Este blog tem seis anos de duração e durante esse tempo
sempre cuidou do Carnaval de Salvador, desde quando se iniciou em Portugal e Espanha até os dias de hoje. Naquele tempo chamava-se entrudo e em nada se parecia com
as festividades dos dias atuais. Em verdade, era uma autêntica barbárie onde
mais se agredia do que se divertia com as pessoas jogando nas outras, água e
outros líquidos, bem como frutas deterioradas de toda a espécie.
Entrudo
Guerra dos tomates na Espanha
Não se tem notícia de que esse procedimento era acompanhado
por música de qualquer ritmo que proporcionasse ao mesmo tempo danças e cantos
alusivos ao fato ou a outros. Em verdade, era apenas uma barbárie de muito mau
gosto que infelizmente alcançou o Brasil e aqui teve prosseguimento, apesar do
combate que a polícia procedia contra essa manifestação de mau gosto.
Também esse blog acompanhou momentos de beleza e
encantamento do Carnaval baiano como os desfiles dos carros alegóricos dos
grandes clubes do principio do século passado:
Os bons tempos dos carros enfeitados
Foram os casos dos Fantoches, do Cruz Vermelha e Inocentes em Progresso.
Ao mesmo tempo, surgiram os grandes blocos de percussão Filhos do Fogo,
Filhos da Marinha, Filhos de Gandhi, Ladrões de Bagdá e tantos outros. As
Muquiranas, ainda existente, e fazendo grande sucesso.
Depois foi a vez dos blocos dos abadás: Eva, Internaconais, Clitets com
Banana, Nana Banana, Corujas e tantos outros. Ressalve-se que todos eles usavam
o mesmo modelo de fantasia (ou melhor camisa) e um short do dia a
dia.Nacionalizou-se, desde que todo o Brasil veio atrás do Trio Elétrico, todos
muito parecidos variando apenas na potência do som.
Aí inventaram o Trio Elétrico e o primeiro deles foi o pertencente aos
Internacionais, muito embora anteriormente Dodô e Osmar saíssem às ruas com sua
Cumbica. A eles deve ser creditado o sucesso da invenção. Filhos, netos e sobrinhos
deram seqüência, especialmente Armandinho, um verdadeiro gênio da guitarra.
Depois foi um parar nunca mais e Salvador deve ter hoje para mais de 100
trios
Um detalhe importante de relação ao trajeto que
hoje os trios têm no centro da Cidade é atribuida “invenção” aos Vassourinhas de
Recife quando aqui esteve em exibição em 1950. Saíram da porta do antigo Hotel
da Bahia e se dirigiram para a Praça da Sé, contudo, um acidente ocorrido com
um de seus membros, interrompeu o desfile na Praça Castro Alves. Não seguiram pela Rua Chile como era de esperar, interrompendo o desfile na Praça Castro Alves.
Em 2008 teve inicio o chamado Carnaval da Barra, ou
seja, o circuito Barra Ondina. Na oportunidade surgiram os primeiros camarotes.
Posteriormente, bem nos tempos de hoje, o Carnaval se estende até a Praça da Sé
e Pelourinho, mas um Carnaval sem Trio Elétrico, puxado a pé ao som dos
atabaques. O ano passado começou o “ensaio” e tem tudo para ser um sucesso.
E o futuro que a Deus pertence? Para onde vai caminhar
mais o nosso Carnaval? Rio Vermelho. Muito provavelmente, pelo menos até a
Paciência. No local existem bons espaços. Temos a impressão que, quando a
Prefeitura concluir as obras de revitalização da área, o Carnaval emigra para
lá. Não vai adiante, porque daí em diante são caminhos estreitos que não deixam
passar os veículos.
Deixamos por último a “indumentária” do nosso Carnaval. A pior
possível! Uma camisinha de qualquer cor que chamam de abadá e um short. O
visual é o pior possível e quando juntas tornam-se uma mancha de qualquer cor.
Na hora do desfile são poucos os que cantam e muito
menos os que dançam. Uma lata de cerveja na mão em direção ao camarote. Ai sim
comem e bebem à vontade e até dançam, ou melhor, levantam os braços. Passam a
tarde toda naquele espaço cheio de aparelhos de televisão computadores e dentro
em pouco, estarão repletos de drones. Drone servindo pitza; servindo cerveja; mandando recado.Vamos lá!
Esse é o novo Carnaval da Bahia. Podem anotar.
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