Da autoria do professor Gilberto W. Almeida da Universidade Federal da Bahia, o jornal A Tarde publicou excelente comentário sobre as praias de Salvador, desde as de Itapagipe até as da Barra.
No referido trabalho o professor sugere a necessidade de termos mais praias como, por exemplo, uma nova praia ao norte da Ponta do Humaitá, ou seja, na Pedra Furada e outra entre o Forte de Santa Maria e o Farol da Barra.
Naturalmente, sendo apenas um comentário e não uma reportagem, não foram acrescentadas fotos desses locais, ilustrando melhor a grande idéia que ele lamenta, ao final de seu trabalho, que ninguém tenha tido antes.
Vamos pegar o “bonde andando” para, inicialmente, ilustrá-lo com fotos dos locais referidos.
Primeiramente, vamos ver a Pedra Furada. Fizemos uma postagem tratando deste extraordinário lugar ao lado da Ponta do Humaitá.
Em seguida, vamos ver a possível praia da Barra nos dois estágios da maré:
NA MARÉ BAIXA
Nosso professor sugere transportar areia de partes fundas do mar para formar praias nos locais há pouco vistos.
Em verdade este não é o processo correto. Não foi assim que se fez em Copacabana conforme ele cita. No Rio de Janeiro foi feito o recuo do mar através um processo de engenharia náutica, o chamado aterro náutico. (Alô Belov - Alô Dortas). Foi realizado na década de 1970 e ampliou a largura da praia em cerca de 70 metros. A obra foi realizada pelos engenheiros portugueses Fernando Maria Manzanares Abecais e Veiga da Cunha e o engenheiro brasileiro Jorge Paes Rios. Todo o projeto foi elaborado em Lisboa pelo Laboratório Nacional de Engenharia de Portugal.
Vejam o que escrevemos à respeito: “O trecho que será focalizado hoje tem uma singular particularidade: antigamente – 1960\1980 só possuía uma praia permanente, a praia do Bugari. De resto, em toda a área, cerca de 1.5 km. o mar chegava a alcançar três metros de altura no cais de contenção da Avenida Beira que a protege e as casas ao longo dela.
O que aconteceu? Fizeram uma dragagem de areia na altura da Penha para aterrar os Alagados do Porto dos Mastros e Lobato. Foram milhões de metros cúbicos de areia retirados daquele local. Em conseqüência, o mar recuou algo em torno de 3 metros, fazendo surgir as praias que hoje estamos divisando na foto-satélite do Google Earth..
Vistos e analisados os casos conhecidos, a única maneira de formar uma praia onde, na maré cheia, o local é inundado pelo mar, é o recuo desse mar e nos dois casos citados pelo professor, o mar avança até o cais de contenção.
Entre a Pedra Furada e a Barra, parece mais viável a primeira. Já ocorreu a experiência “natural” da dragagem da ponta da Penha, mas na Barra, quem haverá de arriscar qualquer intervenção na natureza? Recuar o mar ali torna-se-ia perigoso. A Baia de Todos os Santos tem dois portos. Já imaginaram se acontecer algo errado?
Em substituição ou como alternativa, existem projetos que se podem fazer em cima das pedras. Vejamos um deles feito com base na chamada Praia das Pedras, ou Praia do Morro do Gato, ou seja, aquela que vai do Morro do Cristo até o antigo Clube Espanhol. Aproveita o espaço natural, inclusive pequenos trechos de praia e faz-se algo em cima. Os Emirados Árabes fizeram um hotel em forma de vela. Há outros exemplos pelo mundo afora.
Projeto do arquiteto Alexandre Prisco Paraiso Barreto, publicado na Internet. Aproveita os contornos do morro e se estende sobre as pedras.
Eduardo, gosto muito do seu blog, inclusive referenciei no meu, quando falei na lavagem do Bonfim. Estou procurando informações sobre a agência dos correios do Comércio, sua origem e outros dados. Não sei se o Sr. reparou, esta semana retiraram os tapumes depois de mais de 06 anos, fazendo transparecer a austera fachada e deixando o comércio mais limpo visualmente (embora não tenham consertado a calçada, como deveriam!). Seu blog é de extrema utilidade, continue assim!
ResponderExcluirEu ja havia pensando nessa ideia de criar novas praia na Barra, mas nunca ouvi falar sobre alguém desejando isso, fico feliz que ja tenham pensado, so falta apoio.
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