sábado, 3 de março de 2012

INFORMAÇÕES SOBRE ITAPAGIPE

Vez em quando o autor desse blog vai a Itapagipe onde morou por muitos anos. Chega a ser um vício. Bendito vício, desde que essa parte da cidade é uma das mais belas de toda ela. Dessa maneira, acompanha o seu estado geral, seja a estagnação de determinadas áreas, seja a realização de obras que mudam ou sustentam a sua paisagem.
Nesse último aspecto, a Prefeitura está alargando os passeios dos Tainheiros, como gosto de chamar, desde a frente das garagens de remo do Vitória e São Salvador até principio da Penha, onde já está chegando. São passeios de uns quatro metros de largura, decorados com placas de granito rosa.



Na área do Poço, o mar na sua fúria em momentos de maré alta, pôs abaixo boa parte do cais de proteção desse local. Julguei que a Prefeitura iria aproveitar a oportunidade para alargar o restante da Avenida a partir do ponto onde aconteceu o problema. Até este ponto a avenida tem duas pistas; em seguida, encolhe-se numa só . É o trecho que vai do Colégio Santa Bernadete até a chamada praia do Bonfim, próximo onde era a Fábrica de Chocolate Barreto de Araújo.
Tivesse sido feito o alargamento, seria possível até construir um passeio do lado do mar, bem como já serviria para uma futura Avenida de Contorno da Orla de Itapagipe, como havíamos sugerido em antiga postagem.



As fotos acima mostram como a avenida se estreita à altura do Colégio Santa Bernadete. Ali se afunila bruscamente. Porque teria sido? Há uma hipótese, Antigamente nesta parte da via a maré alcançava níveis bastante altos, acima dos três metros de altura. Se o cais que vinha sendo construído mantivesse a rota que vinha seguindo, precisaria ter quase o dobro da altura. Qual seria o problema? Maior custo? Sem dúvida. Mas o benefício era grande. Compensava!Achamos que foi por ai que resolveram afunlilar a avenida, procedimento técnico que se, por um lado, poupava gastos, por outro, era um erro técnico gravíssimo.Ficou uma avenida acanhada aonde dois carros em sentido contrário passam com certa dificuldade e não se tem passeio do lado do mar. Ai chega a oportunidade de corrigir a falha e nada se faz. Um grande pecado!



Via Contorno da Península

Em outras postagens, tivemos a oportunidade de sugerir a construConção de uma avenida que ligasse o Monte Serrat à Avenida Beira Mar, passando pela Pedra Furada, Estaleiro do Bonfim, Porto da Lenha e Porto do Bonfim e por fim juntando-se à Avenida Beira Mar. A foto acima mostra-nos a sua trajetória, mas estamos a muitos anos-luz dessa realidade,

Outro assunto que precisamos tratar na postagem de hoje, diz respeito a chamada Ponte da Crush. Incrível Ponte da Crush! Dinheiro bom jogado no mar. Nunca funcionou.


Em postagem feita há dois anos atrás, afirmamos que, apesar de efetivamente essa ponte ser chamada pela população de “Ponte da Crush”, não foi essa empresa de refrigerante que a construiu. Ela foi feita pelos proprietários de uma fábrica de chocolate – Kaufmann – que funcionava próximo a ela. Adiante transcrevemos a matéria:

“Vamos esclarecer de uma vez por todas a questão. Não foi a Crush quem construiu a referida ponte. Quem a construiu foi a Fábrica Mosanto. As instalações ali existentes foram construídas por essa indústria antes de 1950. Quando a Kaufmann fechou, a Crush se instalou em suas dependências por volta de 1960-1965. No Rio de Janeiro, o refrigerante foi lançado em 1954. Abaixo uma propaganda da época:



Aliás, a história dessa ponte é intrigante. Nunca se soube de sua real finalidade. Ela tem exatos 130.69 m de comprimento. Nas marés vazias, fica sobre a areia. Se havia alguma função, esta só existia nas marés cheias. A grande verdade é que nunca se viu um saveiro ou qualquer outro tipo de embarcação descarregando ou recebendo mercadorias na referida ponte.
Para nossa surpresa, ainda há pessoas em Itapagipe que afirmam que a tão falada ponte foi feita efetivamente pela Crush. É inacreditável!
A ponte já existia desde antes de 1950. Como a Crush poderia ter construído a mesma se nem no Brasil havia sido lançada? O foi no Rio de Janeiro em 1954. Na Bahia, possivelmente nos anos de 1960.
Perguntamos a uma dessas pessoas por que a Crush iria fabricar uma ponte em frente às suas instalações? Afinal de contas uma ponte é uma ponte. É algo muito caro! Ai o amigo respondeu: “ ela foi destinada a receber laranja para fabrico do refrigerante.”

Mas que laranja? Segundo consta, as Ilhas e o Recôncavo não têm laranja. Àquele tempo a Bahia tinha um pouco de laranja em Alagoinhas (Recôncavo Sêco) e era mais fácil vir pela estrada do que pelo mar.

O nome pode ter advindo de referências como esta: “a ponte perto da Crush”, algo mais ou menos por ai.

Outro assunto que precisamos tratar é a nova Praça do Bonfim. As obras continuam em andamento. Já dá para reparar que construíram uma quadra de esportes do lado que dá para o mar à direita –vista para a Penha.

Está errado! Este é o lado mais privilegiado do pedaço e já colocam a tal quadra deste lado. Somente os jogadores que irão freqüentá-la terão o direito de ver a paisagem. Tinha que ser localizada do lado da rua. Não tem mesmo jeito! Os caras não pensam no mar, em suas belezas e em sendo assim, não sabem aproveitá-lo.Toda a Cidade Baixa é um exemplo de que Salvador voltou às costas para o mar. Desde os armazéns das Docas, continuando pela Rua Barão de Cotegipe e seguindo pela Av. Luiz Tarquinio, Salvador está de costas para o mar. É um grande pecado!


Por fim, estão pintando a Igreja dos Mares. De verde! Nunca vimos uma igreja pintada de verde. Vamos ver o resultado. Tomara que fique bem! A idéia teria advindo de "verdes mares"?

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