No
próximo dia 16 realiza-se mais uma Lavagem do Bonfim e ao longo dos cinco anos
desse blog fizemos diversas postagens sobre o evento.
Nossas
impressões não foram ditadas pelo sistema de “ouvir falar”. Desde 1940/45, o
autor participou de todas as lavagens realizadas desde aquele tempo até os dias
de hoje. Morávamos aos “pés do Senhor do Bonfim” como se costuma dizer. De
nossa residência víamos a
igreja. Íamos a pé todos os domingos para
a missa do Padre Lourival para o visto na carteira de estudante do Dom Macedo
Costa. Era obrigatório, senão era castigo certo na segunda feira.
Sem dúvida alguma, esta circunstância
aliada ao gosto pelas festas da cidade, nos deu condições de relatar com a
máxima fidelidade os “acontecimentos” desse grande evento, cremos nós.
Baianas lavando o adro e a própria igreja
Por exemplo: outro dia lemos num jornal que a Lavagem sempre saiu da
Conceição da Praia. Não é verdade! Inicialmente, as baianas se concentravam no
principio da Ladeira do Bonfim onde se passava uma corda entre a balaustrada e
o Solar do Marback. Eram poucas as baianas e eram também poucas as pessoas que
as acompanhavam. Às 10 horas, descida a corda, essas baianas e esse pequeno
público subiam a ladeira e se dirigiam até a igreja onde se fazia uma encenação
de uma lavagem. A foto acima, mostra e prova o que se acaba de dizer.
Corria o ano de
1940. Àquele tempo, a igreja se mantinha aberta. Hoje é uma “fortaleza”,
segundo comentário de um turista; “hermeticamente fechada”, segundo outro.
Claro que hoje não se
pode abrir mais a igreja em razão da massa popular presente. Não é isto que se
pede. Pede-se o apoio da igreja ao grande evento.
No
ano seguinte, ainda na base da ladeira, a Banda de Música da Polícia Militar
dos Dendezeiros se incorporou ao evento e as baianas e o público cresceram
muitas vezes. Já se percebia a organização de alguma entidade e mais uma vez às
10 horas a corda desceu e esse aglomerado de gente subia cantando o hino ao
Senhor do Bonfim, sob os auspícios musicais da Banda Militar.
Posteriormente, decidiram que a
concentração das baianas e do público se faria no Largo de Roma. Ai os seus
participantes percorreram (andaram) todo
o “Dendezeiros”, precisos 1000 metros (l km). Era a primeira manifestação da
passeata que viria a ser o formato da lavagem nos tempos atuais.
Posteriormente, a concentração passou
a ser no Largo dos Mares e se acrescentou mais 1 quilômetro.
Mais adiante, resolveram fazer a
concentração no Largo do Ouro e posteriormente na Conceição da Praia ao lado da
igreja. Nesse último caso, a distância
passou a ser de 6.500 metros
É oficial!
Apesar dos números oficiais, da distância medida por aparelhos, o povo
acha que o trajeto tem a distância de 8 quilômetros e segundo muitos a voz do
povo é a voz de Deus ‘vox populi, vox dei’; não há como discutir. Em nosso caso,
justificamos a distancia maior com uma possível entrada de algumas pessoas na
feira de São Joaquim, antes Água de Meninos, para “umas e outras” e outros
desvios e acréscimos de percurso.
Outra boa oriunda do povo diz respeito a sua fé no grande santo. “Quem tem
fé vai a pé” é a frase que muitos ostentam em camisas aos milhares.
Em algumas de nossas postagens escrevemos sobre as restrições que a
Igreja Católica coloca contra a lavagem. Muita gente não entende a razão e nos incluímos
nessa leva hoje e sempre. Não se compreende como uma festa em louvor ao Senhor
do Bonfim seja malquista pela igreja, com base em alguns excessos cometidos por
alguns, desde que no conjunto da obra, há uma infinidade de demonstrações de
fervor ao grande santo da Bahia. São famílias inteiras participando do evento. Senhores e Senhoras. Crianças. O povo!
Enquanto isto, na Espanha a igreja designa um padre para receber as preces dos toureiros em todas as arenas daquele País. Quais preces? Que ele não seja atingido pelo touro com o qual vai guerrear; que ele tenha sucesso nas suas manobras de desvio do animal enfurecido; que por fim ele consiga matá-lo com u golpe de espada bem no dorso da fera; que o público o aplauda entusiasticamente pelo seu feito. Amen!
Enquanto isto, na Espanha a igreja designa um padre para receber as preces dos toureiros em todas as arenas daquele País. Quais preces? Que ele não seja atingido pelo touro com o qual vai guerrear; que ele tenha sucesso nas suas manobras de desvio do animal enfurecido; que por fim ele consiga matá-lo com u golpe de espada bem no dorso da fera; que o público o aplauda entusiasticamente pelo seu feito. Amen!
Isto é que deveria ser proibido e em não
sendo por questões até de órdem econômica, não deixa espaço nem que seja milimétrico para
a Igreja ter o direito de não apoiar a grande festa da Bahia, hoje patrimônio
imaterial do Brasil, segundo o Iphan. Isto é que é importante!
Outra questão ainda imprecisa de relação a Lavagem do Bonfim diz respeito ao seu inicio na Conceição da Praia. Temos visto citações até do século XVIII e muitas do século XIX. Não é nada disto! A essa época o Largo da Conceição da Praia nem existia. Através de fotos que publicamos adiante vão provar esse fato.
Outra questão ainda imprecisa de relação a Lavagem do Bonfim diz respeito ao seu inicio na Conceição da Praia. Temos visto citações até do século XVIII e muitas do século XIX. Não é nada disto! A essa época o Largo da Conceição da Praia nem existia. Através de fotos que publicamos adiante vão provar esse fato.
Essa foto esclarece muita coisa. Vamos nos concentrar no que acabamos de afirmar: "não existia a Praça em frente a Igreja da Conceição da Praia. O mar chegava junto aos prédios hoje da Rua da Preguiça que é aquela existente entre o Elevador Lacerda e a Igreja da Conceição da Praia.
Enseada da Preguiça
Esta foto mais do que prova o que se afirma acima. Os barcos encostados próximos às residências na Preguiça. Mais para a esquerda, a câmara poderia pegar a Igreja da Conceição da Praia.
Monumento a Riachuelo
Na foto acima, vemos a Praça Riachuelo e o seu famoso monumento. Junto ao mar. No prolongamento do Cais das Amarras.
Cais das Amarras
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