Uma das marcas da Lavagem do Bonfim, se não a maior, é a
presença das “baianas” no grande cortejo. Vestidas de branco, esvoaçantes,
belíssimas, vindas dos candomblés de toda a Bahia, todas elas carregam um vazo
de barro com água perfumada e flores, geralmente brancas. São destinadas à
lavagem dos degraus da Igreja do Bonfim. Verdade que uma lavagem simbólica, mas
com um teor muito maior do que se pode pensar. Em verdade as diversas
proibições que a Igreja Católica fez e faz contra a Lavagem do Bonfim, tem muito
a haver com o sincretismo religioso que se vê na lavagem, ou seja, uma fusão de
preceitos Católicos e Ubandistas.
Baianas levando seus potes com água pergumada e flores
Mas, não adianta. Faz parte da tradição dessa terra; está
nas suas raízes e numa festa como esta, ela se manifesta com muita força.
Tem destaque as vestimentas das baianas, caprichosamente de
branco, muitas com colares e pulseiras de ouro e prata. Nos ombros carregam um
pote de barro com água perfumada e flores brancas emergindo de seu interior.
Simples água? Não, água preparada nos terreiros 7 dias antes da festa. O
perfume vem de folhas e ervas cheirosas, como laranjeira, manjericão, macaçá e
alfazema preparadas em água de levante. A mistura fica em repouso em uma sala
sagrada de culto para a materialização da força do orixá até o dia da festa.
Além desta água ser usada para lavar os degraus da igreja, é usada também
para ungir pelo caminho os participantes da festa que buscam proteção
espiritual.
LEVANTE
FLOR DE LARANJEIRA
MAÇAPÁ
De relação ao banho de pipocas que muitos tomam, destina-se
para pedir ou agradecer coisas boas ao santo protetor e também para “limpar o
corpo” de olho-gordo e de todo tipo de problema.
Pipocas
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