Continuando na análise do livro
do senhor Jafé - Salvador era Assim - sobre a Salvador de antigamente, vale destacar os depoimentos de
antigos moradores da península de relação aos costumes da época – principio a
meados do século XX. São inusitados
dentro dos parâmetros de hoje. Inexeqüível poder-se-á dizer nos tempos atuais, mas que
naquela época funcionava muito bem, sim senhor.
Comprar verdura, pão, peixe,
leite e até carne na porta de casa todos os dias é quase inacreditável, contudo,
não devemos esquecer que naquele tempo não existia ainda a geladeira para
conservação dos alimentos. A dona de casa comprava um tomate, um pimentão, um
limão, um molho de tempero. Tão somente! No dia seguinte era a mesma coisa.
Isto é contado por diversos moradores
daquele tempo no livro acima referido” e por isso se torna uma leitura
interessante e até curiosa.
Noutra referência, determinada
senhora conta que às sestas feiras, quando tinha inicio a feira da Praça
Divina, as moças faziam um “footing” em plena feira. Fazia-se um cordão de
rapazes e elas desfilavam no espaço, braços dados, de uma ponta a outra do
isolamento. Não é incrível? Imagine
fazer isto hoje em dia nas feiras da cidade, numa São Joaquim, por exemplo. Correriam
perigo de vida e outras mazelas destruidoras da própria vida.
E as conversas na porta de casa
no principio das noites? Os homens de pijama e as mulheres nos seus vestidos
bem caseiros. Geralmente os vizinhos participavam. Tudo muito coloquial, brejeiro
até.
Em seguida, o livro faz
referência à pesca em Itapagipe. Determinado senhor exclama: “qual era o garoto
ou a garota que não pescava em Itapagipe?
Verdade que as características do
mar de Itapagipe facilitava a prática da pescaria. Em determinados horários, o
mar recua e se formam centenas de coroas de areia. Era só cavar um pouco com
uma colher e catar papa-fumo, lambreta, sururu e mais uma dezenas de bivalves.
Os siris puãs e cachangás se viam rodados. Tainhas e agulhas também e tinha
menina ou menino que puxava rede para pescar camarão.
Será que faziam por necessidade?
Nada! Verdade que existiam os profissionais da pesca, homens e mulheres.
Era um trabalho. Já os veranistas faziam como divertimento e se tornava uma
experiência de vida que iria se refletir de alguma forma no futuro. Uma questão
talvez de mentalidade. Hoje em dia a diversão tem outros moldes, nem sempre
aconselháveis.
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