Durante longos 5 meses, contamos a história da Cidade Baixa desde a Ponta da Penha até a Preguiça, mas o fizemos com detalhes, talvez nunca antes visto em blogs dessa natureza. A narrativa proveio de três anos de pesquisas e quarenta de vivência com a área.
Qual dos dois fatores foi o mais importante? Em verdade, o conjunto foi o mais decisivo. Se o pesquisador não tiver certa vivência com a coisa pesquisada, ele não sabe nem como começar ou aonde começar. Vai chutando para ver onde a bola cai.
Foi o que vimos quando consultamos as “histórias” existentes sobre essa parte de nossa cidade. Gente que talvez nem conheça o local ou o conhece muito superficialmente, “chutou” coisas incríveis.
Para não parecer leviandade o que estamos afirmando, houve gente que disse que a palavra HUMAITÁ, “não significava nada”. Outro disse que HUMAITÁ significava “a pedra agora é negra” e detalhou da seguinte maneira: Hu=negro / Ma=agora/ Itá =pedra.
Incríveis as afirmações acima! A primeira é como que uma “saída honrosa”. Não se compromete com nada. A segunda se compromete com tudo e dá em nada. Negro em tupi-guarani é “un” não “hu”. Não existe no alfabeto tupi-guarani a letra “h”. Ma=agora, inexiste e pedra em tupi-guarani é ita e não itá (com acento).
O pior de tudo é que esse pessoal indica até as fontes, só que essas estão secas da verdade das coisas. A gente morre de sede!
Passada a primeira fase de nossas pesquisas, pensávamos que havíamos esgotado o assunto. Será? Por exemplo, foram mais de 500 fotos (a maior parte não pôde ser postada). Milhares de anotações. Um trabalho insano, mas honesto, como dizia o outro.
Aí nos veio a idéia de transcrever algumas passagens de livro de nossa autoria sobre a Cidade Baixa. Inicialmente veio a história do casal de franceses que viveu durante certo tempo nos Alagados de Itapagipe (fato verídico) – postagens datadas de 29 a 30 de janeiro de 2010 com o título ALAGADOS- e, mais recentemente- 6-02-10 – ainda do mesmo “ALAGADOS”, contando a história de dois iatistas lutando pela recuperação dos nossos saveiros na Baía de Todos os Santos.
E por que fizemos? Primeiramente, são dois assuntos ligados à Cidade Baixa, portanto dentro do contexto a que se pretende este blog. Segundo, às vezes fica difícil explicar ou justificar determinadas situações sociológicas de um determinado fato, por exemplo, a vida das marisqueiras de Plataforma e Lobato. Romanceando ficou mais fácil.
No caso dos saveiros da Baía de Todos os Santos, algo de extrema importância sócio-econômica, só foi possível sentir a profundidade da intenção dos dois iatistas em fazer ressurgir os tradicionais saveiros de velas de içar, fazendo uma história. Acontece, porém, que, o fato também é verídico. Só que os verdadeiros nomes foram mudados. Não tinha autorização em contrário!
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