Em 26 e 28 de outubro de 2009, tivemos ocasião de nos referir à Ponta do Humaitá, esse extraordinário local de Salvador, localizado na Península de Itapagipe, mais precisamente no Bairro de Monte Serrat. Além da sua igrejinha onde abriga Nossa Senhora de Monte Serrat, tratamos especialmente de uma residência próxima dela que é uma das mais antigas de nossa capital, ainda em bom estado de conservação. Ela foi construída em 1619.
Como isto aconteceu? Naquela oportunidade dos blogs de 2009, juntamos as duas fotos seguintes:.
Em lugar da varanda com as seis colunas, construíram um paredão divisório na casa ao lado. A seta indica-o.
Mostra a igreja em destaque e ao seu lado esquerdo o casarão de 1619, ainda livre das casas ao lado, principalmente aquela que lhe é junto. Vê-se, apenas, após o casarão, uma construção de dois andares relativamente bem afastada.
A verdade tarda, mas não falha.
Dizíamos naquela oportunidade que, nessa residência teria morado o Padre Antônio Vieira. Somente morado, desde que o grande sacerdote de nacionalidade portuguesa, só chegou ao Brasil em 1614, ainda menino. Logo, ele não patrocinou a construção do imóvel como às vezes é citado. Residia no centro de Salvador com seus pais. Presume-se que a construção tenha sido realizada por quem herdou esse pedaço de terra do Conde Garcia D’Avila ou o próprio, ele que era proprietário de todo esse espaço e tantos outros. O difícil é saber qual dos Dias d’Ávila foi realmente o responsável pelo feito. O primeiro deles chamava-se Garcia de Souza d’Ávila e era filho de Thomé de Souza. Faleceu em 1609, dez anos antes do ano que a placa aponta (1619). Não pode ter sido ele. Em seguida vieram: Francisco Dias d’Ávila, Garcia d’Ávila II, Cel. Francisco Dias d’Ávila, Francisco Dias d’Ávila Pereira e Cel. Garcia d’Ávila Pereira III. Esse último nasceu em 1680 e faleceu em 1734. Está fora de cogitação. Deve ter sido o penúltimo deles, o Francisco Dias d’Ávila Pereira.
Completávamos, ela foi construída na parte mais bem protegida da ponta. Originalmente, tinha quatro lados avarandados a fim de aproveitar a amplitude do local. Hoje possui apenas três lados, desde que a parte anterior ao mar foi terrivelmente sacrificada.
Em lugar da varanda com as seis colunas, construíram um paredão divisório na casa ao lado. A seta indica-o.
Já na foto acima, vê-se uma coluna embutida na parede. Mais cinco dessas colunas faziam parte desse lado onde se encontra hoje a referida parede. Foram todas demolidas. A casa que tinha quatro lados avarandados hoje só possui três.
Não temos a menor dúvida desse detalhe. E para comprovar o que se está dizendo, eis que nos chega às mãos uma pintura do artista baiano Diógenes Rebouças, justamente desse pedaço da Bahia.
Mostra a igreja em destaque e ao seu lado esquerdo o casarão de 1619, ainda livre das casas ao lado, principalmente aquela que lhe é junto. Vê-se, apenas, após o casarão, uma construção de dois andares relativamente bem afastada.
A verdade tarda, mas não falha.
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