O “conforto” de nossas praias
está sendo tirado aos poucos. Primeiramente, foram retiradas as barracas de
praia já faz dois ou três anos. Fizeram uma supressão violenta em toda a orla
de Salvador, agravada por não oferecer à população outra opção.
Não se tem mais um lugar para se
tomar uma cerveja ou um refrigerante devidamente instalado, muito menos comer um
peixe frito ou uma lagosta para os mais exigentes. Ficamos sujeitos aos
isopores horríveis, ante higiênicos e aos vendedores ambulantes com suas
empadas e pasteis duvidosos.
Até mesmo caranguejos são oferecidos inteiros
sem, contudo, o competente “pauzinho” e tábua ou mármore para torná-lo “comível”.
Tem que ser nos dentes e nos dedos, sujeitos á quebrá-los ou feridos,
respectivamente.
Agora, querem tirar as “baianas”
das praias. Pretendem colocá-las em
tendas horríveis em cima dos passeios. É um absurdo! Argumentam que elas sujam
a nossa areia ou se tornam perigosas com seus fogões a carvão. Ai os clientes,
ou melhor, os fregueses, têm que sair da praia e ir até o passeio que limita a
mesma, comprar seu acarajé ou abará no pratinho ou no papel de embrulho e em
seguida descer até onde está seu sombreiro alugado com a marca de uma cervejaria
que está adorando a situação. Vista de
longe determinada praia pode ser toda amarela ou pode ser toda vermelha,
dependendo do patrocínio da geladinha. Uma graça! Pois bem, quando o nosso
freguês chega no seu sombreiro e após comer seu acarajé ou abará, joga o prato
ou o papel na praia; no máximo faz um buraquinho e enterra-o o que não sabemos
se é pior ou melhor ao meio ambiente.
Ah! Sim! Tem a questão das necessidades fisiológicas.
Assim ou assado, já tinham muitas barracas que ofereciam espaço para tal. Pelo
menos tinha um ponto de água doce para uma melhoria da situação. Verdade que se
quisesse a Prefeitura poderia exigir a instalação de sanitários em todas elas e
seria imediatamente atendida, bastando que se fizesse a competente e devida
ligação de água.
E o que acontece nesse último
caso? O mar. Sim, o mar é a solução. Vez em quando você vê passar aquela formação
amarronzada, desde que em razão de gazes em sua composição, sempre flutua. O
resto, a parte líquida que todos expelem, mistura-se com a água do mar e não
causa tanto prejuízo. É quase imperceptível.
Mas o que se está comentando não
é uma coisa lógica e evidente? Claro que é, mas temos quase certeza que essa
gente que toma decisões tais não conhece a cidade, suas tradições, seus
costumes, por ai. E ainda são cruéis. No
momento que destruíram quase um milhar de barracas, levou ao desemprego
milhares de baianos que só sabiam fazer aquele serviço. O que esse pessoal esta à fazer no presente momento? A resposta é mais ou menos triste.
No momento também que obriga as
baianas a se retirar das praias, diminui sensivelmente o faturamento de
centenas de famílias que dependem delas, ou seja influencia até no PIB baiano. Sabem o que esse pessoal está pensando
obrigando-as a se posicionar em toldos no passeio: julgam que todas se tornarão
uma Dinha, Cira ou Regina, que tem seus boxes no asfalto, digamos assim. São
casos isolados e leva anos para que tal aconteça, talvez um século.
Cira
Será que a proposta é esta? Horrível! Onde está o bom senso?
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