domingo, 2 de dezembro de 2012

FONTE DAS PEDRAS E OUTRAS


Em todos os tempos a água potável foi determinante na formação dos aglomerados humanos, desde as primeiras aldeias de índios até as grandes cidades de hoje.
Salvador não foi diferente. Aliás, quando Tomé de Souza se preparava para viajar para o Brasil já recebia do Rei D.João III a seguinte recomendação: “espero que este seja e deve ser um sitio sadio e de bons ares e que tenha abastecimento de água e porto em que possam amarrar os navios”...
E em aqui chegando, encontrou um  porto onde pôde amarrar seus navios, Porto da Barra hoje ( Vila Velha a principio) e em seguida, ele e seu arquiteto Luiz Dias, escolheram uma faixa de terra na parte mais alta do morro que o local possuía (sadio e de bons ares) e, principalmente, que tivesse água.
Sim! No local havia muita água. Era só descer pela porta da Barroquinha, poucas vezes citada, e lá em baixo corria o Rio das Tripas, afluente do Rio Camurugipe que, além de fornecer o precioso líquido, dava condições de nas suas margens plantar e criar animais de corte.
Com o tempo a cidade foi crescendo, principalmente para os lados do norte, acompanhando a encosta do morro que se estendia para esses lados, distanciando-se da matriz da água.
Ai se fez necessário o transporte dessa água em barris de madeira e outros materiais, tanto em lombos de animais, quanto pelas próprias pessoas. Além de penoso, nem sempre era eficiente.
Naturalmente que esta situação forçou a busca de outras fontes de água. Esse é bem o termo – fontes de água. Simplesmente minadouros de onde brotasse água potável. Muitas delas foram encontradas nas encostas do grande morro e outros, desde que a cidade era pródiga de elevados de toda ordem.
Inicialmente, mantiveram-se as características do local, mas logo os governos da época trataram de dá um  melhor aspecto a cada um deles, bem como melhorando o fluxo das águas. Surgiram os chafarizes, geralmente decorados com azulejos . (1)

(1)        Todos esses azulejos foram importados, A Bahia não os fabricava.
Muitos dessas fontes e chafarizes alcançaram os tempos de hoje, mas chegaram degradados, apesar do seu valor histórico.
É o caso, por exemlo, da Fonte das Pedras, nas proximidades onde se está construindo a Arena da Fonte Nova, ela própria, no passado uma fonte de água. Havia uma grande fonte em torno do dique (lado direito). Os moradores do Tororó e Nazaré se abasteciam nela. Ali perto estava uma depressão do morro de onde se extraiam pedras e barro. Na labuta dessa atividade, surgiu uma nova fonte, uma Fonte Nova.



Quase toda em baixo da terra (!?)
(Esta é a versão mais coerente da origem do nome Fonte Nova).


Fonte das Pedras


Hoje, faz-se um novo estádio que se chamará Arena da Fonte Nova com vistas à Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo em 2014.
Está tudo sendo modificado ao redor do estádio e seria bom que também seus antigos acessos que serão ainda usados, sejam melhorados pelo menos no seu aspécto. Um deles, talvez o principal, é a Ladeira da Fonte das Pedras e nela se encontra o novo estádio.


Ladeira da Fonte das Pedras - À direita a Arena Fonte Nova ainda sendo construída.
Que as grandes construtoras, a maioria com direção de pessoas de nossa terra, pensem no assunto e recuperem para o mundo a tão esquecida Fonte das Pedras.
É o mesmo caso do chafariz do comércio ao lado da Escola de Aprendizes de Marinheiro. Só anda enferrujado e funcionamento prejudicado. Seria interessante que a Marinha cuidasse dele. Está quase dentro de seu terreno. Poderia ser feito um convênio com a Prefeitura.


Um bom exemplo na área foi dado pela Marina do Comércio. Na Av.  Do Contorno que passa em frente, plantaram diversos tipos de árvores e estão cuidando de seu crescimento.
A oportunidade é excelente para falarmos ainda de uma outra fonte que jamais teve um “cuidado” dos órgãos governamentais. Referimo-nos a fonte da Pedra Furada. Antiquíssima! Hoje ela se encontra dentro do espaço de uma residência. Precisa-se pedir licença para entrar. Foi o nosso caso, quando tiramos a foto adiante.

Pedra Furada

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