O mundo social-esportivo de Salvador está em sobressalto. Na semana passada, foi anunciada uma negociação que se está fazendo entre a Associação Atlética da Bahia e uma empresa local para a construção de um Apart- Hotel, onde hoje funcionam as lojas que foram construídas ao lado da sede, mais o espaço da quadra de tênis, a casa de show e o campinho de futebol. Por aí, desde que, geralmente, na hora na verdade ( da construção), surgem novas partes. Pelo menos foi o que aconteceu na vez anterior.
O fato é considerado inusitado porque não faz muito tempo que a nova sede foi inaugurada em bonita solenidade com discurso do Vice-Prefeito da Cidade, Dr. Edivaldo Brito. Era o fim de um período difícil para o clube, quando esteve fechado por mais de dois anos.
Também é estranhável a notícia, porquê não faz um mês, o presidente do clube, em entrevista a imprensa, dizia que a entidade ia muito bem e já alcançava uma renda mensal de R$260.000.00 e que a todo momento novos sócios estavam sendo admitidos.
Outro fator a favor dos bons ventos, foi o aumento para 5 mil reais do título do clube (custava 3,5 mil reais).
Com esse quadro, absolutamente favorável, não se entende a cessão de um espaço de 2 mil metros quadrados para a construção acima citada, a não ser que, por trás desse panorama haja , em verdade, uma outra situação que ainda não pôde ser revelada, mas já temos indícios e parece que não são bons.
Primeiramente, as lojas que foram construídas em plano elevado, ao lado do portão principal do clube, não estão dando o rendimento que se esperava, absolutamente necessário para o equilíbrio do orçamento.
Mas, por quê? Em plena Barra, bairro classe A, grande poder de consumo, essas coisas de ordem econômica.
Culpa-se o mau posicionamento das mesmas – questão de visibilidade – para seu acesso depende de duas escadas. Além do mais, nas proximidades funciona o Shopping da Barra onde o povo já está acostumado a freqüentar.
Reparem que na frente das lojas existe uma grade. Dá uma sensação de privacidade. Quem não é sócio, fica pensando que o local é reservado. Ninguém sobe.
Em segundo lugar, a casa de show – Salvador Hall – passa por momentos incríveis. Programada para receber um público de 1300 pessoas, foi limitada pelos poderes públicos para uma frequência entre 300 a 500 pessoas. Não deu e não dá para pagar 50 mil de aluguel e não poder fazer uma festa de peso com rentabilidade. Está inadimplente com o clube há vários meses.
Por outro lado, o clube está sofrendo uma pressão muito forte por parte dos moradores dos prédios construídos ao fundo e ao lado, dentro do mesmo projeto de aproveitamento do antigo terreno. A coisa já está na área da justiça e é séria. Parece que o condomínio pede a suspensão das atividades do clube ou parte delas. A quadra de tênis é a mais questionada. Os jogos vão até tarde da noite e o som das bolinhas perturba o sono dos moradores. Resultado: o clube está se sustentando com liminares suspensivas. Até quando?
Analisando esta questão com mais agudez, será que ninguém previu que isto teria que acontecer? A construtora não previu? Os moradores não previram que morar junto a um clube não é aconselhável em nenhum lugar do mundo? E agora? Quem vai ceder? Parece que é o clube. Já deu a primeira manifestação dessa inclinação. Está vendendo mais 2000 metros quadrados de sua área.
Não devia ser assim. Manda a lógica que, em casos tais, quem chegou primeiro tem preferência. O clube chegou primeiro, aliás, já estava ali a século-seculorum.
Os apartamentos foram construidos no seu espaço.
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