O autor desse blog produziu um livro ao qual chamou de “Alagados”. Quase ao final do mesmo, os antigos saveiros da Bahia são focalizados. É um assunto bem “cidade baixa”, portanto absolutamente dentro do contexto do blog.
Como estamos próximos do Carnaval e tem muita gente que não brinca, fica em casa, pensei que talvez fosse o momento exato de transcrevê-los para deleite dos que gostam de ler. Poderão até gostar, pois tem ilustrações e muita informação sobre essas tradicionais embarcações. Não custa nada!
Nota - essa postagem é uma série. Pedimos que leiam as três anteriores para que possam entender melhor o sentido.
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Três meses após esse encontro, Garra comunicou a Bené que os saveiros estavam prontos. Só faltavam a pintura e a colocação dos nomes.
- Gostaria que fossem pintados com as cores da Bahia. De relação aos nomes, um vai chamar-se Sergey e o outro, Garra.
- Mas esses são nossos nomes!
- Por acaso, o senhor patenteou o seu nome? Se não, posso usá-lo na proa de um saveiro.
- Isso não está certo. Estou sentindo que se trata de uma fina gozação.
- Não é nada disto. É uma justa homenagem! Os senhores foram a fonte inspiradora do que está sendo feito. O desprendimento dos senhores me impressionou. Não pensei que existisse gente como vocês, permita-me tratá-los assim. Sacrificavam seus fins de semana por um ideal: recuperar uma tradição. Verdade que pouco conseguiriam, mas foi um início maravilhoso. Faltavam os arremates e a conclusão que eu dei. Mas se não houvesse este princípio, nada teria acontecido. Portanto, mais do que justo que seus nomes estejam gravados nas popas dos saveiros que voltarão a singrar as águas da Baía de Todos os Santos. Quero que o povo de Maré aplauda e grite os seus nomes. GARRA – SERGEY.
EPÍLOGO
O Centro de Abastecimento da Ribeira tornou-se um sucesso. Os saveiros da Bahia voltaram a singrar as águas da Baía de Todos os Santos. O “Garra” e o “Sergey” estavam entre eles.
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