domingo, 28 de dezembro de 2014

A EVOLUÇÃO DO BANHO DE MAR E SUAS ROUPAS

Salvador é uma cidade eminentemente “praiana”, ou seja, suas principais ruas e avenidas tem o mar como cenário maior. Consequentemente, os prédios residenciais, os grandes hotéis procuram ser construídos “a beira mar” e para quem pode, constrói uma casa de praia em frente ao mar.

Mas nem sempre foi assim. No Rio por exemplo, em 1917, o prefeito carioca Amaro de Brito regulamentou os horários de funcionamento das praias. Inicialmente, as senhoras banhavam-se de madrugada para não serem vistas. De 1º de Abril a 30 de novembro, podia-se entrar n’água das 6 h às 9 h e das 16h às 19h. No verão, das 5h às 8 h. e das 17h às 19h. Quem fosse pego em outros horários era punido com multa ou cinco dias de cadeia.

A liberdade de freqüentar a praia sem a perseguição da policia começou com os esportes aquáticos. Em 1880 aconteceram às primeiras regatas e a primeira mulher a vestir um maiô de peça inteira, colado ao corpo, foi a campeão olímpica Annette KELERMAN na Olimpíada de Estocolmo em 1912.


EM 1946, o francês Louis Reard chocou o mundo ao mostrar dançarinas de cabaré com o umbigo à mostra, vestidas apenas com a sua invenção, o biquini, 


15 anos depois, a polêmica chegou ao Brasil: o biquini foi proibido nas praias nacionais pelo pacote moralista do presidente Jânio Quadros que vetou também corridas de cavalo, rinhas de galo e o lança perfume. Mas a moda já tinha pegado por aqui fazia tempo.

Proibir algo assim é coisa de maluco mesmo.



Em 1964 a novidade foi o monoquíni (ou topless) que foi criticado pela igreja, mas apoiado por Roberto Carlos em músicas como “Eu sou fã do monoquíni”. Em 2000 depois de tirar a parte de cima do biquini na praia do Recreio, a carioca Rosemeri Costa foi presa por 20 policia.

Mas nem udo é perfeito. Inventaram algo tentando imitar a coisa para homens. Foi um desastre:

Monoquini

Em Salvador, nota-se a aversão pelas praias e o mar quando se construíram as primeiras casas desde a Vitória até Santo Antônio. A frente é voltada para a avenida e o fundo para as encostas.
Vale salientar nessa oportunidade que desde os tempos de Tomé de Souza, decretaram que todo o lixo produzido na cidade que era alta fosse jogado na parte baixa. Praticamente foi assim que começou o aterro do Comércio.


praia do farol

Mas, voltando ao passado, vejamos como era o banho de mar de antigamente:




sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

LADEIRA DA CONCEIÇÃO DA PRAIA - SERIA A PRIMEIRA DAS LADEIRAS DE SALVADOR.?..


Quando Tomé de Souza transferiu sua frota do Porto da Barra para a Enseada da Preguiça por questões de segurança, aproximou-se do ponto onde seria montada a Cidade de Salvador no alto da colina. Claro que precisava de um ponto menos íngreme para alcançar o local onde seria montada a cidade. Vejamos na ilustração abaixo esta situação já com novos elementos acrescentados através dos tempos.



Ilustração: Seta vermelha indica a Igreja de N.S. da Conceição;  Seta Azul indica o caminho tomado pelos colonos para alcançar à Praça Castro Alves; Seta amarela mostra os elevadores.

Em sendo assim, a Ladeira da Conceição teria sido a primeira ladeira de Salvador. Essa primazia é dividida com a Ladeira da Preguiça que fica ao lado da Conceição da Praia. É difícil determinar.



Ladeira da Conceição da Praia

Artífices da ladeira da Conceição

Estás a passear ou....?





terça-feira, 16 de dezembro de 2014

AVENIDA 7 DE SETEMBRO- UMA INFLUENCIA DE PARIS

A Avenida 7 de setembro, a grande obra de J.J. Seabra, teve visível influencia das obras realizadas em París entre 1809-1891 pelo Barão George Haussmann (1809 – 1891),

Da mesma forma como aconteceu no Rio de Janeiro, em Salvador abriu-se novas avenidas, com notável destaque para a av. 7 de setembro, realizada no governo J.J Seabra entre os anos 1912/1924.

Este trabalho visa mostrar como era a cidade de Salvador antes da atual av. 7 de Setembro:

Mercês
Rosário
Piedade

Obras do Sulacap


Vitória
atual trajeto


São Bento
Mercês
ROSÁRIO

Igreja das Mercês


Com a execução de todas estas obras,
Haussmann acabou criando um estilo, onde todas
as reformas que ocorreram ao molde de Paris –
abertura de grandes avenidas, demolições de
velhas edificações, higienização da cidade e
implantação de serviços urbanos – passaram a ser
classificadas como “haussmanniana”.

domingo, 7 de dezembro de 2014

UM JEITO PARA NOSSO FUTEBOL

Mais uma vez o futebol baiano está na segunda divisão do futebol brasileiro, mas desta vez é diferente de outras ocasiões. Temos um dos melhores estádios do País digno dos maiores espetáculos desse esporte, ou seja, é um palco para receber os maiores clubes, consequentemente, os maiores craques que estejam em ação. Contrariamente, por cerca de um ano, a Fonte Nova, chamada agora de Arena, irá receber, por exemplo, o Arapiraca e assemelhados. Rigorosamente, estaremos assistindo a espetáculos de segunda categoria, os mambembes da vida.


Os especialistas do esporte chamado beltrão tentam iludir o público convidando-o a comparecer ao estádio de qualquer maneira com conhecidas manchetes de que Bahia e Vitória precisam voltar à Primeira Divisão e que para tanto o público precisa comparecer em massa ao estádio, como se nada tivesse acontecido.
Claro que todos estão a defender seus salários nas emissoras e jornais e em alguns casos até o seu próprio emprego, essa é a verdade.
Compreende-se a situação, mas concomitantemente seria necessária a abertura de uma campanha junto ao público de um modo geral incitando-o a colaborar efetivamente com os clubes tornando-se sócio contribuinte como acontece com os clubes da Europa, mesmo de São Paulo, clubes esses que chegam a ter perto de quinhentos mil sócios.
Mas na Bahia é diferente. Não há essa conscientização. É de todos sabido. Então que se use o pagamento obrigatório, ou seja, em cada ingresso vendido, cobrar-se-ia uma taxa fixa de 5 reais destinada a cada clube como sendo uma contribuição associativa de cada torcedor.

Seja qual for a renda, essa taxa seria sagrada e repassada todos os meses a cada clube dispujtante.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

DIA DE SANTA BÁRBARA

Hoje é dia de uma grande santa. Santa Bárbara. Também é meu dia. Nasci nesse dia. Como de costume, presto-lhe minha homenagem da melhor forma ;  penso nela, rezo por ela e com ela. Visto-me com algum complemento vermelho, sua cor., Faço o que posso, por exemplo; mando uma de minha filhas fazer um caruru. È de costume.Acendo velhas. Rezo por ela e por todos  ao meu redor; rezo também pelos mais necessitados; que Santa Bárbara os proteja.


SANTA BÁRBARA





domingo, 23 de novembro de 2014

FÁBRICA DE RAPÉ DO SOLAR DO UNHÃO

Pouca gente sabe que o nosso Solar do Unhão na Contorno já foi uma fábrica de rapé. Sim! Rapé! Era um produto originário do fumo ou era o próprio fumo ralado.

Solar do Unhão

  1. Caixa de rapé inglesa

Foi usado inicialmente pelos indígenas. É considerado terapêutico, e algumas etnias também o preparam com enteógenos como as sementes de paricá. Entretanto, o rapé indígena é apenas para consumo não-ritual, e cada etnia possui suas próprias receitas. Os kaxinawá (hunikui) do Acre o preparam com meia porção de tabaco e meia porção de cinzas de madeiras selecionadas. Consomem o rapé com grandes canudos em forma de V chamados tipí, pois nesse caso não aspiram, e sim são "soprados" por um parceiro.

Relatam que o rapé se usa para esfriar o corpo, pois quando se trabalha muito debaixo do sol, ao ir tomar banho de água fria das cacimbas, pode-se pegar um resfriado, e é bom cheirar rapé antes. Mais que estimulante, portanto, o que o uso do rapé faz é baixar a pressão.
Nobre cheirando rapé
Em 1561, Jean Nicot, embaixador da França em Lisboa, que descreveu as propriedades medicinais do tabaco como uma panaceia em seus escritos, é creditado por ter introduzido o rapé na corte de Catarina de Médici para tratar suas fortes e persistentes dores de cabeça.1 3 Catarina de Médici ficaria tão impressionada com suas propriedades curativas, que prontamente declarou que o tabaco passaria a ser denominado Herba Regina, (em latim, Erva Real), e seu selo real de aprovação ajudaria a popularizar o rapé entre a nobreza francesa.

Catherine de Médicis



sábado, 22 de novembro de 2014

A HISTÓRIA DE UM GRANDE HOSPITAL - PORTUGÊS

Estivemos fora do ar, como se diz, por certo tempo. A vesícula nos pegou. Ficamos internados no Hospital Português por determinado tempo. Claro que ficamos conhecendo por dentro o tradicional estabelecimento hospitalar da cidade no que se refere ao tratamento do cliente. Entramos em contato com grandes profissionais de saúde, especialmente Dr. Roberto Valente. Gente muito boa. Competentíssimo e um homem extremamente simpático. Cura o corpo e a mente.

Claro que não poderíamos deixar passar a oportunidade de reviver a história desse hospital feita há algum tempo atrás nesse blog.

1-    O nome original do Hospital Português era “Sociedade de Beneficência Dezesseis de Setembro.” Sinceramente, não sabemos a razão dessa data.

2-      Começou a funcionar no local onde é hoje o Hospital da Sagrada Família no chamado Alto do Monte Serrat, mais nas proximidades do Bonfim.

Antigo Hospital Português, hoje Hospital da Sagrada Família


3  Transferiu-se para a Cidade Alta na Av. Princesa Izabel onde existia um palacete pertencente à família José de Sá. Antes tentaram outros locais como as mansões pertencentes às famílias Antônio Carlos Soveral e José Joaquim Fernandes Dias no Corredor da Vitória.

Palacete José de Sá- Extraordinário








Hospital Português na Princesa Izabel

A  escritura foi lavrada em 1930 e as antigas instalações na Cidade Baixa foram vendidas em 1938.

No seu plano de expansão o hospital enfrenta um problema. Entre a igreja e uma nova unidade na Princesa Izabel acha-se uma prédio velho (número 13) que, parece que o proprietário estaria pedindo muito alto. Parece que não se chega a um acordo e o prédio permanece no local, absolutamente degradado e coberto de mato por todos os lados. Claro que o mesmo corre sério risco de desabamento com risco às pessoas que circulam no local. Claro que o hospital não teria culpa. Seria mais do proprietário ou da Prefeitura que ainda não interviu.
Número 13





     










segunda-feira, 3 de novembro de 2014

NOSSA SENHORA DE BROTAS DE SALVADOR E DE PORTUGAL

Em 5 de julho de 2011, tivemos ocasião de publicar uma postagem sobre o bairro de Brotas. Tratamos da origem de seu nome. Por quê? Havia alguma dúvida? Sim! Havia!

Certos segmentos diziam que o nome Brotas é originário de Glotas que significa “olho d’Água, ou seja,   que brota da água; mato ou capim e por ai vai.

Pouca gente admitia que Brotas fosse originário de Nossa Senhora de Brotas em Portugal, distrito de Évora onde existe uma igreja dedicada à Nossa Senhora de Brotas construída pouco antes de 1424.



Agora, recebo de Brotas um e-mail da autoria do padre Mario Tavares de Oliveira, pároco de Brotas – Portugal, elogiando este blog pela definição mais do que correta do nome Brotas.



Padre Mário Tavares de Oliveira - Pároco de Brotas, Portugal

Meu prezado amigo, permita que o trate deste modo. Sou P. Mário Tavares de Oliveira, actual pároco de Brotas, Portugal. Parabéns por ter corrigido a origem do nome de Brotas. Hoje esteve aqui no Santuário de Portugal uma peregrinação da Paróquia de Brotas de São Salvador da Baía com o seu pároco Mons. Edmilson Macedo. Foi maravilhoso. Demos abraços do tamanho do Atlântico! Foi um momento de resgatar a história, no dizer de Mons. Edmilson. Junto anexo algumas fotos.
Grande abraço"
P. Mário

E surpresa, aliás, agradável surpresa: um grupo de baianos da Paróquia de Brotas de Salvador visitava a Igreja Nosssa Senhora de Brotas em Portugal. Vejam uma das fotos enviadas pelo referido padre:



Baianos em Brotas - Portugal - até com bandeira da Bahia


Igreja Nossa Senhora de Brotas - Salvador-Bahia

sábado, 1 de novembro de 2014

A CRISE DE ÁGUA EM SÃO PAULO

A crise de água em São Paulo é mais séria do que se possa imaginar. Não se imaginava que pudesse acontecer! Afinal de contas, em São Paulo chove muito. Chuvas intermináveis, volumosas, a capital dos raios em todo o mundo, essas coisas. 

Sistema Cantareira - Limite 0

 A população está ameaçada de ficar sem o precioso líquido. Muitas indústrias terão que fechar as portas. A maioria depende de água. O turismo também será prejudicado. Os hotéis tendem a ficar sem água. São Paulo como um todo, tende a parar. Será o caos.

Ai, a nossa presidente sendo inquirida numa entrevista na TV deixou bem claro que o Governo Federal não tem nada a haver com o problema: “A questão da água é dos governos estaduais”, afirmou.

Jogou a bola para o outro lado de uma forma um tanto quanto irresponsável, desde que com fins e propósitos exclusivamente políticos. Havia perdido as eleições em São Paulo.


Mas a senhora presidente está redondamente enganada. Primeiramente, porque se São Paulo parar, para o Brasil. Por outro lado, ela desconhece o que seja a ANA (Agência Nacional de Águas). Foi criada pela Lei 9.984/2000 e regulamentada pelo decreto 3.692/2000 e é responsável pela implementação da gestão dos recursos hídricos brasileiros. Tem como missão regulamentar o uso das águas, dos rios e lagos de domínio da União e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, garantindo o seu uso sustentável, evitando a poluição e o desperdício e assegurando água de boa qualidade em quantidade suficiente para a atual e as futuras gerações.

Estamos ferrados!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

INEMA: A PRAIA DOS PRESIDENTES

A Presidente está na Bahia para descanso e mais uma vez na Praia de Inema, no subúrbio ferroviário de Salvador. 

Nessa praia já estiveram os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula, bem como a própria Dilma em outra oportunidade.

Por essa razão, já está sendo chamada de “Praia dos Presidentes”.

Deve ser uma praia maravilhosa? Sem dúvida que é, afora as circunstâncias naturais de segurança. Nas proximidades funciona a Base Naval de Aratu, pertencente à Marinha do Brasil.

Este blog já teve a oportunidade de editar uma postagem sobre a mesma em 2 de novembro de 2010 e agora seleciona alguns informes, atendendo ao aumento da curiosidade do público em razão das últimas eleições.

Primeiramente, destaca a localização dessa praia no contexto da Baia de Todos os Santos. Fica ao fundo da mesma. Vejam as fotos aéreas pelo sistema Google Earth:




Logo após vejamos o significado de INEMA em tupi-guarani: “água apodrecida”, nada condizente com a sua importância e fama.

É que os índios ao seu tempo denominavam os acidentes geográficos conforme suas características e uma das características dessa praia é possuir uma água misturada com calcário em suspensão que a torna turva.

Aliás, uma das razões da instalação no local, anos atrás, de uma fábrica de cimento (CIMENTO ARATU) foi a grande quantidade desse mineral em toda esta região, principalmente o Conquífero formado pela acumulação de conchas.

Antiga Fábrica de Cimento Aratu 

Ante a surpresa que nos assaltou, fomos pesquisar nomes parecidos com Inema e o mais próximo encontrado foi IPANEMA, famosa praia carioca. Seu significado é bem aproximado ao de Inema: água suja.


Praia de Ipanema
Excluindo os extraordinários morros do Rio de Janeiro, a Paia de Inema é muito mais bonita. Vejam:
Enseada de Inema (Incluem-se a Praia do Tubarão e a Praia de Inema).
Extraordinária praia de Inema


Vista do mar