sexta-feira, 17 de junho de 2011

NOSSA SENHORA DE SANT’ANA DE NAZARÉ

Claro que, quando Luiz Dias, o arquiteto que veio com Tomé de Souza planejar e construir a Cidade de Salvador em 1549, deve ter pensado e muito na questão do abastecimento, isto é, como aquelas quase mil pessoas teriam alimentos e água para se sustentarem. Verdade que havia Caramuru e sua gente que poderiam eventualmente suprir essas necessidades. Deve ter feito nos primeiros dias, mas seria pedir demais que ele ficasse com essa responsabilidade. Não teria como! Além do mais, Vila Pereira e a própria Graça, ficavam a alguma distância do local onde seria construída a cidade.
Em razão dessa problemática, certamente uma das primeiras providências do arquiteto português foi saber onde poderia conseguir água potável e alimentos para a sua gente. No local onde seria a cidade, devidamente cercado logo nos primeiros dias, no alto do morro, não tinha nada que se pudesse confiar.
Sob a orientação de Caramuru ou não, talvez o próprio Luiz Dias, deve ter notado logo ali embaixo, ao leste, um rio que corria tranqüilo por entre morros de todos os lados, um verdadeiro vale, ou seja, uma depressão alongada entre elevações de terra de todos os lados.

Algo assim! Foto aérea do local. Atual Av. J.J. Seabra ( Bx. dos Sapateiros). O traço azul seria o Rio Camurugipe (Rio das Tripas) e as partes verdes as encostas elevadas; a do alto atingindo à Praça Municipal e a de baixo a Mouraria, Nazaré, também partes elevadas da cidade.

Mapa dos primeiros tempos de Salvador
Outro mapa de Salvador, datado de 1580 com destaque para o “vale” ao alto (cinza) e o rio em traço preto.
Nesse novo mapa, podemos notar já o corredor de casas tanto de um lado como do outro do rio ( este em traço azul), bem como algumas residências subindo a ladeira, ao que tudo indica pelos lados da Barroquinha.
Em postagem anterior escrevíamos que a Palma, teria se desenvolvido com belíssimas residências de possíveis grandes negociantes das hortas, pomares e pastos existentes na Rua das Hortas ou Rua da Vala (ou seria Rua do Vale?) logo ali em baixo. Uma pequena ladeira do lado direito da atual Praça dos Veteranos, dava acesso. O negócio devia ser bom! Era o único centro de abastecimento da cidade de Salvador naqueles tempos. Dizíamos que, até peixes, deviam ser pescados naquela área, apesar do mar do outro lado, mas que ainda não oferecia segurança.
Além da Palma que se desenvolveu rapidamente, atingindo toda a Mouraria e chegando à Lapa, outras áreas ao longo das margens do rio também tiveram sua vez. Foi o caso de Santana, Largo de Santana e sua extraordinária igreja.
Já corria o ano de 1760 quando a bela igreja foi inaugurada.


Igreja de Nossa Senhora de Sant’Ana

Nossa Senhor de Sant’Ana

Interior da bela igreja
Maria Quitéria a heroína da Bahia está sepultada nessa igreja

Acima mapa da região que se comenta


Foto aérea da igreja - Vê-se ao fundo o Fórum Rui Barbosa



 
Com o destaque "aéreo" merecido

Um comentário:

  1. Olá, sou estudante de jornalismo e estou fazendo pesquisas sobre o bairro da Ribeira.Seu blog é bastante interessante e ajudou muito na minha pesquisa.Há alguma forma de manter contato ou até uma possivél entrevista?Grata
    Andréia

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