Ao fim da última postagem, estávamos na Praça Irmã Dulce, chamada antigamente de Roma, com passagem pelo nome de Praça da Bandeira.
Essa variação de nomes é muito comum em Salvador. Um é o nome original dado pela Prefeitura. O outro, é a mudança pela mesma Prefeitura segundo suas próprias conveniências e o terceiro, é o escolhido pelo povo, quase sempre ligado a alguma característica singular do local.
Largo de Roma
Largo de Roma bem antigamente. À esquerda vê-se uma grande chaminé o que indica a existência de uma fábrica no local. De resto, nada a haver com a praça de hoje
Largo de Roma bem antigamente. À esquerda vê-se uma grande chaminé o que indica a existência de uma fábrica no local. De resto, nada a haver com a praça de hoje
Diz-se ter existido nas proximidades, entre o largo e o mar, uma capela dedicada a Nossa Senhora de Roma. Daí o nome, Largo de Roma. É o que é citado.
É muito duvidosa esta citação. Primeiramente, não se tem notícia de ter existido uma Nossa Senhora de Roma, nem aqui nem na Itália ou em qualquer outro lugar. O que se comenta é que Nossa Senhora da Babilônia com prática de seu culto na antiga Babilônia e no Egito, deu origem a Nossa Senhora Romana. Este fato é comentado em um livro de autoria de Alexander Hislop, denominado “The Two Babylons”.
Este erudito cristão pesquisou durante muitos anos em livros antigos e modernos e encontrou detalhes de ligação da “Santa Madre” com a antiga Babilônia pagã, o berço do ocultismo, onde se adorava o sol, a lua, as estrelas, os animais, os pássaros, as plantas e até os insetos.
Mais tarde, quando o culto chegou ao Egito houve a integração da Santa ao cristianismo. Apenas lhe mudaram o nome, sendo chamada de Virgem Maria com um menino nos braços. “Cristãos professos a adoravam com o mesmo fervor que antes o faziam abertamente os que eram pagãos declarados”, escreveu Alexander Hislop.
Outra citação histórica, (esta mais recente), indica que em 1944 em plena guerra, “um quadro da Virgem Maria foi transferido para Roma, ficando nas dependências da Igreja de Santo Inácio. O povo contrito fez três promessas à Virgem se a cidade fosse preservada: de mudar a própria vida, de erigir um novo Santuário e de realizar uma obra de caridade, em sua honra”. E Roma foi preservada e a Nossa Senhora do Divino Amor, este era seu nome, ganhou o título de “Salvadora de Roma”.
Por fim, existe a Nossa Senhora Romã. É a mesma Virgem Maria segurando uma criança nos braços. Por sua vez, esta criança segura uma romã em uma das mãos. Qual o significado disto? Para que possamos entender, será necessário explicar que as romãs são Símbolos de Retidão e Honradez. Elas estão esculpidas no Templo de Salomão em Jerusalém. Fato curiosíssimo é que cada romã possui 613 sementes e este número é igual aos 613 mandamentos ou provérbios judaicos que existem nos livros do Velho Testamento. Por isso, os judeus comem romãs no feriado chamado Rosh Hashanah e os católicos comem romãs no Dia de Reis. As sementes deverão ser guardadas durante o ano para que este seja um ano abençoado.
Vista as coisas dessa maneira, estamos crendo que o Largo de Roma não ganhou esse nome por existir uma capela nas proximidades dele, homenageando Nossa Senhora de Roma. Esta santa nunca existiu!A origem do nome é outra. Pode ser mais folclórica. Por exemplo, algo como “quem tem boca vai a Roma” ou algo de relação a sua localização, desde que todas as grandes avenidas e ruas que saem do interior da península terminam nele. O povo poderá ter dito que “todos os caminhos vão dar em Roma”. São apenas algumas hipóteses. Nada mais do que isto!
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