Até hoje muito se comenta sobre
as obras que se fizeram em Salvador no principio do século XX entre os governos
de Luiz Viana que se encerrou em 1900 e o segundo governo de J.J. Seabra que
foi até 1924, tendo este último político também governado o Estado entre os
anos 1912 e 1916. No entremeio o mesmo colocou no governo uma pessoa de sua
inteira confiança e manobra, o senhor Antônio Muniz Sodré de Aragão.
Nesse período mudaram a face de
Salvador. Era uma cidade bem ao estilo europeu com seus casarios coloniais e
ruas estreitas, mas não tão estreitas assim, como será visto adiante.
Uma das mais marcantes
modificações da Salvador antiga se deu na área do Comércio em razão da
instalação do Porto nesse espaço. Para tanto tiveram que fazer um aterro
gigantesco que além de se estender mar a fora cerca de 100 a 150 metros, botou
abaixo grande parte dos prédios existentes no local e se fizeram novas vias.
Inauguração em 1913
Armazéns do Porto
Em verdade, não se pode dizer que
o culpado dessa devassa territorial tenha sido do Governador Joaquim José
Seabra, tido como um homem reformista dos mais impiedosos, mas foi no seu governo,
por coincidência, que se deu a inauguração desse porto em 1913.
Muito embora se diga que as “inconveniências”
do Porto de Salvador são perfeitamente normais, desde que conseqüência de um “conflito
generalizado entre o crescimento significativo da população urbana e a forma
como se deu a evolução histórica das técnicas de operação nos portos”, segundo
os peritos, em verdade, contudo, o Porto de Salvador não deveria ter sido
construído onde foi, praticamente no centro da cidade.
E ainda há outro fator absolutamente
contrário à instalação do porto onde foi construído: nas proximidades do Forte
de São Marcelo.
Porto de Salvador - Forte de São Marcelo - Setas indicativas de proximidades
Como é sabido, esse forte foi
construído numa coroa de pedras e areia existente no local. Claro que a sua
área em torno num raio mínimo de 100 metros ou mais, é relativamente rasa,
absolutamente imprópria para um porto. Por outro lado, a sua presença física
mais do que dificulta a manobra de grandes navios.
Além dessa inconveniência
técnica, o aterro que se fez no Comércio para a construção do Porto sacrificou
o tecido urbano então existente nessa importante área da Cidade Baixa, o que
dava a Salvador a categoria de uma das maiores cidades do Hemisfério Sul.
Diz-se até que não fosse
destruído o que já se destruiu em Salvador, mais o que ela tem hoje e poderia
ser considerada como uma das maiores cidades do mundo, bonita, cosmopolita,
atraente, simpática, diferente, etc. etc.
Vejamos as fotos adiante para confirmar
ou não essa elogiosa afirmação:
Representação de Salvador- Onde foi feito o Porto
Cais das Amarras - Prédios ao estilo pombalino
Antiga Praça Riachuelo - Junto ao mar
Rua das Princesas
A mesma rua em sentido inverso
Rua Conselheiro. Dantas
Mas era necessário o porto, dirão muitos ou todos. Sem dúvida, mas não onde foi construído. Deveria ter sido à partir do então Cais do Ouro e se estendendo para Água de Meninos como hoje acontece ou é a sua tendência. Com isto perservar-se-ia uma cidade belíssima como esta que as fotos apresentaram, mas não tiveram dó nem piedade. Absolutamente implacáveis.
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