenos como as sementes de paricá. Entretanto, o rapé
indígena é apenas para consumo não-ritual, e cada etnia possui suas próprias
receitas. Os kaxinawá (hunikui) do Acre o
preparam com meia porção de tabaco e meia porção de cinzas de madeiras
selecionadas. Consomem o rapé com grandes canudos em forma de V chamados
tipí, pois nesse caso não aspiram, e sim são "soprados" por um
parceiro.
Relatam que o rapé se usa
para esfriar o corpo, pois quando se trabalha muito debaixo do sol, ao ir tomar
banho de água fria das cacimbas, pode-se pegar um resfriado, e é bom cheirar
rapé antes. Mais que estimulante, portanto, o que o uso do rapé faz é baixar a
pressão.
Nobre cheirando rapé
Em 1561, Jean Nicot, embaixador da França em Lisboa, que descreveu as propriedades
medicinais do tabaco como uma panaceia em seus escritos, é creditado por ter
introduzido o rapé na corte de Catarina de Médici para tratar suas fortes e persistentes
dores de cabeça.1 3 Catarina
de Médici ficaria tão impressionada com suas propriedades curativas, que
prontamente declarou que o tabaco passaria a ser denominado Herba Regina, (em latim, Erva Real), e seu selo real de
aprovação ajudaria a popularizar o rapé entre a nobreza francesa.
Catherine de Médicis
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