segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

LAVAGEM DO BONFIM PODERIA TER SIDO ASSIM

Em postagem feita ha poucos dias, tivemos ocasião de colocar uma foto da igreja do Senhor do Bonfim onde a colina onde ela está é quase toda rodeada pela Enseada dos Tainheiros, a exceção apenas do chamado Alto do Monte Serrat, por onde se fazia o acesso das pessoas ao local.


Nessas condições, ao tempo dessa foto por volta de 1800, ainda não havia todo o maciço onde é hoje o Uruguai, Caminho de Areia, Maçaranduba, Dendezeiros, Bairro Machado, Jardim Cruzeiro, etc. Tudo isto era mar, mar da grande enseada de Itapagipe, dos Tainheiros, dos milhões de peixes que habitavam a região.

E como era a lavagem do Bonfim que hoje conhecemos como tal ou não havia lavagem?

Sem as características como hoje conhecemos, existia sim a lavagem que não era outra coisa senão uma representação de “limpeza” do grande templo que, naturalmente, era preparado com maior antecedência, geralmente pelos escravos.

E o povo que costumava participar do “evento”, afora aquele outro que se integrava à festa e vinha pelos altos do Monte Serrat, como chagava nas proximidades dos Bonfim?

Da mesma forma que os saveiros que traziam lenha para Salvador provinda do Recôncavo e das Ilhas: simplesmente chegavam pelo Porto da Lenha, na base contrária à enseada e da mesma forma que em dias comuns de trabalho, subiam a ladeira ali próxima.


Porto da Lenha

Ainda no contexto da grande festa, como se explicaria o surgimento da “segunda feira da Ribeira”ainda fazendo parte dos festejos ao Senhor do Bonfim?

Não há outra explicação senão o fato de que a imagem do grande Santo e de Nossa Senhora da Guia, foram grandes hóspedes da Igreja da Penha por cerca de 10 anos enquanto se concluía a construção da Igreja do Bonfim.  Enquanto isto se faziam as homenagens conhecidas.


Igreja da Penha 

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