domingo, 23 de setembro de 2012

O SIGNIFICADO DE FONTE NOVA

Em razão da realização da Copa das Federações em 2013 e a Copa do Mundo em 2014 no Brasil, alguns dos estádios de nosso futebol estão sendo reformados ou estão sendo construídas novas praças esportivas. Neste último caso está a Bahia. Possuíamos o Estádio Otávio Mangabeira, mais conhecido como Estádio da Fonte Nova, que foi demolido, e em seu lugar está sendo construída a Arena da Fonte Nova.



Naturalmente, em conseqüência desses eventos, a Arena Fonte Nova está sendo citada no mundo inteiro, como um dos estádios onde se farão os dois grandes eventos internacionais.

Naturalmente, vem a curiosidade  sobre a origem do nome Fonte Nova que, à principio, indicaria a existência de uma  nova fonte de água  (potável naturalmente) no local ou nas proximidades.

Sabe-se, por exemplo, que ao lado do dique, em baixo do Tororó, existia uma fonte de água potável (O dique em si era contaminado). Os moradores desse bairro mais os de Nazaré se abasteciam na mesma. Possivelmente, ao descobrirem uma nova fonte mais adiante, onde hoje se acha o estádio, passaram a se referir a mesma como “fonte nova”.

E essa "fonte nova" situava-se numa depressão do morro ali existente. Teria sido uma depressão natural ou foi provocada pelos homens? Julga-se, por exemplo, que ali teria funcionado um "barreiro", ou seja, um lugar fornecedor de barro. Ainda outros ligam o lugar a existência de uma pedreira em razão de que ao seu lado norte corre a Ladeira da Fonte das Pedras. Que pedras? É difícil imaginar fatores a favor ou em contrário.  

Jogamos bola no local. Acreditem! Estudávamos no Central e em certos dias uma turma descia de Nazaré para o Dique para jogar futebol no campo de barro da depressão da Fonte Nova. Sujava-nos todo e em seguida lavávamos as pernas nas águas do Dique do Touro, não o dique que hoje conhecemos com suas margens disciplinadas, mas um dique cheio de baronesas que se estendiam irregularmente pelas suas bord
.
Já que estamos falando de nomes de estádios, vale citar aqui a origem do nome de um dos estádios mais vistos na televisão, pelo menos pelos amantes do tênis. Trata-se do Roland Garros. A origem de seu nome é inusitada, desde que pela sua importância histórica, pensa-se que Roland Garros é o nome de uma pessoa ligada ao tênis. Não é!Ele foi um aviador e nem sabia jogar tênis. Fez a Travessia do Atlântico em um pequeno avião. Esteve no Brasil. Veio dirigir o Demoiselle de Santos Dumont.

Após a sua morte, resolveram homenageá-lo dando o seu nome ao estádio de tênis Roland Garros:

Teve uma breve passagem pelo Brasil onde ensinou pilotagem em São Paulo.

Em 9 de Março de 1912, juntamente com Eduardo Pacheco Chaves, cada qual pilotando seu próprio avião, realizou a primeira viagem aérea São Paulo-Santos-São Paulo. Na ocasião o governo do estado oferecia um prêmio de 30 mil réis ao primeiro piloto que conseguisse esta façanha.


LEITURA OPCIONAL
Resumo do capítulo anterior: Bel e Rigoni tornaram-se amigos. Os filhos dos dois também. Visitaram-se mutuamente. Até já namoravam,

ALAGADOS

10

Passaram-se dois anos. Alex se formara e já estava operando. Mauro estava prestes a se formar. Maria cursava o quarto ano e se formaria no ano seguinte. Mariana também se formaria também no próximo ano e Jean formar-se-ia ainda este ano em engenheiro. Milena também tinha se formado em enfermeira e exercia a profissão em Itaparica. Mauro também se formaria em engenharia no próximo ano.
Alex estava noivo de Mariana e se casariam tão logo ela se formasse. Jean namorava firme Maria; o mesmo acontecendo com Jean e Milena. As três famílias estavam se unindo. O bloco só não era completo porque o filho de Cal, não tinha acrescentado ninguém mais na ordem familiar, bem como entendia que não devia se comprometer tão cedo. Tinha suas namoradas espalhadas por aí. Àquela noiva da reunião era uma delas.
Certa tarde Bel mandou chamar Firmino.
- Mestre, estou sabendo que as palafitas estão se espalhando por trás da ilha. Certo?
- Infelizmente, é verdade. As obras do Porto de Aratú e do Cia estão atraindo muitos trabalhadores do recôncavo e da própria Salvador e  em razão da proximidade, esse pessoal está preferindo morar em  Maré.
- Haveria um jeito de conter essa proliferação?
- Jeito tem seu Bené. Simplesmente comunicar à Marinha que mandaria destruí-las e fim de papo.
- E para onde iria esse pessoal?
- Não iria. Vai ocupar os morros. A ilha é cheia de morros.
- Seria uma desfiguração total. Deus nos livre. Vou pensar no assunto e você também pense.
Bel pensou de tudo, mas não conseguiu formatar nenhuma idéia concreta. Voltou a chamar o mestre.
- E daí, conseguiu chegar a alguma idéia de acabar com isto?
- Seu Bel tenho uma idéia. Não sei se o senhor vai topar.
- A construção de “casas de mar” como a minha. Tem um bom aspecto. Os próprios moradores construirão suas casas, naturalmente com nossa orientação no principio.  
- Gostei da ideia. Elas poderão, inclusive, ter uma ligação umas com as outras.
- Entraremos em contato com as indústrias para que elas instalem sistemas de água e esgoto. É o que é mais caro, mas é necessário que esse pessoal faça alguma coisa, ou seja, pense um pouco mais adiante.
- Excelente. Pode iniciar os contatos. Deve ter algum líder comunitário, não tem?
- Tem, Bel eu o conheço.
- Mas, Firmino, me veio uma ideia agora dentro do mesmo tema. Por que não fazemos outra extensão a partir de sua casa de mar?
-Da minha casa?
- Exatamente de sua casa.
- Faríamos um hotel dentro do mar que nem o Meditaranée em Itaparica. Isso daria à ilha de Maré uma movimentação econômica bem interessante com restaurantes e outros serviços, significando dizer mais emprego para essa gente.
- Senhor BeL, isto tem implicações com a marinha que é dona do mar.
- Estou ciente disto. Vou procurar nossos engenheiros do Uruguai. Eles saberão informar quem construiu o Meditaranée. Gente que vivenciou esse problema. Fica mais fácil e lógico.
Foi o que foi feito. Os engenheiros indicaram a mesma firma que construiu o Meditaranée em Itaparica. Havia diferenças. Lá o clube fora construído num charco; aqui seria em mar aberto.
Os engenheiros foram à Maré e viram boas possibilidades para a construção do resort. Fariam de uma forma para não prejudicar a navegação na área nem trazer prejuízos a paisagem do local. Tinha que ser algo integrado. Sentiram que era preferível alçar o mar, a permitir a tomada dos morros como aconteceu em Salvador. Lá ficou feio; aqui ficaria horrível. Veja o caso de Plataforma. Tomaram o morro.
Decorrido um mês, o escritório de engenharia apresentou o projeto. Já tinha sido feitos contatos com os órgãos públicos que aprovariam sua construção. As cabanas tinham um detalhe absolutamente inovador. As partes principais da casa, como salas e quartos tinham o piso de vidro transparente. Seu morador iria se sentir como que flutuando sobre o mar. Haveria também uma clarabóia em cima de uma das salas onde o morador teria a sensação de estar entre o céu e o mar.
Na parte de fora de cada residência uma escada em direção a um pequeno píer onde o morador poderá dar seus mergulhos e tomar seu sol tranquilamente. Poderá também tomar seu café da manhã ou tomar seu drinque. Também serviria para atracação de lanchas.

Casas de mar


Ligação entre elas

Ao centro seria construída duas ou três cabanas maiores que abrigariam restaurantes, salão de festas, cinema, academia, artesanato e serviços gerais.
- Que nome o senhor vai dar ao condomínio ou clube, senhor Bel, perguntou um dos engenheiros?
- Resort Casas de Mar, simplesmente “Casas de Mar”. Sei que o povo no futuro vai dizer Casas de Mar de Maré, mas também está bom.
Com o projeto em mãos, Bel se dirigiu ao Banco do Brasil, onde tinha conta. Foi a procura do mesmo gerente que havia feito o financiamento do Condomínio da Maré, no Uruguai. Não o encontrou. Agora estava numa das diretorias. Havia sido promovido. Motivo: a grande negociação do Condomínio da Maré. Deu ao banco grandes lucros. Chamava-se Paulo. Aliás, Dr. Paulo.
- Quero falar com Dr. Paulo, dizia Bel ao gerente que no momento lhe atendia.
- O senhor tem hora marcada?
- Hora marcada? Não. Diga a ele que é Bel do Condomínio da Maré.
O gerente fez o contato pelo telefone interno. - Dr. Paulo pede que o senhor suba. Sala da DIPEC – Diretoria de Política Econômica.
- Senhor Bel, que prazer! Como anda “nosso” condomínio?
- Faz tempo que eu não vou lá. O senhor ainda tem a casa que lhe demos?
- Não. Eu a vendi. Achei cem mil e passei adiante. Que o traz aqui. Outro condomínio? Estou vendo o senhor com este canudo nas mãos. É um projeto?
- Em verdade, é um projeto. Parece que o senhor adivinha as coisas.
- E aonde será o condomínio desta vez?
- Na Ilha de Maré. Não é bem um condomínio, é um resort, por ai.
Aí Bel abriu o canudo em cima da mesa do diretor. – Ei-lo.
- Bem original. Em que o banco pode ajudá-lo?
- Financiando-o!
- Não sei se os financiamentos estão suspensos provisoriamente. Vou ter que consultar o Gepro.
- Isto aqui está cheio de siglas – Dipec- Gepro. Tem algum lugar com a sigla “C L I E N T E”?
- Como assim?
- Você quer fazer negócio ou não quer? Vamos ser mais diretos. Não falta banco por aí interessando em financiar um projeto como este e banco onde eu não tenho conta. Aqui eu tenho. Foi aberta quando você ainda era gerente. Faz algum tempo.
- Claro que queremos fazer negócios, mas o senhor compreende... Um momento, preciso realmente consultar o gerente do Gepro.  Não tenho esse poder. Já estou acessando o computador.
Na realidade, o homem estava acessando a conta de Bel. Queria saber quanto ele possuía no banco.
Um bilhão e oitocentos milhões de reais indicou o computador. Dentro em pouco teria dois bi.
Meu Deus, se este homem tira sua conta do banco por causa desse financiamento, vou perder o emprego, pensou o homem. – Quanto o senhor precisa?
- Não preciso de nada. O banco é que precisa fazer empréstimos para que este país cresça e se desenvolva. Esse projeto visa solucionar um problema social e incrementar o turismo na Baía de Todos os Santos e outras coisas mais. Ainda não tenho uma avaliação completa. Vim apenas fazer uma sondagem e em seguida mandar orçá-lo devidamente, mas só pretendia fazê-lo após todas as certezas. De resto, preciso sair daqui convicto que vocês financiarão o projeto, como igualmente criarão todas as facilidades para os futuros compradores das” casas de mar” que serão construídas. A corretora que for encarregada das vendas usará esta “facilidade” como uma arma poderosa de convicção.
O Paulo, aliás, Dr. Paulo, estava impressionado com a esperteza daquele homem que estava à sua frente. Um simples pescador, modesto, mas uma águia, ou melhor, um cação.  Sabia pegar sua presa na hora certa e desta feita fui eu o peixe que ele abocanhou.
O projeto foi aprovado pelo banco que liberou um financiamento de cinqüenta milhões de reais numa primeira etapa. Caso haja necessidade, outras parcelas seriam concedidas.


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