5ª parte – PRAÇA CAIRU
Vamos iniciar a postagem de hoje com uma foto maravilhosa da
antiga Praça Cairu.
Vejam ver como era esta praça antigamente, ainda ao tempo do antigo Mercado
Modelo inaugurado em 1912 e incendiado em 1969.
É quase inacreditável. Fileiras paralelas de árvores nas laterais
e no centro um grande e belíssimo gramado. Ao meio, a grandiosidade do belo
monumento em homenagem ao Visconde de Cairu, economista, historiador, jurista,
publicista e grande político brasileiro, ativo na época da Independência do
Brasil. Nesta foto vê-se
ainda o antigo Mercado Modelo. Compunha elegantemente o quadro. Extraordinário!
Não existe mais o antigo Mercado Modelo, incendiado para
permitir o acesso à Avenida do Contorno. Ficou redonda. Do lado esquerda
fizeram um estacionamento público, hoje tornado privado e à direita permitiram
a instalação de dezenas de barracas que vendem artigos artesanais.
O monumento (belíssimo) sustenta-se em meio à tormenta das barracas artesanais,
mas quase não se percebe sua existência. Mistura-se com as “coisas” da praça e
fica em segundo plano.
Outro monumento existente no perímetro é o chamado Fonte
da Rampa do Mercado, em homenagem ao antigo Mercado Modelo, obra do escultor
Mario Cravo. Está sempre sujo e a fonte não funciona.
Ainda na praça, à direita, sustenta-se por
longos anos um prédio belíssimo. Ele é todo revestido de azulejos portugueses.
Uma preciosidade. Caracteriza-se também pelas dezenas de janelas em sua
fachada. Falou-se muito que seria um grande hotel, mas parece que a ideia falhou (culpam a crise européia). Chegaram a colocar uma tela azul para limpeza
dos azulejos. Hoje esta tela são trapos ao vento.
A área que acabamos de focalizar, juntamente com a do Pelourinho,
é uma das mais visitadas pelos
turistas .Tem a magnitude do Elevador Lacerda, único no mundo com o formato que tem; e tem o Mercado Modelo,
sempre um convite pelas suas atrações artesanais e culinárias, afora o
monumento em homenagem ao antigo Mercado Modelo e sua rampa famosa. Mais a
esquerda, ressalte-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, cujas
pedras de sua fachada vieram de Portugal, numeradas uma a uma; por outro lado,
é uma das primeiras igrejas do Brasil, em considerando a Ermida mandada
construir por Tomé de Souza nas proximidades de 1549/1950. Afora tudo isto, tem
o casario centenário compondo o cenário.
Por essa e outras razões que se poderia acrescentar, este
é um lugar que mereceria dos prefeitos de nossa capital a maior atenção. É como
se fosse uma sala de visitas; deveria estar sempre bem cuidada, mesmo que os
quartos e a cozinha não estejam lá essas coisas.
Mas como se viu pelas fotos, não é o que vem acontecendo
ao longo dos anos. Não se trata de focar apenas a gestão do atual prefeito. Não
foi ele que incendiou o antigo Mercado Modelo; como também não foi ele que fez
a reforma para pior da Praça Visconde de Cairu. Era retangular, com dezenas de
árvores no seu contorno; um extenso
gramado combinado com calçamento de pedras portuguesas formando belos desenhos.
Também não foi ele que permitiu o funcionamento de dezenas de barracas de
produtos artesanais em plena praça, fazendo concorrência com os comerciantes de
dentro do mercado que pagam seus impostos e taxas respectivas, bem como dando
um horroroso aspecto ao local. Diz-se que é uma feira, bem no centro da cidade.
E tem solução à médio prazo, pelo menos? Tem! A retirada
das barracas não deve ser difícil. Do estacionamento também não. Aí restará um
espaço redondo que poderá ser calçado com pedras portuguesas formando
monumentais desenhos que vistos das balaustradas da Praça Municipal ou de cima
da Prefeitura, impressionasse o mundo turístico. Fácil e barato!
A verdade nua e crua é a seguinte: os nossos governantes não sabem aproveitar as características de
nossa cidade, feita em dois níveis. Nunca souberam!
Há algo bem razoável na Praça da Sé desde o momento que o
escultor Mário Cravo construiu as Cruzes Caídas no belvedere ali existente.
Aproveitando a oportunidade, para quem não sabe, esse
monumento quer representar a demolição da antiga Igreja da Sé que era a nossa
Catedral. Um dos maiores crimes cometidos contra um patrimônio de uma cidade.
Era um templo sensacional, único pela sua localização.
Muitos haverão de perguntar: por que e cometeu essa
atrocidade? Simplesmente para que os bondes da Companhia Circular da Bahia
passassem pelo local em direção à Misericórdia. Hoje, ficamos sem os bondes e o
grande patrimônio que era essa igreja.
De relação ao outro monumento do grande escultor baiano referenciando-se
à antiga fonte da rampa do Mercado Modelo, temos uma sugestão: a Prefeitura
poderia fazer um convênio com a Marinha para que essa instituição cuidasse
desse monumento. Aí ia ficar uma beleza!
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