Como se
sabe, a Bahia teve um cronista que viveu bem próximo à fundação da Cidade de
Salvador em 1549, desde que aqui chegou por volta do ano de 1567, proveniente de
Portugal, ou seja, apenas 18 anos após aquele evento. Referimo-nos a Gabriel Soares de Souza e sua
famosa obra denominada “Tratado Descritivo do Brasil”. Antes dele, um seu irmão, já vivia na Bahia lidando com engenho de açúcar. Logo, o referido cronista esteve bem próximo dos acontecimentos da fundação da Cidade de Salvador, inclusive com a possibilidade de ter tido contato com pessoas que viveram naquela época. Daí a credibilidade de sua obra.
No referido
tratado há uma especial referência à vinda de Tomé de Souza à Bahia em 29 de
março de 1549 com suas três naus, três fragatas e uma bergamina, tendo aportado na Vila Velha
que não é outra senão a nossa Barra atual, mais precisamente a Praia do Porto. No bojo dessas embarcações vieram
nada mais, nada menos, do que 1000 pessoas das mais diversas profissões, homens
e mulheres, famílias inteiras.
Julgava-se que toda essa gente teria se hospedado na Vila Velha ou Vila Pereira e talvez parte na Vila da Graça de Diogo Álvares Correia, mas tal não ocorreu pelo fato que passamos a descrever.
Servimos-nos mais uma vez dos escritos de Gabriel Soares de Souza: ele conta que Tomé de Souza não achou segura a permanência de suas naus no atual Porto da Barra e pediu aos seus comandantes que procurassem, dentro da Baia de Todos os Santos, um lugar mais seguro. Feita a busca, foi indicada a Enseada da Preguiça como sendo o local ideal.
À respeito, não se sabe ao certo se esta escolha teria sido proposital ou acidental.
Porquê?
Coincidentemente ou não o novo local onde aportariam as naus portuguesas ficava próximo onde seria construída a Cidade de Salvador. Aliás, muito próximo.
Duas linhas de raciocínio surgem dessa escolha: a primeira delas que teria sido uma indicação de Diogo Álvares Correia, pessoa que já vivia na Bahia desde 1509/1510 e como tal devia conhecer a referida enseada e a indicou como sendo, além de um lugar seguro, bem próximo onde seria a cidade, também fruto de sua indicação.
A segunda hipótese é aquela de que Tomé de Souza quando viu o local, não teve dúvida em indicar como sendo aquele onde se construiria a cidade.
Servimos-nos mais uma vez dos escritos de Gabriel Soares de Souza: ele conta que Tomé de Souza não achou segura a permanência de suas naus no atual Porto da Barra e pediu aos seus comandantes que procurassem, dentro da Baia de Todos os Santos, um lugar mais seguro. Feita a busca, foi indicada a Enseada da Preguiça como sendo o local ideal.
Enseada da Preguiça- Principio do século XX
À respeito, não se sabe ao certo se esta escolha teria sido proposital ou acidental.
Porquê?
Coincidentemente ou não o novo local onde aportariam as naus portuguesas ficava próximo onde seria construída a Cidade de Salvador. Aliás, muito próximo.
Duas linhas de raciocínio surgem dessa escolha: a primeira delas que teria sido uma indicação de Diogo Álvares Correia, pessoa que já vivia na Bahia desde 1509/1510 e como tal devia conhecer a referida enseada e a indicou como sendo, além de um lugar seguro, bem próximo onde seria a cidade, também fruto de sua indicação.
A segunda hipótese é aquela de que Tomé de Souza quando viu o local, não teve dúvida em indicar como sendo aquele onde se construiria a cidade.
Enseada da Preguiça sinalizada com traços azuis. Diversos aterros
Esta informação muda muita coisa na história de Salvador. Primeiramente, de relação à acomodação das pessoas que vieram na expedição. A
acomodação das mesmas não teria sido feita na Vila Velha ou Vila da Graça. Absolutamente claro!
Devido a deslocação das naus para a Enseada da Preguiça, é mais provável e lógico que a acomodação das pessoas que vieram de Portugal, teria sido feita nos arredores da referida enseada, bem como há de se admitir que muitas delas teriam permanecidas alojadas nas próprias embarcações, junto aos seus pertences. Naturalmente, à medida que se ia construindo as casas em cima do morro, foram sendo transferidas. Por outro lado é justo imaginar que elas próprias ajudaram a edificar suas próprias residências.
Esta situação muda também uma indicação histórica de que Tomé de Souza tão logo iniciou a construção da cidade, desceu a montanha e ajudou na construção de uma ermida nas proximidades da enseada da Preguiça.
Parece que não! Pelo que se viu e se descreveu foi o inverso. Ele construiu a ermida próximo de onde estava e depois subiu a ladeira. Nesses termos, obedeceu a uma inclinação bem própria dos portugueses em suas colonizações: segurança e religiosidade.
Devido a deslocação das naus para a Enseada da Preguiça, é mais provável e lógico que a acomodação das pessoas que vieram de Portugal, teria sido feita nos arredores da referida enseada, bem como há de se admitir que muitas delas teriam permanecidas alojadas nas próprias embarcações, junto aos seus pertences. Naturalmente, à medida que se ia construindo as casas em cima do morro, foram sendo transferidas. Por outro lado é justo imaginar que elas próprias ajudaram a edificar suas próprias residências.
Esta situação muda também uma indicação histórica de que Tomé de Souza tão logo iniciou a construção da cidade, desceu a montanha e ajudou na construção de uma ermida nas proximidades da enseada da Preguiça.
Parece que não! Pelo que se viu e se descreveu foi o inverso. Ele construiu a ermida próximo de onde estava e depois subiu a ladeira. Nesses termos, obedeceu a uma inclinação bem própria dos portugueses em suas colonizações: segurança e religiosidade.
Diante
dos fatos agora revelados, provavelmente muita gente teve ter permanecido
nas próprias naus e caravelas até que se construíssem as residências no alto do
morro, inclusive o próprio Tomé de Souza que devia ter uma cabine mais ou menos
luxuosa.
Ante
essas novas evidências, outra citação histórica terá que ser mudada:
referimos-nos à primeira ladeira construída pelos brancos em Salvador. Até
então, a Ladeira da Água Brusca era tida como a pioneira. Hoje ela desaba para segundo lugar, dando lugar a
Ladeira da Conceição da Praia ou a Ladeira da Preguiça. Uma das duas tem o privilégio.
Ladeira da Conceição da Praia - Principio do século passado
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