Vou
contar uma história quase inacreditável, mas que aconteceu. Foi no tempo do
espanhóis quando vieram para o Brasil, especialmente para Salvador. A Europa
estava em guerra, ou saía de uma guerra ou ia entrar n’outra. Que povo
beligerante! Tão diferente de nós que só pensamos em Carnaval. Agora quietaram,
mas nem tanto. Há ainda guerrinhas lá para os lados do Oriente, mas que a
Europa está envolvida em razão dos atentados de Paris. É uma guerra de
novidades: estão testando novos armamentos e outras coisas, inclusive um Drôni
que começou entregando pizza, mas que agora carrega bombas, dizem que apenas de
efeito moral. Resultado: entre 1912 e 1945 a economia de diversos países virou
um caos, que nem o Brasil por outras razões que não é bom nem falar.
Em
consequência, naquela época, o povo procurou se mandar. Muitos foram para os
Estados Unidos e tantos outros para o Brasil. Para aqui vieram principalmente
os espanhóis, a grande maioria para a Bahia. Trabalhadores, em pouco tempo
dominavam os armazéns, padarias, confeitarias, sorveterias e até empresas de
ônibus. Tudo! A lista é grande. Dormiam
no fundo dos armazéns. Trabalhavam de tamanco. Era feito de madeira com uma tira de couro
simples na parte superior. Não tinha salto. Era reto. Só tinha uma qualidade:
era resistente à umidade do chão dos armazéns. Então não tinham sapatos? Tinha um
par, aquele que calçou quando veio para o Brasil. Aqui só usavam uma vez por
ano: no dia 31 de outubro, dia do Cacheiro. Iam para Itapuã. Nadavam na lagoa.
Sempre morria algum.
Mas
uma grande parte dele não morava perto do mar, como em Itapagipe. Moravam! Mas
nunca vimos um espanhol tomar banho de mar naquelas plagas. Nem jogavam bola.
Nem iam as festas da Bahia. Nem no Carnaval. Ao Bonfim. Sempre trabalhando. Mas um dia aconteceu algo inusitado.
Um jovem espanhol se apaixonou por uma baiana, lindíssima, filha de gente rica, bem de vida. Começou a namorar firme. Já ficava na porta dela. Ai os pais, gente de posse, souberam do tal namoro. Sabe o que fizeram? Doparam o rapaz e o meteram dentro de um navio que partia para a Espanha. Quando o rapaz acordou tiveram que segurá-lo. Quiz nadar de volta.
Novo Clube Espanhol da Bahia
Hoje os espanhóis estão totalmente integrados à Bahia e contribuem de todas formas para o crescimento de Salvador e de todo o Estado.
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