Em todos os tempos a água
potável foi determinante na formação dos aglomerados humanos, desde as
primeiras aldeias de índios até as grandes cidades de hoje.
Salvador não foi diferente.
Aliás, quando Tomé de Souza se preparava para viajar para o Brasil já recebia
do Rei D.João III a seguinte recomendação: “espero
que este seja e deve ser um sitio sadio e de bons ares e que tenha
abastecimento de água e porto em que possam amarrar os navios”...
E em aqui chegando, encontrou
um porto onde pôde amarrar seus navios, Porto
da Barra hoje ( Vila Velha a principio) e em seguida, ele e seu arquiteto Luiz
Dias, escolheram uma faixa de terra na parte mais alta do morro que o local
possuía (sadio e de bons ares) e, principalmente, que tivesse água.
Sim! No local havia muita
água. Era só descer pela porta da Barroquinha, poucas vezes citada, e lá em
baixo corria o Rio das Tripas, afluente do Rio Camurugipe que, além de fornecer
o precioso líquido, dava condições de nas suas margens plantar e criar animais
de corte.
Com o tempo a cidade foi
crescendo, principalmente para os lados do norte, acompanhando a encosta do morro
que se estendia para esses lados, distanciando-se da matriz da água.
Ai se fez necessário o
transporte dessa água em barris de madeira e outros materiais, tanto em lombos
de animais, quanto pelas próprias pessoas. Além de penoso, nem sempre era
eficiente.
Naturalmente que esta
situação forçou a busca de outras fontes de água. Esse é bem o termo – fontes
de água. Simplesmente minadouros de onde brotasse água potável. Muitas delas
foram encontradas nas encostas do grande morro e outros, desde que a cidade era
pródiga de elevados de toda ordem.
Inicialmente, mantiveram-se
as características do local, mas logo os governos da época trataram de dá
um melhor aspecto a cada um deles, bem como
melhorando o fluxo das águas. Surgiram os chafarizes, geralmente decorados com
azulejos . (1)
(1)
Todos esses azulejos foram importados, A
Bahia não os fabricava.
Muitos dessas fontes e chafarizes alcançaram os tempos de hoje, mas
chegaram degradados, apesar do seu valor histórico.
É o caso, por exemlo, da Fonte das Pedras, nas proximidades onde se está
construindo a Arena da Fonte Nova, ela própria, no passado uma fonte de água.
Havia uma grande fonte em torno do dique (lado direito). Os moradores do Tororó
e Nazaré se abasteciam nela. Ali perto estava uma depressão do morro de onde se
extraiam pedras e barro. Na labuta dessa atividade, surgiu uma nova fonte, uma
Fonte Nova.
Quase toda em baixo da terra (!?)
Fonte das Pedras
Hoje, faz-se um novo estádio que se chamará Arena da Fonte Nova com vistas
à Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo em 2014.
Está tudo sendo modificado ao redor do estádio e seria bom que também seus
antigos acessos que serão ainda usados, sejam melhorados pelo menos no seu aspécto.
Um deles, talvez o principal, é a Ladeira da Fonte das Pedras e nela se encontra o novo estádio.
Ladeira da Fonte das Pedras - À direita a Arena Fonte Nova ainda sendo construída.
Ladeira da Fonte das Pedras - À direita a Arena Fonte Nova ainda sendo construída.
Que as grandes construtoras, a maioria com direção de pessoas de nossa
terra, pensem no assunto e recuperem para o mundo a tão esquecida Fonte das
Pedras.
É o mesmo caso do chafariz do comércio ao lado da Escola de Aprendizes de
Marinheiro. Só anda enferrujado e funcionamento prejudicado. Seria interessante
que a Marinha cuidasse dele. Está quase dentro de seu terreno. Poderia ser
feito um convênio com a Prefeitura.
Um bom exemplo na área foi dado pela Marina do Comércio. Na Av. Do Contorno que passa em frente, plantaram
diversos tipos de árvores e estão cuidando de seu crescimento.
A oportunidade é excelente para falarmos ainda de uma outra fonte que
jamais teve um “cuidado” dos órgãos governamentais. Referimo-nos a fonte da
Pedra Furada. Antiquíssima! Hoje ela se encontra dentro do espaço de uma
residência. Precisa-se pedir licença para entrar. Foi o nosso caso, quando
tiramos a foto adiante.
Pedra Furada
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