Uma das coisas mais insólitas que existe no mundo político, a exceção da corrupção que assola e assusta o País, é a descontinuidade das obras deixadas por governos que se encerram. Os novos dirigentes, geralmente, as desprezam. Na Bahia, especialmente em Salvador, tem dois grandes exemplos: O Metrô e a Via Náutica..
A construção daquele já se arrasta por longos 12 anos. Programado para medir 16 quilômetros de extensão, foi reduzido para 6,5 quilômetror, ou seja, foi cortado em 40%. Um metrô 16 quilômetros já não é grande coisa; imagine apenas 6,5 quilômetros. É um mini-metrô, um metrô “brotinho”, “o único no mundo”, essas coisas que o povo gosta de inventar como que extravasando o que lhe vai na cabeça. Metrô F.P. dirão os mais exaltados. Já eu diria “metrô de fachada”. Porquê? Quando se fez o corte, a parte escolhida foi a mais escondida, ou seja, aquela lá para os lados de Pirajá na Estrada Salvador-Feira. Desenvolveram o setor do Bonocô, dentro da cidade, mas o feitiço virou contra o feiticeiro. Como a obra não foi concluída, serviu de chacota pela população.
Para se ter uma idéia do problema, os fabricantes dos trens já os entregaram à Prefeitura e já foi esgotado o prazo de garantia. Tiveram que recorrer à fabrica que concedeu mais algum tempo, igualmente vencido. Agora, vão ter que pagar revisão e outros procedimentos. É assim que o nosso dinheiro vai escapando pelo ralo da irresponsabilidade.
Apesar da gravidade do caso, mas em razão da envolvência de inúmeros políticos e de verbas federais, vamos nos deter mais no caso da via Náutica, também no setor de transporte de massa.
Apropriadamente, tratamos desse assunto numa postagem datada de 23 de dezembro de 2009 com o titulo “Revitalização da Cidade Baixa- 4”.
“A título de curiosidade do que mesmo de esperança, reproduzimos adiante detalhes do projeto da Via Náutica:
Serão criadas seis estações: Barra – Gamboa (Solar do Unhão) – Porto de Salvador – Humaitá- Bonfim e Ribeira (Penha).
Está sendo prevista uma movimentação de um milhão de passageiros/ ano.
São grandes as opções de negócios: 1) operação da linha hidroviária. 2) exploração dos armazéns do Porto / complexo cultural e de lazer náutico. 3) exploração dos terminais e cruzeiros marítimos. 4) obras de urbanização e infra-estrutura das estações. 5) obras de concessão para exploração de centros gastronômicos integrados ao circuito.
Mas enquanto isto não vem, vamos analisar o que poderá ser feito, independente da Via Náutica.
Há um projeto magnífico de aproveitamento dos primeiros armazéns do Porto que seriam desativados. Vejamos o mesmo:
Decorridos mais de 10 anos, não temos a chamada “Via Náutica” e o pior de tudo é que uma das estações foi construída e inaugurada, a da Ponta do Humaitá. Gastaram simplesmente 800 milhões de reais.
Sem dúvida alguma, este projeto traria desenvolvimento para a Cidade Baixa. É espetacular. Quem conhece o seu percurso, haverá de concordar com nosso entusiasmo. Já sai de um lugar belíssimo que é o nosso Porto da Barra; passa pelo Iate Clube, o grande clube de Salvador: Percorre toda a baixada da Vitória, Solar do Unhão, Marina da Contorno, Escola de Aprendizes de Marinhiro, Alfândega, Forte de São Marcelo e chega na segunda estação no atual Porto, mas já com novas edificações. É difícil encontrar algo no mundo com tanta beleza. Daí parte para a Ponta do Humaitá já na península.
Num acréscimo ao projeto, já colocaram mais uma estação no Canal da Penha, possivelmente com uma ponte ligando Plataforma a Ribeira, integrando o Subúrbio Ferroviário à Salvador.
Quando teremos isto vai depender do novo prefeito. É uma excelente idéia. Tomara que ele leia.
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