quinta-feira, 15 de setembro de 2011

BARRACAS DE PRAIA DE SALVADOR


A cidade ganhou recentemente mais duas praças, uma na Pituba denominada Wilson Lins e  outra em Ondina, com denominação desconhecida।


A praça da Pituba ficou muito a desejar. Essa é a opinião de muitos. Um espaço enorme onde poderia ter sido feito muita coisa e a sensação que se tem é de um enorme vazio, algo como que oco. Até mesmo o estacionamento é precário!


Falaram tanto num oceanário e a peça não saiu. Seria uma grande atração. No Brasil só existem três, um deles na Aracaju vizinha que vem atraindo turistas, principalmente baianos.
 
Aliás, diga-se de passagem, o baiano quando quer curtir uma orla de verdade, pega a Linha Verde e vai almoçar em Aracaju num dos seus bons e baratos restaurantes, inclusive naqueles estabelecidos na própria praia. Uma muqueca de camarão sai por R$25.00. Aqui é R$80.00.
 
È um programa bem melhor que ir até a Pituba, por exemplo. Não tem nada! Só a baiana de acarajé. Antigamente, existiam as barracas de praia, onde se tomava uma cerveja e se comia um tira-gosto legal. Batia-se um papo livre de um sol causticante, apreciando as belezas.

-Então, o senhor é a favor das barracas de praia que foram demolidas?
 
-Vamos por parte.
 
Em verdade, deixaram a coisa correr “a la vonté”. Surgiram centenas e mais centenas de barracas de todos os tipos e tamanhos. Por sua vez, os órgãos fiscalizadores não ordenaram seu funcionamento; não estabeleceram normas de instalação, principalmente aquelas ligadas à higiene e ocupação da faixa de praia. A barraca que já ocupava grande parte da praia, estendia essa posse até proximidades do mar com mesas, cadeiras e sombreiros das empresas de bebida.
 
A impressão que se tinha é que essas empresas pagavam aos barraqueiros por essa formidável propaganda – milhares de peças com o nome dos produtos - nas cadeiras, nas mesas, nos sombreiros
.
 E se não bastasse, ainda exigiam a exclusividade de consumo.
 
Fosse ao contrário, certamente que as barracas seriam bem estruturadas que nem as de Aracaju, ao ponto de serem enaltecidas na maioria dos sites de turismo daquele estado, inclusive os de órgãos do governo.
 
Enquanto isto as barracas daqui são demolidas à bem do interesse. público. Sim! O Ministério Público mandou demolir as barracas porque elas estavam "enfeiando" as nossas praias, prejudicando a população, poluindo o ambiente.
 
É um posicionamento contrário ao que se vê em Aracaju e muitas partes do mundo.
 
Vejamos, por exemplo, um anúncio publicado na internet de uma barraca em Fortateza:
 
“Descubra a América do Sol. A barraca que é o verdadeiro paraíso da sua família.

Fortaleza é conhecida no mundo inteiro por seu clima agradável, belas praias e sol o ano inteiro.
E como não podia faltar, aquela cerveja super gelada. Sem falar que na Barraca América do Sol você desfruta de toda a comodidade de wi-fi, duchas deliciosas, seguranças, guarda vidas e acessibilidade para os portadores de necessidade especiais. E como se não bastasse tudo isso, ela ainda oferece o melhor atendimento da praia.”


 
Enquanto as barracas são retiradas de nossa orla, os ambulantes infestam as praias com seus horrorosos isopores e sombreiros re-aproveitados, o que tornou a situação muito pior, um verdadeiro caos.
 
Mas caótica mesmo ficou a situação dos antigos proprietários de barracas e, por extensão, todas as pessoas que trabalhavam nesse setor. De um dia para a noite, milhares de famílias ficaram em dificuldades financeiras.

É estranho que não tenha se atentado para isto, criando alternativas, como por exemplo: nas duas praças recentemente inauguradas se fazia necessário um centro gastronômico, algo como pequenos bares como se vê em muitas cidades do mundo. Em meio a isto, um centro de artesanato. Que tal uma imitação de uma vila. Há tantas idéias. Pelo menos acabaria com o “vazio” e “a coisa ôca” que a praça da Pituba transfere às pessoas.

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