quinta-feira, 29 de outubro de 2009

PRAIAS DE ITAPAGIPE - PONTE DO LORÊTE



Ponte do Lorête - Ex-Ponte da Crush - A esquerda os galpões da fábrica de chocolate. A Crush não precisava de tanto.
Itapagipe só possuía duas praias perenes até os idos de 1960: as praias do Bugari e da Boa Viagem.







Praia do Bugari


Praia da Boa Viagem

Com a dragagem efetuada na Ponta da Penha para aterragem dos Alagados do Porto dos Mastros, surgiu uma terceira praia: a Praia do Bonfim, desde que nas proximidades do próprio Bonfim. Alguns a chamam de Praia da Beira Mar em razão de estar situada em frente à Avenida Beira Mar. Ainda outros a designam como Praia da Crush, por ter funcionado nas proximidades a fábrica desse refrigerante. A ponte ali existente também leva o nome da fábrica (Ponte da Crush).



Praia do Bonfim em duas fotos -Ao fundo a chamada Ponte da Crush

Dos diversos nomes inventados pelo povo ou por historiadores, discordamos frontalmente de “Praia da Crush”, bem como da ponte do mesmo nome.
Ao longo de nossas pesquisas sobre Itapagipe, temos descoberto coisas incríveis. Os caras vão inventando as coisas e as coisas terminam pegando. A impressão que temos é que essas pessoas não moraram em Itapagipe! Poucos foram a Itapagipe ou nunca foram! Não gostavam de Itapagipe e quando pesquisaram, pesquisaram errado. De leve, superficialmente, coisa de somenos importância, teriam achado.

Não queremos ser a “palmatória do mundo”, mas não podemos seguir o mesmo caminho. Temos obrigação de fazer a coisa direita, tanto de relação às nossas pesquisas quanto à fidelidade de nossas lembranças. Moramos no bairro por cerca de 40 anos. Crescemos no bairro. Hoje escrevemos sobre o bairro.

As denominações Praia da Crush e Ponte da Crush não deveriam nem ser citadas. Uma provocou a outra. No caso, a ponte provocou o nome da praia.

Vamos esclarecer de uma vez por todas a questão. Não foi a Crush quem construiu a referida ponte. Quem a construiu foi a Fábrica MonSanto. As instalações ali existentes foram construídas por essa indústria antes de 1950. Quando a Kaufmann fechou, a Crush se instalou em suas dependências por volta de 1960. No Rio de Janeiro, o refrigerante foi lançado em 1954. Abaixo uma propaganda da época:



Me for Crush

Aliás, a história dessa ponte é intrigante. Nunca se soube de sua real finalidade. Ela tem exatos 130.69 m de comprimento. Nas marés vazias, fica sobre a areia. Se havia alguma função, esta só existia nas marés cheias. A grande verdade é que nunca se viu um saveiro ou qualquer outro tipo de embarcação descarregando ou recebendo mercadorias na referida ponte.

Feitas as devidas correções, não podemos continuar chamando-a Ponte da Crush. O certo seria chamá-la de “Ponte da Kaufmann” e ainda mais correto seria chamá-la “Ponte do Lorête” conforme destacamos na primeira foto dessa postagem.
Porque Lorête? Kaufmann é um nome alemão. É complicado! Já Lorête. Vem de Zé Lorête, menino de Itapagipe, grande centro avante de futebol de praia, apesar de sua baixa estatura, mas na praia não precisava de altura para ser centro avante. Bastava agilidade! E Lorête se imiscuía por entre as pernas de seus marcadores e fazia grandes gols. Também Lorête mergulhava em baixo da ponte, atravessando-a de um lado para outro. Ainda estava em construção. Nós o seguíamos. Outros meninos também!



Os galpões da fábrica e a Ponte do Lorête





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