A gravura acima, datada de 1890, mostra-nos a colina onde se
acha a Igreja do Bonfim apenas com um acesso à direita. Ainda não havia sido
feita a principal ladeira que hoje conhecemos. À esquerda, vê-se duas
casas de madeira, possivelmente pertencentes à trabalhadores de sítios e
pequenas fazendas na localidade. À direita, notam-se algumas casas acompanhando
a estrutura do terreno. Foi o princípio da Ladeira dos Romeiros. Por ela subiam
os romeiros que vinham das Ilhas e do Recôncavo para participar das festas
dedicadas ao Senhor do Bonfim.
Ladeira dos Romeiros
Inicialmente, esses romeiros ficavam acampados no largo em frente, até que a entidade que dirigia as atividades da igreja resolveu construir a Vila dos Romeiros à direita e à frente do templo com a finalidade de abrigar esse pessoal durante os dias de festejo. Diz-se que nada era cobrado. Só muito posteriormente, essas casas foram alugadas e até vendidas.
Casas dos Romeiros
É do conhecimento de pouca gente que no espaço onde foram construidas as casas dos Romeiros, exitia anteriormente velhos casarões. Não se sabe se foram desapropriados pela Prefeitura ou foram comprados pela Devoção. Também fica a hipótgese de que foram os proprietários dessas casas que custearam a construção das Casas dos Romeiros e lucravam com o aluguel das mesmas. A hipótese de que eram cedidas gratuitamente pela Devoção é um tanto duvidosa.
Muito provavelmente, os romeiros chegavam a Salvador nos saveiros que traziam lenha noutros dias para a capital. Como é sabido, eles aportavam no Porto da Lenha e em seguida no Porto do Bonfim, hoje Praça Divina. Em seguida, subiam a Ladeira do Bonfim, recém construída, e alcançavam o alto da colina pela Ladeira dos Romeiros, já citada. Só os mais jovens aventuravam-se subir pela Ladeira da Lenha, demasiadamente íngreme. Tinha como vantagem o acesso junto à igreja.
Ladeira da Lenha
A Igreja hoje
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