Não resta a menor dúvida da
importância econômica de um litoral como nosso de belas praias e águas mornas.
Primeiramente, torna-se uma atração turística e como tal movimenta diversos
setores agregados ao setor. Paralelamente, é um meio de vida de milhares de
pessoas, desde os envolvidos com a pesca profissional, até o simples vendedor
de amendoim, de picolé, de empada, o nosso antigo barraqueiro, etc. etc.. Todos
ganham ou ganhavam (barraqueiros) com a existência das praias de qualquer
lugar.
Por essa razão, é de estranhar
que passados dois ou três anos da extinção das barracas de praia em Salvador,
não se tenha encontrado uma solução para o retorno das mesmas, evidentemente
dentro de novos padrões estruturais.
Padrões estruturais?! Sim, isto
mesmo. Não se pode admitir que não tenha sido por essa razão o motivo da
retirada das mesmas, desde que em outras capitais e mesmo no Estado, as
barracas continuam em seus lugares, vendendo iguarias e bebidas, mas
principalmente dando emprego a muita gente.
Desde a sua extinção, ficamos
imaginando o que os ex-trabalhadores das barracas de Salvador estão fazendo
para viver.
Como é sabido, esse pessoal tem
nível escolar baixo ou não tem nenhum o que se lhes torna difícil o emprego em
outra atividade. Por essa razão, não há menor dúvida, que muitos terão se
envolvido com atividades ilegais, como é bastante corriqueiro nos dias de hoje.
Admitir outra derivação é absolutamente inverossímel.
A medida também deve estar
prejudicando o turismo. Mas como? Eles (turistas) não vêm aqui para tomar banho
de mar?
Com toda a certeza, não vem não.
Geralmente, saem do hotel em ônibus para os poucos “tours”que a cidade
proporciona- o Pelourinho – Senhor do Bonfim – o que mais? Praia sem dúvida.
Mas ficar aonde na praia? Não tem onde ficar... no sol causticante? Nem pensar.
O mesmo acontece com a população
de idosos. Esse pessoal já não pode ir a praia como um jovem. Tomar sol, nadar,
surfar, etc. etc. Em verdade, tinham nas
barracas uma boa opção. Tomavam sua cerveja; comiam seu caranguejo, olhavam o
ambiente. Que mais fazer?
Mas, estendendo o pensamento: as
crianças também tinham nas barracas uma proteção contra o sol.
Vamos um pouco mais longe: e a
higiene. Muitas das barracas mantinham sanitários e pontos de água corrente.
Onde a população está satisfazendo suas necessidades? No mar, claro, poluindo-o
de uma forma das mais insólitas
Outra feita, um defensor da
extinção das barracas, certamente um chato, argumentava que a maioria das
barracas não tinha sanitários. Verdade! Mas era uma providência que se exigida
pelos órgãos competentes, seria tomada por todas, de imediato. Não é por aí.
Preocupa-nos também o fato de
que, na última campanha para prefeito da Capital, este assunto foi pouco
tratado. Parece-nos que ACM Neto fez alguma referência; o outro, entretanto,
parece que nem conhecia o assunto.
Também é preocupante a boataria referente à autoria da
proibição das barracas. Entre os barraqueiros, quase sem nenhuma exceção,
diz-se que foi o ex-prefeito. Até a imprensa, determinados órgãos, endossam
essa informação por interesses políticos. Por conveniência, foi João
Henrique e estamos conversados.
Isto precisa acabar; ter um fim. Oficialmente, a medida
partiu da Procuradora Geral da República do Brasil, órgão federal,
como todos sabem.
Segundo se sabe, no processo até a Prefeitura é ré e não
autora.
E porque é importante saber toda a verdade. Apenasmente para
que as ações para derrubar essa medida sejam dirigidas a quem de direito. Não
se pode perder mais tempo. O prefeito agora é outro e o governador, adversário
político, está disposto a ajudar a Prefeitura num gesto admirável pelo bem
dessa cidade.
Barraca de praia em Lauro de Freitas- Tiveram coragem de derrubá-la?
Também é oportuno frisar o que substituiu as barracas, desde
que, muito naturalmente, alguma alternativa teria que ser seguida por alguns
barraqueiros. Absolutamente natural. Pois bem! No lugar das barracas ou
próximas delas – no meio da praia inclusive, foram juntados os engradados de
cerveja e meia dúzia de isopores, materiais protegidos por velhos guardas-sol
das empresas de cerveja. Para sentar uma providência vinda dos campos – duas pedras
ou alguns tijolos e uma tábua estendida entre eles. Uma graça. E aqueles que
fazem os conhecidos “churrasquinhos”, uma churrasqueira de araque, ameaçando os
banhistas com suas brasas.
O que fazer agora?
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