O Monte Serrat faz parte do que
chamaram Ilha do Bonfim, desde tempos imemoriais. É até mais alto do que a
Sagrada Colina onde se encontra a Basílica do Senhor do Bonfim.
É um bairro belíssimo desde que
nele se encontra o Humaitá. Não somente a Ponta do Humaitá como se costuma
falar. Claro que é parte integrante das mais extraordinárias, mas a
Pedra Furada também é Humaitá e igualmente todo o elevado da Rua São
Francisco. E se não bastasse essa profusão, a colina onde se encontra o Forte
de Monte Serrat também é Humaitá.
Isso vem a propósito, devido às
limitações impostas por pessoas ligadas a história da cidade de que Humaitá se
restringe tão somente ao espaço onde se encontra a Igreja de Monte Serrat e o
Farol, por vezes excluindo desse perfil o casarão ali existente, mais conhecido
pelo fato de ter abrigado em suas dependências um clube de iates.
Não é e não foi somente um clube.
Este casarão foi construído em 1619 e nele morou o padre Antônio Vieira.
Há de se notar que Salvador foi
construída a partir do ano de 1549 por Tomé de Souza e se manteve restrita às
suas famosas portas de Santa Luzia ao sul e a de Santa Catharina ao norte, pelo
menos até o final desse século. Logo, o casarão a que estamos nos referindo foi
talvez uma das primeiras construções fora dos limites tradicionais da cidade.
Isso tem uma importância
considerável no contexto histórico de nossa cidade. O lugar era inóspito e
desabitado por gente de pele branca. Quem teria tido a coragem de se arvorar em
morar ali? Teria sido Garcia de Ávila, filho de Tomé de Souza?
Como se sabe, o pai deu-lhe
terras em Itapagipe – península – e algumas rezes para as quais se fizeram
currais para abrigá-las. E onde teria se abrigado o próprio Garcia de Ávila?
Não se conhece na península outra construção dessa época.
Nossa Senhora de Monte Serrat e o farol
Pier
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