Dois anos atrás escrevemos que o Carnaval baiano está passando
por uma transformação digna de nota. Está parecendo o Carnaval de antigamente
quando os foliões após brincarem na rua, iam para os clubes e lá encerravam a
noite.
Carnaval de clube
Referimo-nos aos camarotes que se multiplicam a cada ano. A
avenida está cheia deles.
Mas os camarotes têm uma categoria que os clubes não tinham.
Verdade! Mas não estamos nos referindo ao conforto de uns e de outros. Estamos
focalizando ao hábito, ao costume, a seqüencia da “brincadeira que é o
Carnaval.
Anteriormente, o folião ia para a avenida por volta das 9
horas da manhã; brincava até as 14 ou 15 horas. Almoçava em casa e dormia até as
19 horas. Em seguida, colocava a
fantasia e ia para o clube onde ficava até às 4 horas da manhã seguinte.
Hoje, o folião dorme a manhã toda. Almoça e vai para a
avenida entre 14 e 15 horas. Procura o seu bloco; sai com ele e ao final do
percurso se dirige para um camarote e lá fica até as 4 horas da manhã seguinte.
Como se nota, há grande semelhança de comportamento entre um
e outro.
Camarotes
Nesse contexto há uma grande ironia: se o Carnaval de rua
deu fim ao Carnaval de clube entre quatro paredes, dando fim a um processo,
esse mesmo “Carnaval de rua” está ressuscitando antigos hábitos de brincar
inicialmente na rua e depois se recolher num camarote até 4 ou 5 horas da manhã
seguinte.
Rigorosamente, os dois sistemas são bem parecidos. É praticamente
a mesma sequência.
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