Diz-se que no momento da decisão
de onde seria construída Salvador, Tomé de Souza e seu arquiteto Luiz Dias,
cogitaram escolher Itapagipe como local da nova cidade, possivelmente movidos
pela extraordinária beleza de seus
contornos e da existência de “elevados” (montes, por exemplo), que permitiria
uma visão do espaço que se cogitava preservar contra ataques de inimigos.
Itapagipe tinha tudo isto, mas
apresentava claramente uma grande inconveniência; ficava no fundo de uma baia e
poderia ser isolada de abastecimentos de diversas ordens.
Prevaleceu então o bom senso. Optou-se então por um local
elevado, praticamente na entrada da baía, protegendo-a e construir-se-iam
alguns fortes como foram os casos dos fortes Santo Alberto na Jequitaia e Monte Serrat bem
lá atrás. De sobra ainda se contava com o Forte do Barbalho e do Santo Antônio,
mais ao alto.
Estabelecida a cidade, desenvolvida sua estrutura, de logo
se apresentou um grave problema. Ela não
tinha um porto. Os navios ficavam ao largo. Mercadorias e passageiros usavam
balsas para alcançar os melhores pontos de desembarque, praticamente na praia.
Iniciaram então os trabalhos de aterro com lixo proveniente
da cidade alta. Tudo seria jogado em baixo. Há os que são de opinião que foi
usada areia e terra. De onde, há de se perguntar? Fiquemos com a primeira
hipótese, apesar de altamente degradante, mas com mais lógica.
Uma prova absolutamente incontestável de que o lixo da
cidade alta era jogado na cidade baixa que ainda se formava, é a disposição das
casas feitas em toda a encosta de Salvador, desde a Barra até Pirajá. Todas,
mas todas mesmo, têm o fundo voltado para o mar, a fim de facilitar o processo
natural de despejo das coisas de todas as pessoas.
Mais do que palavras, vejamos como era a Baia de Itapagipe
antes dos aterros que se fizeram
Belíssima imagem da Bacia do Cabrito \\(Arquivo de Desirèe Gantois)
As invasão do mar por palafitas (em azul)
Hoje é assim a Península de Itapagipe
A ponte
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