quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PORTO DE CARNAVAL



Através diversas postagens, tratamos do Porto de Salvador ( 2/3/4 e 23-12-09). Numa delas, transcrevemos um comentário publicado em um dos jornais da cidade sobre o porto. Ei-lo:
“Com carência de equipamentos, espaço saturado, maquinário obsoleto e alto índice de perdas de cargas – que chega a 39% do total conteinerizado no território baiano – o Porto de Salvador é o principal retrato das deficiências do sistema portuário brasileiro. Uma pesquisa com 200 executivos de companhias usuárias, concluída em janeiro pelo Centro de Estudos em Logística (CEL), ligado ao núcleo de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, posicionou o porto da capital baiana na última colocação entre os 18 principais portos do país. Enquanto a média nacional foi de 6,3 pontos, o Porto de Salvador ficou com meros 5,1, ganhando o título de pior porto do Brasil”.

Voltamos a ele para registrar que, durante o Carnaval, três grandes navios estiveram aportados no nosso porto. São aqueles enormes transatlânticos pertencentes a empresas estrangeiras que, no verão do hemisfério sul, realizam viagens de cruzeiros pelas principais capitais brasileiras.
 
 
Cada um desses navios transportam entre 2 a 3 mil passageiros. Vieram assistir ao Carnaval da Bahia. Devem ter pulado atrás do Trio Elétrico. Alguns devem ter assistido a festa nos camarotes. Como a festa é realizada perto da estação de desembarque, não deve ter sido um bom negócio para os taxistas. Também não foi um bom negócio para os hotéis e restaurantes, desde que os nossos visitantes dormiam e comiam no próprio navio (all inclusive). Devem ter tomado uma cervejinha de lata, desde que ninguém é de ferro.

Então, esses navios trazem mais prejuízos do que lucros ao nosso turismo?

Parece que sim! Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) “ há condições desiguais de competição entre os hotéis e os cruzeiros de cabotagem em relação a tributos, contratação de mão de obra e fornecimento de insumos nacionais (alimentos e bebidas entre outros). Outro ponto levantado pelos hotéis é a existência de cassinos a bordo de navios, prática que é proibida no Brasil”.
 
Roleta
 
Outra opinião: Para o presidente do Sindmar, Severino Almeida, “os cruzeiros competem de forma desleal com o setor hoteleiro, não geram empregos e põem em risco a navegação e o ambiente”.

Mais uma opinião, desta feita do senhor Rubens Augusto Régis, presidente da Resorts Brasil:”o crescimento da industria de cruzeiros nesta temporada, com um viés de “popularização”, pode ter afetado mais hotéis de três ou quatro estrelas em pontos turísticos tradicionais como o Nordeste”.

E agora?

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