A maioria dos
grandes camarotes do Carnaval de Salvador está anunciando que no seu espaço
interno, haverá uma banda absolutamente independente, isto é, tocando apenas
para as pessoas presentes em determinado espaço. Nada haver com o Trio Elétrico
da rua, digamos assim. Diz-se, inclusive que “as apresentações em camarote são uma tendência e muitas bandas estão
explorando este novo espaço”.
Será que
esta tendência pode ser vista como uma volta ao passado, quando após as
brincadeiras de rua durante o dia, à noite se ia para os clubes em ambiente
fechado?
A nosso ver
mais ou menos por aí. Como os clubes, o espaço dos camarotes, por maior que ele
seja, tem suas limitações e as suas regras. Aliás, tudo tem regra. A primeira
delas é a elitização. Só frequenta os possuidores da camisa de cada bloco,
muito embora haja sempre as falsificações.
Nos clubes
era a mesma coisa. Só entravam na sede os portadores das respectivas carteiras
de sócio e, igualmente, havia gente que falsificava o documento.
Todavia, o
que mais aproxima um carnaval do outro, é a programação do folião. O de hoje: primeiro,
brinca na rua “atrás do Trio Elétrico” e depois se dirige para seu camarote
para complementar a folia. Lá ele ficará até às quatro da manhã.
Os dois Carnavais
O mesmo
fazia o folião de antigamente. Brincava na rua até três ou quatro horas da
tarde; depois ia para a casa para um pequeno descanso e à noite, fantasiado, ia
para o clube, onde ficava até quatro horas da manhã.
Mas, haverá
quem diga que o folião de hoje não descansa e o de antigamente descansava entre
uma fase e outra do seu dia carnavalesco.
Ledo engano!
O folião de antigamente estava na Rua Chile desde as 9 horas da manhã. O de hoje, dorme a manhã
toda e só a partir das 4 horas da tarde, concentra-se no Corredor da Vitória
para o desfile e saliente-se ainda que muitos deles dão grandes cochiladas
ali mesmo no asfalto.
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