Estávamos pensando que
estivéssemos sozinhos na convicção de que a retirada total das barracas de praia
da orla de Salvador trouxe muitos
prejuízos à cidade, prejuízos de trabalho, de lazer, de violência, entre
outros.
Até de violência, poder-se-á até
estranhar? Sim. A medida, drasticamente tomada pelo Poder Público e não a
Prefeitura, provocou um desemprego em massa de mais de dois mil trabalhadores,
gente sem qualquer qualificação profissional, apenas disponível para serviços de atendimento aos banhistas, no fornecimento
de refrigerantes e cervejas proveniente das barracas.
E o que estão fazendo esses
trabalhadores, hoje em dia? Alguns, mais desembaraçados compraram um isopor e
estão vendendo refrigerantes e cervejas por conta própria. Com isto as nossas
praias ficaram mais feias e desogarnizadas.
A maioria, contudo, está vagando
por aí nas beiras do crime de rua ou já nele engajados, tornando Salvador uma
das cidades mais perigosas do País. Disso não temos a menor dúvida.
Enquanto isto, em Fortaleza, Ceará:
Dizíamos então que pensávamos que
esta convicção era apenas nossa, mas nesses dias, lemos uma matéria sobre a
queda do turismo em Salvador e entre as causas apontadas está, justamente, a
retirada das barracas de nossa orla. Elas eram um atrativo interessante de
nossas praias. Como prova disso, em outros Estados do Nordeste, o próprio
governo faz a propaganda de suas cidades, incluindo as barracas como um grande
atrativo, casos do Ceará e Sergipe.
Se a retirada das barracas foi um
enorme erro, pior ou igual foi a não criação de uma alternativa. Por exemplo,
nesse ínterim, foram feitas diversas praças em Salvador
(Pituba-Ondina-Itapagipe) e, em nenhuma delas tiveram a idéia de criar espaços gastronômicos
para fixação das pessoas nessas praças; até as baianas de acarajé, delas se
afastam porque não há público suficiente para bons negócios.
E não se vê na campanha dos
candidatos à Prefeito, (nenhum deles) uma referência ao caso. Parece que todos
têm medo do Poder Público que tomou a medida, mas mesmo ele pode ser contestado
através órgãos superiores de justiça e não se viu ninguém reclamar, Prefeitura,
Governo Estadual, Sindicatos de Trabalhadores, etc. Estamos sem nenhuma
iniciativa. Lerdos e leigos!
No particular, abaixo estamos
transcrevendo uma nota do senhor Armando Mota em seu blog:
"O sonho de uma cervejinha gelada à beira-mar,
um caranguejo feito na hora, uma casquinha de siri ou outro petisco qualquer de
boa culinária baiana é coisa do passado. Uma decisão judicial sepultou uma das
mais antigas tradições desta terra e reservou para Fortaleza o privilégio de
receber com conforto e higiene os que lhe visitam". ARMANDO MOTA
É assim que se perde mercado. Para recuperá-lo, leva um século.
É assim que se perde mercado. Para recuperá-lo, leva um século.
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