Poucos sabem que a raia de remo dos Tainheiros é
oficializada pelo Departamento Nacional de Portos e Navegação desde 1940, ou
seja, há 76 anos. Verdade que a oficialização não teria sido movida
essencialmente por causa das provas de remo e sim porque era e é local de pouso
de aviões de pouso n’água, ainda hoje existentes.
Como as provas de remo em
Salvador, sempre foram realizadas nesse espaço, ela foi oficializada pelo
governo. Deveria está sempre livre para uma necessidade de pouso.
Não é o que se vê hoje. Dezenas de marinas foram construídas
nessa área, tornando o espaço sempre congestionado por embarcações de todos os
tipos e classes. Um perigo para a aeronáutica! Uma morte para o remo.
Há de se pensar se não estaríamos
sendo demasiadamente rigorosos contra as marinas, desde que elas foram
construídas na beirada do cais da Ribeira, sem nenhum prejuízo do percurso das
provas de remo. Mas há um detalhe a ser observado: o prejuízo técnico, digamos
assim: queremos nos referir à intensa movimentação das embarcações no percurso
das provas de remo em dias de regata. Somos testemunhas desse detalhe num dia
que assistíamos a uma regata: um grande catamarã atravessava a raia de remo
sentido Lobato-Ribeira no momento exato do desenvolvimento de um páreo de
quatro sem (isto é, sem patrão). Por pouco não houve uma coalização, mas
certamente, houve um prejuízo técnico às guarnições que pouparam a velocidade
de seus barcos. Fosse um avião e haveria uma grande coalizão.
Todo esse palavreado, dirão alguns,
foi necessário para justificar a necessidade de uma nova raia de remo para
Salvador, livre desses percalços que tendem a aumentar com o crescimento das
marinas na Ribeira. Inicialmente, pensou-se em Pituaçú, infelizmente falta
largura nesse espaço e não se vai bulir neste local sob nenhuma hipótese.
Pituaçu
O que fazer então? Felizmente
surgiu agora uma oportunidade: o cais do porto já começou a ser descoberto com
a construção de uma estação de passageiros, praticamente toda de vidro ou, pelo
menos, grande parte.
Pena,
entretanto, que as áreas do lado do mar, tenham sido como que demarcadas com
telas de arame, sustentadas por horríveis estacas de concreto. Meu Deus! Que
ideia terrível! Deveriam ser com tubo de aço cromado prateado como se fez em
alguns lugares da orla como. por exemplo, na área do Cristo.
Estação marítima de Salvador
Horrível
Balaustrada do Cristo
Esta situação cria a oportunidade
de se fazer uma raia de remo no porto, tão logo seja retirada os sete ou oito
armazéns que chegam a alcançar a antiga Água de Meninos. Ai, teremos o mar a
nossa disposição na sua beleza e originalidade; também o vento correrá livre de
tropeços em seu caminho. Enfim, teremos a beleza da natureza aos nossos olhos.
Salvador merece esse presente.
Em vermelho a raia de remo do Porto
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