O gabarito de uma cidade é algo deveras importante em muitos
aspectos, inclusive financeiro. Já pensou uma pessoa proprietária de um terreno
na Avenida Oceânica em Salvador ou mesmo uma casa de dois ou três andares, não
poder subir com um prédio de 10 a 15 andares e ficar rico? Aliás, riquíssimo. É
duro, mas é a realidade. Não se pode construir nada acima da altura de cerca de
10 metros.
A principal alegação dos poderes públicos: prédios altos
nessa importante parte de nossa orla farão sombra sobre a Praia do Farol. Não
pode e não deve. Mais do que justo, pelo bem coletivo.
Mas esse mesmo proprietário quando olha para a esquerda onde
se encontra o Edifício Oceania deverá comentar indignado: e então, porquê deixaram construir o Edifício
Oceania? Tem oito andares só de apartamentos e mais uma parte inferior
destinada a eventos, etc. etc.. No final, tudo corresponde a uma altura de um
prédio de pelo menos 12 andares. E ele deve fazer sombra naquela pontinha da praia junto ao morro e na melhor hora de sol
para a saúde. Tem que fazer!
Não sabe esse proprietário e agora fica sabendo que houve um
“artifício” digamos assim, quando da construção desse extraordinário prédio.
Apresentaram o projeto à Prefeitura como sendo um edifício que seria erguido na
Rua Marquês de Leão, 36, esquina com a Avenida Oceânica.
Só que os encarregados no assunto da Prefeitura não
perceberam, ou não atentaram, que a lateral esquerda do referido prédio tomava cerca
de 50 a 70 metros da Av. Oceânica.
Mas isto não deveria acontecer, é ilegal, dirão muitos. Mas
aconteceu e hoje o prédio é tombado. Não se pode bulir nele e nem se deve. Já
faz parte do grande cenário do qual faz parte, junto com o Farol da Barra.
Mas essa exceção não deveria provocar uma alteração do
gabarito dos demais prédios ao seu lado, inclusive o Ed. Portela, que mais
parece um anexo do grande edifício?
Há de se reparar também o recuo do referido prédio com vista ao aumento da largura da grande avenida. No caso do Oceania ele avança sobre o espaço do recuo.
Há de se reparar também o recuo do referido prédio com vista ao aumento da largura da grande avenida. No caso do Oceania ele avança sobre o espaço do recuo.
Sem dúvida que é discutível. Muito discutível.
Guardadas as devidas proporções, está acontecendo em Nova
York algo muito significativo de relação a essa questão de gabarito. A cidade tinha um determinado padrão de
altura (o gabarito não deixa de ser um padrão). Uns ligeiramente mais altos que
outros, mas nada de excesso. O conjunto era até harmonioso.
Estão construindo um prédio de 468 metros de altura que
deixa a “cidade” lá em baixo. Virou tudo prédios anões, de certa maneira, que nem o Portela.
432 Park Avenue
E acrescente-se que o edifício tem um aspecto um tanto quanto simplório e tanto é verdade que já está sendo chamado de "Palito" - TOOTHPICK.
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