Claro que este blog foi criado
para abordar a História da Cidade de Salvador, mas tem momentos que é preciso
desviar a rota dos escritos. É o caso
presente. Não se pode ficar “calado” ou “ausente”
“ante certas coisas que acontecem nesse País, as quais também viram história às
vezes de carochinha. Dá para rir até as raias do chorar.
A primeira delas refere-se aos
médicos estrangeiros, principalmente cubanos, desde que em maior número.
Não se
está exigindo dos mesmos uma revalidação dos diplomas como é de praxe em casos
tais. Conseqüentemente, fica a dúvida sobre a capacidade de cada um.
Quando um médico brasileiro vai
trabalhar no exterior, seja Estados Unidos ou qualquer país europeu, é obrigatória
esta revalidação e exigem-se estágios prolongados. Mais do que certo! Afinal de
contas, vai se lidar com vidas humanas.
Outra ressalva que se faz sobre o
assunto, é a falta de estrutura médica na maioria das cidades onde esses
profissionais irão trabalhar, inclusive de relação a medicamentos.
Contudo, apesar dos protestos,
principalmente das entidades médicas, de uma parte da imprensa, o governo
continua trazendo mais profissionais principalmente de Cuba, o que vale dizer que ele (governo) considera a
medida acertada e já “promove” propaganda na TV enfocando o inicio do trabalho
desses profissionais.
Mas o fez de forma um tanto
quanto duvidosa. Foram feitas duas entrevistas: uma de um médico argentino numa
cidade próxima de Curitiba e a outra em Feira de Santana com um médico português.
Ambos afirmaram que estavam “surpresos” com a qualidade dos postos e hospitais
de cada uma dessas cidades.
A principio há de se reparar que
não colocaram no ar médicos cubanos. Prejudicaria a intenção da veiculação, mas
esqueceram de um detalhe muito importante nessa questão: as duas cidades são
próximas de suas capitais e são cidades já bastante desenvolvidas, inclusive na
área médica.
Valeria, sem dúvida que, no caso
da Bahia, a entrevista fosse feita numa cidade bem no interior de nosso Estado,
lá pelas bandas do São Francisco. Aí, certamente, a coisa ia pegar.
A segunda questão é ainda na área
da saúde. Trata-se da venda da chamada “banda podre” da Golden Cross à Unimed
Rio.
- Banda podre? Do que se trata?
- Existem os planos chamados
individuais e coletivos. Os individuais são aqueles planos vendidos a pessoas
físicas; os coletivos são os planos
negociados com empresas.
- Banda podre são os planos
individuais.
- Por quê?
Por que esses são aumentados pelo
governo, mais precisamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Já
os planos coletivos vendidos às empresas são aumentados de acordo com as regras
impostas em contrato das partes, o que significa dizer acima, bem acima, do que
determina o governo.
Em conseqüência, a pergunta que
se faz dentro de um mínimo de lógica é a seguinte: A Golden Cross que é uma
potência no setor não suportou a carga; será que a Unimed Rio, bem menor do que
a Golden, haverá de suportá-la?
Fica difícil aceitar esse engodo
e se estranha que o Governo tenha dado o seu aval para a concretização do feito.
Claro que o peso da carga vai
cair nas costas do povo. Aliás, já começou o carrego. A maioria dos médicos da
Golden não atende ao plano da Unimed. Terá que se procurar outros
profissionais, todos sem o conhecimento do histórico médico de cada paciente.
Serão pedidos novos exames, todos caríssimos e aí começa a coisa a pegar para a
Unimed. Logo ela haverá de recorrer a ANS e pedir reajustes de preços ainda mais exorbitantes
que os 9.04% dados agora.
Enquanto isto, os aposentados,
possivelmente a maioria dos antigos clientes da Golden, tiveram um aumento de
seus benefícios em 2013 de 7,9%.
Nota posterior a essa postagem: já se confirma uma série de casos de clientes da Golden prejudicados com a transferência para a Unimed. Uma delas é o fato de que quase a totalidade dos médicos que atendiam pela Golden não atendem pela Unimed. Todo mundo vai ter que mudar de médico com as inconveniências resultantes dessa mudança, Um verdadeiro sufoco. Mais outra: pacientes internados em hospitais ou mesmo em casa em tratamento estão sendo "abandonados" pela Golden. Dizem que não, mas os fatos provam o contrário. Outra situação super desagradável: grande número de pacientes precisam de receitas controladas. Os médicos veiculadas à Golden estão se recusando a fornecer as mesmas.
E o governo, a tal de Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que permitiu a operação de transferência da Golden para Unimed, nada faz. Não deveria ter aprovado essa vergonhosa transferência de responsabilidades de um plano para outro, principalmente, de um plano com uma boa estrutura que era o da Golden para uma empresa de pequeno porte com estrutura sumamente duvidosa em termos de Brasil. Está dando o entrevero que está ai e a tendência é piorar.
A essa altura sem dúvida que muitas das pessoas filiadas à Golden vão entrar na Justiça contra essa empresa ou contra o governo. Ambos são culpados. Um prato cheio para o advogados desse país. E vai resolver? Possivelmente daqui a 10 anos. A maioria dos reclamantes já terá morrido.
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