terça-feira, 19 de julho de 2016

A NOVA RAIA DE REMO DE SALVADOR

Poucos sabem que a raia de remo dos Tainheiros é oficializada pelo Departamento Nacional de Portos e Navegação desde 1940, ou seja, há 76 anos. Verdade que a oficialização não teria sido movida essencialmente por causa das provas de remo e sim porque era e é local de pouso de aviões de pouso n’água, ainda hoje existentes. 

Como as provas de remo em Salvador, sempre foram realizadas nesse espaço, ela foi oficializada pelo governo. Deveria está sempre livre para uma necessidade de pouso.

Não é o que se vê hoje. Dezenas de marinas foram construídas nessa área, tornando o espaço sempre congestionado por embarcações de todos os tipos e classes. Um perigo para a aeronáutica! Uma morte para o remo.

Há de se pensar se não estaríamos sendo demasiadamente rigorosos contra as marinas, desde que elas foram construídas na beirada do cais da Ribeira, sem nenhum prejuízo do percurso das provas de remo. Mas há um detalhe a ser observado: o prejuízo técnico, digamos assim: queremos nos referir à intensa movimentação das embarcações no percurso das provas de remo em dias de regata. Somos testemunhas desse detalhe num dia que assistíamos a uma regata: um grande catamarã atravessava a raia de remo sentido Lobato-Ribeira no momento exato do desenvolvimento de um páreo de quatro sem (isto é, sem patrão). Por pouco não houve uma coalização, mas certamente, houve um prejuízo técnico às guarnições que pouparam a velocidade de seus barcos. Fosse um avião e haveria uma grande coalizão.


Todo esse palavreado, dirão alguns, foi necessário para justificar a necessidade de uma nova raia de remo para Salvador, livre desses percalços que tendem a aumentar com o crescimento das marinas na Ribeira. Inicialmente, pensou-se em Pituaçú, infelizmente falta largura nesse espaço e não se vai bulir neste local sob nenhuma hipótese.
Pituaçu
O que fazer então? Felizmente surgiu agora uma oportunidade: o cais do porto já começou a ser descoberto com a construção de uma estação de passageiros, praticamente toda de vidro ou, pelo menos, grande parte.

Pena, entretanto, que as áreas do lado do mar, tenham sido como que demarcadas com telas de arame, sustentadas por horríveis estacas de concreto. Meu Deus! Que ideia terrível! Deveriam ser com tubo de aço cromado prateado como se fez em alguns lugares da orla como. por exemplo, na área do Cristo.

Estação marítima de Salvador

Horrível


Balaustrada do Cristo

Esta situação cria a oportunidade de se fazer uma raia de remo no porto, tão logo seja retirada os sete ou oito armazéns que chegam a alcançar a antiga Água de Meninos. Ai, teremos o mar a nossa disposição na sua beleza e originalidade; também o vento correrá livre de tropeços em seu caminho. Enfim, teremos a beleza da natureza aos nossos olhos. Salvador merece esse presente.

Em vermelho a raia de remo do Porto