É preciso muito cuidado ao tentar escrever obre as instituições localizadas no Terreiro de Jesus ou na Praça da Sé.
Como vimos em postagens anteriores há uma grande “mistura histórica” sobre esses dois locais ao tempo da fundação da Cidade de Salvador.
Quase ficou provado que os dois locais àquela época era uma coisa só, ou seja, um grande descampado, um “terreiro” segundo o cronista da época Gabriel Soares.
Votamos a registrar o que escreveu: “ocupa este terreiro e parte da rua da banda do mar um suntuoso colégio dos padres da Companhia de Jesus, com uma formosa e alegre igreja…"
Explicamos: “terreiro” para o cronista ou àquela época era uma expressão que significava um espaço de terra livre, largo e plano. Hoje, normalmente, significa local de cerimônia de cultos afro-brasileiros.
No caso acima, em razão da época em que foi escrito (1584), Gabriel Soares estava se referindo à antiga Igreja da Sé e ao colégio anexo. Parece não restar nenhuma dúvida!
Consubstanciando o que se estar a dizer acima, registre-se o que escreveu Simão de Vasconcelos (1) em “Crônica da Companhia de Jesus” em 1663:
(1) Simão de Vasconcelos - Nasceu, em 1788, o combatente liberal frei Simão de Vasconcelos, frade monástico do Mosteiro de Alcobaça, que participou activamente nas lutas contra os absolutistas, acabando por ser capturado e fuzilado em Viseu, em 1832.
“Razão tinha Manuel da Nóbrega para dar a Tomé de Sousa, quando este lhe objetava estar fora da cidade o local escolhido para o Colégio; a mesma resposta que o Padre Simão Rodrigues deu a El-Rei D. João III perante objeção idêntica, a respeito da casa de S. Roque, em Lisboa: _Não se arreceie Vossa Alteza de ficar a casa fora da Cidade; a cidade virá juntar-se ao redor da casa. E assim foi. O grande bairro dos Andrades teve como célula genética a casa de S. Roque, como o Colégio da Bahia veio a fazer do Terreiro de Jesus o ponto central de Salvador."[1]
Agora, vejam que texto curioso e importante.
É de autoria do Padre Serafim Leite, istoriador português, em “História da Companhia de Jesus”o seguinte texto:
“A partir do século XVI a cidade cresceu os seus limites, dando formação a segunda praça, o Terreiro de Jesus, tornando-se o seu centro cultural e nervoso.
As primeiras moradias que os padres tiveram eram umas pobres casas de taipa cobertas de palhas. Eram as casas d”Ajuda. Antes de as deixar, fizeram outras no Monte Calvário, então fora da cidade e deu o Governador uma casa de barro dentro dela, perto dos muros. Nenuma delas dispunha dos requisitos indispensáveis para “Colégio”, ainda que em todas se fez catequese e se ensinaram os rudimentos de ler e escrever"
Vejam e sintam o perigo desse escrito. Logo no seu principio o sacerdote diz: “A partir do século XVI a cidade cresceu os seus limites, dando formação a segunda praça, o Terreiro de Jesus, tornando-se o seu centro cultural e nervoso”.
Ele refere-se claramente ao “Terreiro de Jesus” como sendo a segunda praça (dando formação a segunda praça).
Há de se perceber de logo que a primeira praça é a atual Praça Tomé de Souza ou Praça Municipal, e a segunda é a atual Praça da Sé. O Terreiro de Jesus, atual, digamos assim, seria cronologicamente, a terceira praça.
Logo, esqueçamos o atual prédio do Colégio dos Jesuitas, entre a atual Catedral Basilica e a antiga Faculdade de Medicina, como tendo sido o primeiro colégio dos padres jesuítas. Definitivamente, ao nosso entender, esse colégio ficava ao lado da antiga Igreja da Sé demolida em 1933 ou o colégio era nela própria.
Continuamos citando o padre Serafim: “As casas de catequese dos jesuítas daquela época eram de taipa”.
De taipa não podia ser o prédio que a imagem seguinte apresenta:
Como vimos em postagens anteriores há uma grande “mistura histórica” sobre esses dois locais ao tempo da fundação da Cidade de Salvador.
Quase ficou provado que os dois locais àquela época era uma coisa só, ou seja, um grande descampado, um “terreiro” segundo o cronista da época Gabriel Soares.
Votamos a registrar o que escreveu: “ocupa este terreiro e parte da rua da banda do mar um suntuoso colégio dos padres da Companhia de Jesus, com uma formosa e alegre igreja…"
Explicamos: “terreiro” para o cronista ou àquela época era uma expressão que significava um espaço de terra livre, largo e plano. Hoje, normalmente, significa local de cerimônia de cultos afro-brasileiros.
No caso acima, em razão da época em que foi escrito (1584), Gabriel Soares estava se referindo à antiga Igreja da Sé e ao colégio anexo. Parece não restar nenhuma dúvida!
Consubstanciando o que se estar a dizer acima, registre-se o que escreveu Simão de Vasconcelos (1) em “Crônica da Companhia de Jesus” em 1663:
(1) Simão de Vasconcelos - Nasceu, em 1788, o combatente liberal frei Simão de Vasconcelos, frade monástico do Mosteiro de Alcobaça, que participou activamente nas lutas contra os absolutistas, acabando por ser capturado e fuzilado em Viseu, em 1832.
“Razão tinha Manuel da Nóbrega para dar a Tomé de Sousa, quando este lhe objetava estar fora da cidade o local escolhido para o Colégio; a mesma resposta que o Padre Simão Rodrigues deu a El-Rei D. João III perante objeção idêntica, a respeito da casa de S. Roque, em Lisboa: _Não se arreceie Vossa Alteza de ficar a casa fora da Cidade; a cidade virá juntar-se ao redor da casa. E assim foi. O grande bairro dos Andrades teve como célula genética a casa de S. Roque, como o Colégio da Bahia veio a fazer do Terreiro de Jesus o ponto central de Salvador."[1]
Agora, vejam que texto curioso e importante.
É de autoria do Padre Serafim Leite, istoriador português, em “História da Companhia de Jesus”o seguinte texto:
“A partir do século XVI a cidade cresceu os seus limites, dando formação a segunda praça, o Terreiro de Jesus, tornando-se o seu centro cultural e nervoso.
As primeiras moradias que os padres tiveram eram umas pobres casas de taipa cobertas de palhas. Eram as casas d”Ajuda. Antes de as deixar, fizeram outras no Monte Calvário, então fora da cidade e deu o Governador uma casa de barro dentro dela, perto dos muros. Nenuma delas dispunha dos requisitos indispensáveis para “Colégio”, ainda que em todas se fez catequese e se ensinaram os rudimentos de ler e escrever"
Vejam e sintam o perigo desse escrito. Logo no seu principio o sacerdote diz: “A partir do século XVI a cidade cresceu os seus limites, dando formação a segunda praça, o Terreiro de Jesus, tornando-se o seu centro cultural e nervoso”.
Ele refere-se claramente ao “Terreiro de Jesus” como sendo a segunda praça (dando formação a segunda praça).
Há de se perceber de logo que a primeira praça é a atual Praça Tomé de Souza ou Praça Municipal, e a segunda é a atual Praça da Sé. O Terreiro de Jesus, atual, digamos assim, seria cronologicamente, a terceira praça.
Logo, esqueçamos o atual prédio do Colégio dos Jesuitas, entre a atual Catedral Basilica e a antiga Faculdade de Medicina, como tendo sido o primeiro colégio dos padres jesuítas. Definitivamente, ao nosso entender, esse colégio ficava ao lado da antiga Igreja da Sé demolida em 1933 ou o colégio era nela própria.
Continuamos citando o padre Serafim: “As casas de catequese dos jesuítas daquela época eram de taipa”.
De taipa não podia ser o prédio que a imagem seguinte apresenta:
1805 - Colégio dos Jesuitas ao lado da igreja
Acima a Igreja e ao seu lado direito uma edificação com sete janelas no andar superior onde funcionou o Colégio dos Jesuítas. A igreja foi edificada entre 1652/1752. O colégio deve ser da data mais antiga. Possivelmente, já estaria funcionando antes mesmo da conclusão da igreja, em razão da sua maior complexidade de construção e decoração.
Nesse sentido, pinçamos uma informação importante: Gregório de Matos o irreverente escritor, teria estudado no Colégio de Jesuítas por volta de 1642, fato que vem confirmar o funcionamento do colégio muito antes da igreja ter suas obras iniciadas
A praça acima poderia ter sido assim
Este último escrito é importante para uma definição. Esqueçamos o atual prédio do Colégio dos Jesuítas, entre a Catedral Basílica e a antiga Faculdade de Medicina. O escritor fez questão de salientar o detalhe.
"As casas de catequese dos jesuítas daquela época eram de taipa".
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