A Penha é um lugar sensacional! Fica na extremidade da península itapagipana. No seu espaço está localizada a Igreja de Nossa Senhora da Penha que, entre outros méritos acolheu a imagem do Senhor do Bonfim quando veio de Portugal. A igreja do Bonfim ainda não estava pronta e a solução mágica e divina foi hospedá-la na Penha. Na época, praticamente, só havia a igreja e os tamarindeiros. Silêncio total. Na década de 40 do século passado acharam por bem "atracar" na sua extremidade o navio-estaleiro Araújo Pinho. Destinava-se a reparar os navios da Navegação Baiana. Quando tinha navio quebrado mandava-se para a Penha, desculpe, para o Araújo Pinho.
Araújo Pinho
Esqueleto
Um dia, após uma noroeste daqueles que costumava dar na península, o Araújo Pinho sai de suas amarras e encalha justamente em frente à igreja. Aí a população deu em cima e só ficou o esqueleto do navio-estaleiro. Ele (esqueleto) é visto quando a maré está em baixa. Hoje quase no local onde ficava o Araújo Pinho, construiu-se uma marina, muito pior esteticamente do que o pobre do Araújo Pinho. Tomou grande parte da vista que se descortinava da Penha, por exemplo a vista do Lobato e outras tantas localidades do subúrbio ferroviário. Restou, pelo menos, a vista da belíssima Plataforma e seu morro à direita, que ainda ninguém buliu. Não sabemos se os leitores sabem que nesse morro, lá em cima, havia um cruzeiro de madeira. Quando da invasão dos Alagados do Porto dos Mastros, o cruzeiro sumiu. Dizem que foi destinado a uma ou mais estacas de determinada palafita. Pelo menos serviu para abrigar alguém muito pobre.
Hoje a Penha não tem a mais a tranquilidade de antes quando era apenas Igreja e Tamarindeiros, ou Igreja e Natureza. Em todo o seu espaço levantaram-se toldos de lona onde funciona uma dezena de bares. As casas em frente, tornaram-se "base" para esses bares, inclusive uma delas que é um primor de construção. Pintada de azul e branco. Ainda hoje é assim.
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