Nunca em tempo algum este blog se conformou com a retirada
radical das barracas de praia da orla de Salvador. Mas radical em todos os
sentidos, principalmente econômico e social. Desempregou muita gente e o
baiano, mais o turista, ficaram sem
opção de ficar na praia, ou melhor, de estar na praia.
Isto mesmo! Não se vai à praia somente para tomar banho de
mar ou tomar sol. Vai-se no geral por diversão, por lazer, descontração,
essas coisas do bem estar.. Por exemplo,
podemos ir a praia para tomar uma cerveja, conversar com um amigo, apreciar o
mar, descansar, arejar a mente, curtir a paisagem, essas coisas sem que se
tenha de molhar o corpo, nem mesmo “sujar” os pés na areia da praia.
É que o baiano fazia ao tempo das barracas. Ia à praia com
maior satisfação e muitos não tomavam banho de mar. Preferiam opções terrestres.
E de repente ficou sem nenhuma. Não tem nem onde sentar ou
estar. Tem que ser na praia ou ficar dentro do carro. É o imperativo do poder, mas também é da insensibilidade.
Enquanto isto, aqui mesmo na Bahia, em Porto Seguro, diversos hotéis adotaram o sistema de "all inclusive" em barracas de praia, ou seja, o hóspede bebe e come tudo incluso.
Em Porto Seguro
O
que se admira e se estranha é o que resultou da retirada das barracas de praia
de Salvador. Foram demolidas as estruturas de apoio (as barracas) e se permitiu
que as mesas e cadeiras permanecessem na praia no mesmo espaço de antes. Só mudou a forma de abastecimento. Se a
cerveja, a caipira e o refrigerante eram servidos pelas barracas, passaram a sê-lo pelo que chamamos uma “central de isopores” e muito gelo.
Naturalmente um sombreiro de uma das companhias de bebidas como proteção ao
conjunto. De resto as mesas e cadeiras continuaram no mesmo lugar e houve casos
até de ampliação do espaço tomado. A foto adiante mostra o esquema:
Mesas e cadeiras em profusão
De resto sobraram os toldos que na Penha e no Poço em
Itapagipe tinham em profusão. Eram mais organizados. O abastecimento era feito a
partir de pequenos restaurantes situados do outro lado da rua. Não tomavam todo
o passeio. Era deixada uma parte dele para trânsito dos pedestres. Vejam a foto
e os espaços definidos, à esquerda.
Toldos do Poço
Sem dúvida que era um lugar agradabilíssimo curtido
pelos moradores e visitantes. As árvores em profusão completavam o cenário. Pois bem! Todos esses toldos foram retirados de um lado e do
outro e o itapagipano ficou sem opção de tomar sua cerveja e comer seu tira
gosto. Em suma, ficou sem ter um lugar para ficar ou estar.Tem que ser na areia!
Aliás, não são apenas os toldos que estão sendo retirados.
As árvores, algumas centenárias, também estão sofrendo horrores. Estão acabando com elas, sem dó nem piedade:
Árvore do Poço - Já tinha sido podada. Estendia-se bem para os lados. A foto anterior mostra a expansão.
Mas vejam o aconteceu:
Deceparam a árvore. Incrível! Se fosse qualquer um que fizesse isto, estaria preso, incomunicável. Estão querendo fazer um monumento à árvore? É o que parece! Monumento macabro! AQUI EXISTIU UMA ÁRVORE.
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