Pedra Furada em Humaitá é um lugar diferente. Tem mar, mas não tem praia, mas praia de verdade com muita areia e permanente. Há um espaço bem estreito que de boa vontade parece uma praia, mas rigorosamente não é, pelo menos segura e permanente e tanto isso é verdade que se podem notar canoas na areia. Devem ter sido ali colocadas na maré cheia. Nos dias de maré alta (Luas Cheia e Nova), ela desaparece. Só o seu cais secular segura o impacto do mar. Ele tem 1 metro de largura por 3 de altura. È o único ainda existente em Salvador. Não tem nenhuma beleza estética; quem o construiu só pensou na segurança do local. Fez-lhe forte, robusto, sem nenhum floreio, a fim de suportar a força da maré que ao seu tempo devia ser maior do que é hoje.
Sabe-se que andaram bulindo ao eco-sistema de grande parte da península com a dragagem de areia para aterrar 1 milhão de metros cúbicos dos Alagados. Em determinadas áreas formaram-se novas praias com o acentuado recuo do mar. Talvez a "prainha” que se vê numa das suas extremidades, seja conseqüência desse reboliço.
A maré quando está de enchente, bate no cais secular. Quando está de vazia, descobre uma floresta de corais e pedras de até 300 metros de extensão para fora. É um fenômeno que acontece em diversas localidades da Baía de Todos os Santos, inclusive Pedra Furada.
Em postagem feita a dois anos atrás, esclarecemos por que Pedra Furada tem esse nome. Há um aqüífero na parte mais elevada do local. Sua água desce até uma determinada formação de pedras e sai por uma das suas partes.
Não sabemos se intencionalmente ou não, alguém colocou um pedaço de cano plástico para facilitar a saída da água a ser apanhada. Ficou parecendo o órgão sexual masculino. Até as formações de pedras, lembram as coxas de um homem sentado. Sem tirar nem por!
Deixando isto de lado, hoje Pedra Furada ficou famosa pelos seus restaurantes, todos servindo siri bóia como entrada e em seguida peixes, polvos e camarões. Os localizados na ladeira proporcionam uma vista maravilhosa da Ponta do Humaitá. Não quer isto dizer que são os melhores gastronomicamente. Tem umas surpresas lá embaixo. Por exemplo, o Restaurante da Tia Maria, junto ao cais serve um bolinho de bacalhau divino, além dos clássicos siris. Por sua vez a sua moqueca de peixe é perfeita. Numa das paredes do modesto estabelecimento ela ostenta os elogios que já recebeu da imprensa e de órgãos públicos.
Também, além da comida, Dona Maria tem uma simpatia extraordinária. Melhora a coisa. É só olhar para seu retrato.
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