domingo, 14 de julho de 2013

PESSOAS INTERESSANTES E/OU FOLCLÓRICAS - MULHER DE ROXO


As pessoas que viveram entre os anos 60 e 70 do século passado e frequentavam a Rua Chile, deve ter conhecido a Mulher de Roxo. Era uma senhora que se vestia como se fosse uma freira, longa bata, torço na cabeça e no pescoço um cordão no qual ficava dependurado um grande crucifico prateado. Seus vestidos eram de veludo. Diz-se que sempre andava descalça com exceção apenas dos dias que se vestia de noiva com véu e grinalda. Aí calçava sapatos brancos, contudo, há registro que, de vez em quando, usava uma bota de borracha, talvez em dias de chuva.

Dizia chamar-se Florinda e completava dizendo ter sido professora. Nunca se confirmou essas informações. Deu sorte ou azar quando um incêndio destruiu um abrigo onde ela dormia e seus documentos foram perdidos. Ai ficou mais enigmática. Jamais revelou sua verdadeira identidade. Despistava quando era perguntada. Certa ocasião, um médico que lhe dava assistência psicológica, ouviu ela se referir à cidade de São Sebastião. Levou-a até lá na esperança de que algum parente a reconhecesse ou vice-versa. Nada aconteceu. Depois de dois dias, voltou a Salvador. Cita-se também que era filha de Lidia Dibano Caetano e João Bento Caetano, um funcionário da fábrica Fratelli Vita. A infância teria sido em Periperi, onde  chamavam-na  de Dodô.
Apenas especulação como outra de que teria sido proprietária ou frequentava uma casa de mulheres na Ladeira da Montanha e que teria até dançado no Tabaris. Que era muito bonita. Que foi professora e por aí segue o imaginário popular. 
De certo é que morreu no Abrigo de Irmã Dulce aos 80 anos de idade. O hospital publicou anuncio nos jornais  e retardou seu sepultamento na esperança que aparecesse algum parente. Não apareceu. 

Foi uma das figuras mais folclóricas de Salvador.









  A MULHER DE ROXO

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