É sabido que
Salvador foi escolhida como primeira capital do Brasil em razão de sua posição
estratégica que a Baia de Todos os Santos representava para os navegadores
portugueses, já que por ali escoava a maior parte do pau-brasil obtido. Esta
baia tinha todas as condições naturais para a parada segura de suas embarcações.
Claro que
essas condições foram logo percebidas por outras nações que, constantemente,
viam até aqui com suas naus, não somente para reabastece-las, como se apossar do Pau
Brasil, na época considerado de grande valor.
Pau Brasil
Pau Brasil em tempos floridos
Folhas
Para quem
não sabe, o pau Brasil é uma madeira nobre, destinada especialmente para a
construção de instrumentos musicais como
violino e violão celo, bem como móveis de luxo. A resina vermelha era utilizada
pela indústria têxtil européia como uma alternativa aos corantes de origem
terrosa e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado ao
aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria. Naturalmente, criou -se uma
enorme demanda no mercado, o que forçou uma rápida e devastadora “caça” ao
pau-brasil nas matas brasileiras. Em pouco menos de um século, já não havia
mais árvores suficientes para suprir a demanda e esta atividade econômica foi
deixada de lado, embora espécimes continuassem
a ser abatidos ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de
hoje) usada na confecção de arcos para violino e móveis finos. O Pau Brasil é
também conhecido através outros nomes como sendo a ibirapitanga, orubatã, brasileto, e outros, bem como foi muito utilizado na construção civil e trabalhos de torno.
Cessada a busca do Pau Brasil, a presença de naus de outras nações continuaram por aqui, desde que Salvador incorporou novas atividades: um porto de apoio as rotas do Oriente e se tornou um grande centro de exportação de açucar. Apesar da importância dessas atividades sumamente importantes, a cidade não possuía um sistema de segurança à altura da mesma, muito embora tivesse uma estrutura geográfica ideal para se tornar um local efetivamente seguro. Nesse ponto, D. João III, Rei de Portugal, resolveu nomear um Governador para o Brasil. Coube a Tomé de Souza a incumbência e aqui chegou em 1549.
De principio, o próprio projeto da construção da cidade firmava-se num formato basicamente defensivo. A cidade começou a ser construída no local mais alto e protegido, cercado por pântanos quase intransponíveis e com vista sobre toda a Baia de Todos os Santos.
Efetivamente, a primeira defesa militar construída foi uma grande muralha de taipa e barro, apenas suficiente contra as flechas de índios. Posteriormente, a muralha foi ampliada e reforçada com pedra e cal, ganhando baluartes no lado de frente para o mar e torres encasteladas nas portas voltadas para São Bento e o Carmo. Somente no século XVI, ante a uma grande ameaça estrangeira levou ao aumento do número de posições fortificadas em Salvador.
Abaixo um trabalho mostrando o sistema de defesa de Salvador:
Abaixo um trabalho mostrando o sistema de defesa de Salvador:
Este blog já comentou sobre a maioria dos fortes dessa relação. Faltava um trabalho mais completo sobre o Reduto do Rio Vermelho.
Era um forte localizado onde hoje está localizada a nova igreja do Rio Vermelho e à direita a Casa da Sereia e uma Colônia de Pescadores.
Rio Vermelho antigo - A figura vermelha indica posição desse reduto - Vê-se ainda as paredes do antigo forte.
A nova igreja do Rio Vermelho. Antes, no local existia o Reduto do Rio Vermelho
Planta do Reduto do Rio Vermelho
Muro do antigo forte do Rio Vermelho
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