domingo, 13 de outubro de 2013

SALVADOR ERA ASSIM - 2

Continuando na análise do livro do senhor Jafé - Salvador era Assim -  sobre a Salvador de antigamente, vale destacar os depoimentos de antigos moradores da península de relação aos costumes da época – principio a meados do século XX.  São inusitados dentro dos parâmetros de hoje. Inexeqüível  poder-se-á dizer nos tempos atuais, mas que naquela época funcionava muito bem, sim senhor.

Comprar verdura, pão, peixe, leite e até carne na porta de casa todos os dias é quase inacreditável, contudo, não devemos esquecer que naquele tempo não existia ainda a geladeira para conservação dos alimentos. A dona de casa comprava um tomate, um pimentão, um limão, um molho de tempero. Tão somente! No dia seguinte era a mesma coisa.

Isto é contado por diversos moradores daquele tempo no livro acima referido” e por isso se torna uma leitura interessante e até curiosa.

Noutra referência, determinada senhora conta que às sestas feiras, quando tinha inicio a feira da Praça Divina, as moças faziam um “footing” em plena feira. Fazia-se um cordão de rapazes e elas desfilavam no espaço, braços dados, de uma ponta a outra do isolamento.  Não é incrível? Imagine fazer isto hoje em dia nas feiras da cidade, numa São Joaquim, por exemplo. Correriam perigo de vida e outras mazelas destruidoras da própria vida.


E as conversas na porta de casa no principio das noites? Os homens de pijama e as mulheres nos seus vestidos bem caseiros. Geralmente os vizinhos participavam. Tudo muito coloquial, brejeiro até.

Em seguida, o livro faz referência à pesca em Itapagipe. Determinado senhor exclama: “qual era o garoto ou a garota que não pescava em Itapagipe?

Verdade que as características do mar de Itapagipe facilitava a prática da pescaria. Em determinados horários, o mar recua e se formam centenas de coroas de areia. Era só cavar um pouco com uma colher e catar papa-fumo, lambreta, sururu e mais uma dezenas de bivalves. Os siris puãs e cachangás se viam rodados. Tainhas e agulhas também e tinha menina ou menino que puxava rede para pescar camarão.



Será que faziam por necessidade? Nada! Verdade que existiam os profissionais da pesca, homens e mulheres. Era um trabalho. Já os veranistas faziam como divertimento e se tornava uma experiência de vida que iria se refletir de alguma forma no futuro. Uma questão talvez de mentalidade. Hoje em dia a diversão tem outros moldes, nem sempre aconselháveis.

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